Em campo, o Hendecacampeão e o Decacampeão. Blog do Mário Marinho
Então, lá estavam frente à frente o Palmeiras com seu título de Hendecacampeão e o América, Decacampeão do futebol mineiro.
O Palmeiras chegou a 11 com a unificação, por parte da CBF, dos títulos do Brasileirão e da Copa do Brasil, concedendo a todos eles o mesmo peso de Campeão Brasileiro.
Já o América, conquistou por 10 anos seguidos o título de campeão mineiro, na década 1920-30.
Foram sete títulos do campeonato brasileiros: 72, 73, 93, 94, 2016, 2018 e 2022. Duas Taças do Brasil, 1960 e 1967. Torneio Roberto Gomes Pedrosa, 1967 e 1969.
Mas o Palmeiras conquistou mais. No começo desse mês de novembro, conquistou os campeonatos paulistas nas categorias de Sub 15 e Sub 17.
Garantindo que boa safra de craques vem por aí, na cola de Endrick, esse garoto de apenas 15 anos e que já desperta cobiça dos europeus.
Há cerca de um ou dois meses, eu publiquei aqui, neste Blog, extensa e suculenta reportagem preparada pelo jornalista André Henning sobre a estrutura do Departamento de Futebol do Palmeiras.
É impressionante!
Não se faz nada por achismos. Tudo é pensando e bem executado.
Na ponta desta linha de produção já aparecem meninos que vão dar alegria e uma boa grana para o Clube.
Consta que um clube inglês teria feito uma sondagem ao Palmeiras com possível proposta de 100 milhões de euros, algo em torno de 600 milhões de reais.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, teria encerrado a discussão com uma frase:
– Ele vale 600 milhões de euros!
O Palmeiras conquistou o Brasileirão com uma forcinha do América que venceu o Internacional, em BH, por 1 a 0. Com esse resultado, o Verdão entrou em campo já campeão.
Na noite de ontem, quarta-feira, o Palmeiras recebeu o América para a noite da entrega da Taça.
O meu América, atrevido, saiu na frente com um golaço do atacante Benitez, numa magistral cobrança de falta, lembrando os bons tempos do Zico.
Mas o Palmeiras não estava a fim de ver jogarem água na sua pizza e virou o jogo: 2 a 1.
O América foi forte, mas diante do vendaval verde que varreu esse Brasileirão, não resistiu.
Mas o ano não para por aí.
Pela primeira vez, o Verdão ganhou a Taça Libertadores da América de futebol feminino, derrubando Corinthians e Ferroviária que antes davam as cartas na categoria.
2022 foi o Ano Santo do Verdão.
Ano que poderá se estender por mais tempo…
O
Deca
Nesta semana recebi um presente que me encheu de orgulho e satisfação: uma camisa do meu amado América.
O presente me foi trazido pelo CEO do América Dower Araújo, amigo de infância do meu sobrinho Flávio Marinho.
Além do presente, tivemos horas e horas de conversa super amigável.
Eu falava com ele sobre o passado do América e ele me apontava o presente.
Sou América de sólida tradição.
O primeiro jogo de futebol profissional a que assisti Foi América x Atlético, no antigo estádio Otacílio Negrão de Lima. O América ganhou, claro.
Isso, no meu tempo de criança.
Mais tarde, já economizava minha graninha, ganha com o suor de engraxate, para ver jogos do América no mesmo Otacílio Negrão e mais tarde no Independência que hoje é casa do América.
Claro, houve também a época do Mineirão, mas, aí quem passou a reinar em Minas foi o Cruzeiro.
Vi grandes jogadores no América.
Meu primeiro grande ídolo foi Zuca, que saiu precocemente e foi brilhar na Argentina, no Newell Old Boys.
Também fazia pulsar meu coração o goleiro Jardel, chamado de Cavaleiro Negro por usar o uniforme totalmente preto.
O craque Toledo, um médio de refinadíssimas técnica e elegância.
Outros dois goleiros marcaram época: Edgar, que depois foi para o Palmeiras, e Neneca.
Aliás, o bom time que começava por Neneca tinha o meio de campo formado por Pedro Omar e Juca Show, além de Jair Bala, um showman em campo.
Bom, são coisas do Passado.
Dower Araújo é o CEO do América há três anos.
Coincidentemente, há três anos o meu Coelho está na Série A do Brasileirão, colocando fim ao dilema sobe num ano, cai no seguinte.
Nestes três anos, o América, pela primeira vez, classificou-se para a Libertadores. Também pela primeira vez chegou à semifinal da Copa do Brasil.
O América tem engatilhado todo um projeto para ser implantado já no começo do ano que vem.
É algo parecido com o Cruzeiro que Ronaldo Fenômeno resgatou da Série B para a Séria A, depois de três anos de muito pesar.
Os olhos espertos do Dower brilham quando ele começa a falar sobre esse futuro.
Mas logo ele se contém.
– Ainda não é hora de falar.
Eu concordo. Mas, vejo esse futuro com muita alegria.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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