difícil

Ficou difícil. Por Edmilson Siqueira

… a diferença é pequena e não há como calcular hoje quantos daqueles que faltaram no primeiro turno se animarão a votar no próximo domingo. Mas, convenhamos, ficou mais difícil depois dos últimos acontecimentos…

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[ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DA ROSE -
 https://blogdarose.band.uol.com.br/ -  GRUPO BANDEIRANTES -
Edição de 27 de outubro de 2022]

O resultado das eleições de domingo ainda é uma incógnita. Pelas pesquisas, Lula deve ganhar. A desconfiança sobre os principais institutos, que erraram a diferença entre Lula e Bolsonaro no primeiro turno, agora está mais difícil de acontecer. A diferença entre os dois candidatos tem sido, nas pesquisas, de 5 a 6 pontos percentuais e deve ser isso mesmo o que está ocorrendo.

E por que essa diferença permaneceu até agora como a mesma que saiu das urnas no dia 2? A resposta é simples: Bolsonaro não conseguiu aumentar seu eleitorado e Lula conseguiu não diminuir o seu. Como mais de 90% dos eleitores dizem que seu voto está consolidado e não vão mudar, a margem de manobra para conseguir mais votos sem tirá-los do adversário é muito pequena. Os indecisos, nulos e brancos estão dentro das médias das últimas eleições e mesmo os ausentes no primeiro turno tendem a se repetir no segundo, pois foi o que se viu também em outros pleitos.

A Bolsonaro restou somente tentar tirar votos de Lula e suas tentativas foram todas, pra dizer o mínimo, amadoras. Sem contar que foram prejudicadas com a inacreditável atitude de Roberto Jefferson ao resistir à prisão, atirando em policiais federais.

Se era um ato pra provocar algum tipo de reação positiva a favor de Bolsonaro, a avaliação foi de quem não conhece o eleitor brasileiro e, pior, acha que quanto mais violência houvesse, melhor seria para a reeleição. Ledo engano.

Mas o pior ainda estaria por vir. O caso das inserções da propaganda eleitoral nas rádios do Nordeste, que cheguei a considerar uma denúncia séria caso se comprovasse o que a campanha de Bolsonaro estava insinuando, foi uma espécie de fim de feira, de pá de cal com potencial de desanimar até o mais otimista eleitor. Ainda bem que, macaco velho, escrevi também, em outras palavras, que o feitiço poderia virar contra o feiticeiro, caso a denúncia se esvaziasse por falta de provas robustas.

Foi o que ocorreu e agora há um inquérito aberto no STF para apurar uma possível participação de Bolsonaro e seus equipe Tabajara no crime de tentativa de melar as eleições. Isso porque, ficou evidenciado pela reação de Bolsonaro, após o ministro Alexandre de Moraes recusar abrir processo para investigar algo cujas provas eram pueris e que não era da competência da Justiça Eleitoral investigar e sim dos partidos, que o presidente queria fazer acontecer algo mais violento. Ele convocou todos seus ministros e os chefes militares para um pronunciamento que se imaginava ser um revide total e até um cancelamento das eleições. Só que ele foi contido e deu uma entrevista bem manso, falando apenas que vai tomar providências “dentro das quatro linhas da Constituição”.

Ficou no ar um clima de jogo jogado e perdido. Na campanha de Bolsonaro, a cara de desânimo de muita gente revela que a aceitação da derrota contagiou todo mundo.

É possível ainda virar o jogo? Sim, é possível, já que a diferença é pequena e não há como calcular hoje quantos daqueles que faltaram no primeiro turno se animarão a votar no próximo domingo.

Mas, convenhamos, ficou mais difícil depois dos últimos acontecimentos.

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Edmilson Siqueira é jornalista. Atualmente, na Rádio e TV Bandeirantes de Campinas. Colaborador semanal do Blog da Rose

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*Artigo publicado originalmente no Blog da Rosehttps://blogdarose.band.uol.com.br/

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