Flamengo é o grande campeão. Com merecimento. Blog do Mário Marinho
Como com merecimento? Nos pênaltis? E o Corinthians como fica? Há de perguntar o leitor com muito ressentimento.
Explico.
A decisão só foi aos pênaltis graças ao empenho do time corintiano, à raça de seus jogadores e à vontade de levar o título para São Paulo. Raça, muita raça.
Foi comovente assistir à dedicação de Renato Augusto, 34 anos, armando com eficiência o seu time e logo no lance seguinte aparecer na cabeça da grande área corintiana para desmanchar o ataque o Flamengo.
Sem dúvida alguma ele representa hoje a imagem de guerreiro, de devoção, de amor ao time do Corinthians.
Raça foi a tática do Corinthians.
Técnica foi a tática do Flamengo.
Sabia-se, desde antanho, que o Flamengo era muito mais time que o Corinthians.
Aliás, Flamengo, Palmeiras e Atlético mineiro foram os três grandes, imensos, do ano passado.
O Atlético vacilou e ficou para trás neste ano. Assim, sobraram Palmeiras e Flamengo os grandalhões deste ano.
Mas o Corinthians encontrou um meio de segurar o Flamengo, no primeiro jogo da decisão da Copa Brasil.
E encheu de esperanças o corintiano.
Esperança que ficou muito maior quando o Timão conseguiu dominar o adversário nos 15 primeiros minutos de jogo.
Mas aí falou mais alto a melhor técnica do Flamengo.
Numa análise fria, pode-se dizer que o Flamengo tem hoje pelo menos 8 jogadores daqueles que a gente diria: jogam em qualquer time.
Pelo lado corintiano essa afirmação só serve para uns três jogadores.
Por isso, o Mengão chegou duas vezes ao gol corintiano, lances que o juiz (num deles ajudado pelo VAR) apontou impedimento.
Na verdade, três vezes porque além do impedimento as duas chances criadas, teve também a jogada que deu no primeiro gol do Mengão, aos seis minutos do segundo tempo.
Quanto ao Corinthians, apesar do domínio no segundo tempo, a chance real de gol aconteceu apenas uma vez, com Roger Guedes mandando para as nuvens a bola que chegou macia, pronta para ser enviada para as redes.
Se, no primeiro tempo, o Timão passou apertado, no segundo foi o dono do pedaço.
Mas o domínio corinthiano não foi o bastante para vencer a meta do ótimo goleiro Santos.
As modificações feitas pelo técnico Vitor Pereira, deram resultados. Nos 30 minutos do segundo tempo só deu Corinthians.
Até que, aos 36 minutos, Giuliano marcou o gol de empate para delírio corintiano.
A decisão através dos pênaltis era a grande esperança. Exímio defensor de pênaltis o grandalhão Cássio se torna um gigante nessas horas.
E ele até que fez o seu papel: defendeu a primeira cobrança de pênalti.
Com essa vantagem, o peso passou para o lado flamenguista.
A vantagem corintiana terminou quando o experiente Fágner perdeu sua cobrança.
Assim, os dois times ficaram empatados: cada um perdeu uma cobrança.
Foi quando o jovem Mateus Vital, 24 anos, não converteu a sua cobrança.
Veio então a cobrança decisiva: Rodnei cobrou como se deve: sem a menor chance de o goleiro pegar.
Flamengo campeão.
No jogaço de ontem os dois técnicos tiveram trabalho.
No Corinthians, Vitor Pereira colocou em campo Giuliano, no lugar de Du Queiroz; Maycon no lugar de Fausto; Gustavo Mosquito no lugar de Lucas Piton e Mateus Vital para a saída de Roger Guedes.
Já no Flamengo, Fabrício Bruno substituiu Thiago Maia; Vidal saiu para a entrada de Matheuzinho; Arrascaeta, por Vitor Hugo; Pedro por Cebolinha.
Everton Ribeiro, do Mengo, e Renato Augusto foram os melhores em jogo.
Os dois técnicos tiveram atuações constantes à beira do gramado.
Levou a melhor Dorival Jr.
Além do título, da Copa Brasil Dorival viu aumentar as chances de ser técnico da Seleção Brasileira após a Copa do Mundo do Catar, no mês que vem.
Dorival tem grandes chances: é o um técnico sério que não gosta de inventar. Foi assim que ele trouxe o Flamengo de volta às vitórias, após a saída do português Paulo Souza.
Fé, Dorival.
Veja os melhores momentos:
https://youtu.be/LZOQkqLGrew
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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