Ah!, esse tal de futebol. Blog do Mário Marinho
Acompanho futebol desde o meu tempo de mascote do Madureira, time do bairro que era presidido pelo meu saudoso pai.
Minha estreia foi quando meu pai me colocou na carroceria de um caminhão que nos levou até Ribeirão das Neves.
Esclarecendo.
Ribeirão das Neves é minha cidade natal e dista 25 quilômetros de BH.
Só que naquele tempo não havia estradas boas como agora. Nem sequer totalmente asfaltada era a estrada que percorremos.
De lá para cá, muitas estradas foram melhoradas, muitos gols marcados ao longo dessa longa estrada da vida.
Mas sempre me surpreendo com algumas absurdas decisões de jogadores.
Ontem, no bom jogo (principalmente no segundo tempo), entre Palmeiras 0 x 0 São Paulo, dois lances me chamaram a atenção.
O primeiro foi o pênalti absurdo cometido por Jonathan Calleri.
Antes de comentar o lance, faz-se necessário falar sobre Calleri, de 29 anos, que é um bom jogador e com incrível faro de gol.
Não é à toa que os torcedores do São Paulo enchem os pulmões para cantar a marchinha, que eles mesmo inventaram e que diz: “Toca no Calleri que é gol…”
Ontem, Calleri cometeu um pênalti absurdo.
Ataque do Palmeiras, bola cruzada pelo alto para a área do São Paulo. Todos vão de cabeça em direção à bola. E sobre aquelas cabeças, aparece a mão de Calleri que toca na bola.
Gostaria de perguntar: por quê???
Calleri é um jogador alto. Se ele não conseguiu chegar na bola, os outros também não chegariam.
E aquela mão espalmada, mais parecendo mãos que vão tentar bloquear uma cortada no vôlei. Inexplicável.
Se é um lance de aperto, sem outra saída, ainda dá para compreender.
Um lance como aquele que o atacante uruguaio Suarez cometeu na Copa do Mundo de 2010, na África, ainda é possível entender. Fora isso…
Para limpar a barra do Calleri, o goleiro Felipe Alves defendeu espetacularmente o pênalti cobrado por Gustavo Scarpa. Até ontem, Scarpa havia cobrado 18 pênaltis e perdido apenas um. Agora, são 19 cobranças e apenas duas não convertidas.
Outro lance, proporcionado por jogador do São Paulo foi o espertinho zagueiro Beraldo que, expulso de campo, tentou o golpe do “joão sem braço”, e foi ficando em campo, esperando que o juiz não notasse nada.
Mas é claro que notou e até se espantou. Antes de botar o menino para fora, ele deve ter dito: “O que você está fazendo aqui?”
Lucas Beraldo tem apenas 18 anos de idade e entrou em campo para substituir o ótimo e veterano Miranda.
É formado nas categorias de base do São Paulo e foi destaque na Copa São Paulo de Júnior, no começo deste ano.
O que espantou foi que até agora os jogadores não se inteiraram de uma tecnologia chamada VAR.
Calleri, com toda a sua experiência, faz aquela lambança e acha que ninguém vai ver, ninguém vai notar.
O espertinho do Beraldo vai tentar ficar em campo e enganar todo mundo: o juiz, o VAR, os bandeiras, o juiz titular, quarto juiz que fica fora de campo e ajuda em questões desse tipo e os 40 mil torcedores.
Ninguém ia ver nada, só o espertinho do Beraldo…
Com a
Bola rolando
O São Paulo entrou em campo para desenvolver a tática definida pelo treinador Rogério Ceni.
Uma tática claríssima: se defender a todo custo, tirar o espaço para o rápido ataque do Palmeiras.
O primeiro tempo do jogo foi meio chatinho.
No segundo tempo, o Verdão procurou tirar proveito de ter um jogador a mais (depois, dois jogadores a mais).
O jogo foi bastante movimentado, o Palmeiras criou jogadas de gol que acabaram sempre nas boas intervenções do goleiro Felipe Alves.
Para o Palmeiras ficou também tudo bem, pois foi mais um pontinho conquistado, mantendo quilométrica distância do Internacional, segundo colocado.
Faltam apenas quatro jogos para que o Verdão se torne, oficialmente, o Campeão Brasileiro de 2022.
E com méritos de sobra.
Cenas de um bom goleiro em ação:
https://youtu.be/c4YM6C7alcM
E o
Meu Coelho?
Pois é, jogando em casa, ontem, o meu América foi derrotado pelo Fortaleza, 2 a 1.
Não dá para entender. Jogando em casa, dá essa bobeira toda, perde o jogo, e chama para si o adversário, o mesmo Fortaleza, que agora vem competir com o América por uma vaga na Libertadores.
Pode isso?
Festa
Adiada
As meninas do vôlei não conseguiram o tão sonhado título mundial.
Na finalíssima, foram batidas pelo forte time da Servia, 3 a 0. Vitória maiúscula, incontestável.
A triste derrota não esconde, porém, o belo trabalho do técnico José Roberto Guimarães de montagem de um novo time nesse momento de transição.
Que o Zé Roberto continue nesse trabalho que pode dar na medalha de ouro na Olímpiada de Paris.
Pergunta que
Não quer calar
Até quando os torcedores vão proporcionar cenas absurdas, violentas como as que foram vista ontem nos jogos Ceará x Cuiabá; Sport x Vasco?
Veja os gols do Fantástico:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi 
durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Perfeito tudo que vc comentou. Jogadores cometendo irregularidades infantis, perdendo gols incríveis, as meninas do vôlei brilhando em time recém formado, e inovações de campo inexplicáveis. Abç.
Prezado Mário Marinho
Brilhante comentário, opinião pessoal não se questiona, mas…
1) Esse pênalti cometido pelo Calleri (atacante na defesa em geral salta sempre de braços abertos, pode reparar em outras partidas; teve um do Palmeiras que caiu em desgraça com a torcida porque fez gol contra num clássico com o Corinthians) só foi marcado com a ajuda do VAR…. Você, que foi um brilhante editor de esportes, sabe que esse lance já aconteceu em milhares de áreas na história do futebol e quase nunca era assinalado pela arbitragem, porque não era considerado “intencional”.
2) No primeiro tempo do clássico, que você considerou como “chato”, em que para você a intenção do São Paulo era só se defender, houve pelo menos 3 chances claras de gol a favor do Tricolor (com Reinaldo, Luciano e Miranda, todas dentro da área adversária) …. O Palmeiras só chegou a ameaçar no ataque (só rondava a área, sem nenhuma objetividade) depois da expulsão do Ferraresi; até ali, o São Paulo anulava totalmente o adversário. Afinal, o objetivo de todo time em qualquer esporte coletivo é fazer o seu jogo e impedir o adversário de fazer o seu, correto?
3) Quanto ao Lucas Beraldo, filho do André (que foi zagueiro do Guarani, entre outros), ele demorou pra sair evidentemente para ganhar tempo para o Rogério Ceni arrumar o time com oito na linha…. Essa mesma situação aconteceu este ano, num jogo da Sul-Americana, no Chile, contra a Universidad Católica (São Paulo 4 a 2). Lógico que os jogadores do São Paulo fizeram cera, chutaram bola pra longe, se atiravam no chão, etc, para ganhar tempo…. Qualquer time do mundo faria o mesmo…. Mas ah, os palmeirenses e em particular o seu técnico chorão não puderam reclamar, já que o árbitro deu 12 (doze) minutos de acréscimo, um pênalti a favor do time da casa e dois cartões vermelhos para o time visitante… Tá bom, né?
4) Algo que você não comentou, mas peço vênia para fazê-lo: o técnico do Palmeiras disse que “os deuses (sic) do futebol não quiseram que a bola entrasse”….. Em outra ocasião, em que o Palmeiras foi eliminado no mesmo estádio pelo São Paulo, em jogo da Copa do Brasil, o técnico do Palmeiras falou que o São Paulo “teve sorte”. Esse mesmo comentário foi feito depois da derrota do Palmeiras na primeira partida da final do Campeonato Paulista no Morumbi…
Eu acho que boa parte da imprensa esportiva passa pano nesse cara. O time dele fica sempre dependendo de atuações individuais, ou seja, da segurança transmitida pelo Gomez, da rapidez do Roni ou da categoria do Scarpa (para mim, o melhor jogador atuando no Brasil no momento). Em suma, no nível dele é para ser treinador do Famalicão ou do Portimonense, com todo o respeito a essas equipes lusitanas.