Foi pênalti. Blog do Mário Marinho
O Clássico Corinthians 0 x 0 Flamengo teve tudo o que um bom jogo pode ter. Menos os gols.
Houve momentos de domínio do Corinthians que tentou abafar o Flamengo, como fez com o Fluminense.
Houve momentos de domínio do Flamengo que chegaram a pelo menos três oportunidades que só não foram transformadas em gol graças a espetacular atuação do goleirão Cássio.
O domínio de bola foi do Flamengo: 63% a 37% do Corinthians.
E esse domínio reflete a melhor qualidade técnica do Mengão em relação ao Timão.
O clássico também teve bela festa de abertura, presença do presidente da Fifa, Gianni Infantino.
Boas jogadas dos dois times, pouca ou nenhuma violência e até respeito dos jogadores entre si e também com relação ao árbitro.
E é aí que a coisa pega.
Tudo ia bem até que, aos 35 minutos do segundo tempo, pintou o lance do pênalti.
Matheus Vital fez boa jogada pela esquerda e cruzou em direção da área. O esperto e bom Yuri Alberto fez um corta-luz à frente do zagueiro Léo Pereira. A bola toca no braço esquerdo do zagueiro.
Foi pênalti. Não foi pênalti.
As opiniões se dividiram.
Para Sálvio Espínola comentarista da Globo, não foi pênalti.
Ele defende a tese de que a movimentação do zagueiro foi totalmente dentro da normalidade e, por isso, o toque da bola na mão de Léo Pereira foi absolutamente acidental.
Para Sandro Meira Ricci foi pênalti e “a posição do zagueiro não serve de referência”.
Entre os jornalistas esportivos também houve divisão. A imprensa carioca foi unânime a afirmar que não foi pênalti.
Assistindo ao lance, me chamou a atenção quando o árbitro Bráulio da Silva Machado fez um sinal aos jogadores de que a bola bateu na barriga do zagueiro.
Segundo o presidente do Corinthians, o sempre calmo Duílio Alves, foi também essa a explicação dada aos jogadores em campo.
Ora, o lance foi reprisado um trilhão de vezes, da frente para o fim e do fim para a frente. Que a bola bate não mão do zagueiro não parece haver dúvidas.
A dúvida é se a jogada produziu realmente alguma irregularidade.
A CBF não divulgou o áudio do lance, o que poderia ser muito esclarecedor.
Então, eu interpreto o lance com aquilo que eu vi.
E eu vi o juiz Bráulio da Silva Machado fazendo sinal para os jogadores de que a bola bateu na barriga do zagueiro.
Como barriga está fora de questão ou o VAR se omitiu e não chamou a atenção do juiz ou o juiz se omitiu quando deveria chamar o VAR para analisar o lance.
Em minha opinião foi pênalti. A bola, quando toca no braço do zagueiro Léo Pereira, pode ter desviado a sua trajetória e assim não chegou aos pés do atacante corintiano que poderia ter concluído para o gol.
Esse é lance que será repetido à exaustão durante uns 100 anos, mais ou menos.
E para isso que o VAR foi criado: exatamente para dirimir dúvidas, para auxiliar e melhorar a arbitragem no futebol brasileiro.
A menos que a CBF divulgue o áudio de atuação do VAR e que contenha uma notícia bombástica, minha interpretação é sem dúvida alguma para o pênalti.
Veja o polêmico lance:
Agora, os melhores momentos do jogo:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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