A Guerra Civil brasileira. Por Alexandre H. Santos
… Vivemos nesse fim de semana a eleição mais importante da nossa experiência republicana. Votar agora em Lula é impedir o advento de uma guerra civil brasileira.
“Não votar no Lula agora, por mais duro que seja
o que estou dizendo, é votar em Bolsonaro.”
Leonel Brizola Neto
Ninguém tem o direito de se surpreender, pois o capitão deu abundantes demonstrações de a que veio. Desde o primeiro dia de governo, nos seus dois discursos iniciais como Presidente da República, no Congresso Nacional e, em seguida, no parlatório do Palácio do Planalto, deixou claro a fratura que estava determinado a causar: dividir os brasileiros entre “nós” e “eles” ou, elucidando, patriotas e comunistas.
Porém, mais que isso, disse que seria o presidente do “nós”. Os “eles” não seriam condenados ao esquecimento – a uma espécie de ostracismo interno e coletivo. Não, nada disso. Muito pelo contrário. “Eles” seriam estigmatizados e constantemente lembrados como maus brasileiros, traidores da Pátria, inimigos da Nação. E não duvido que então passasse pela cabeça do capitão sua declaração de maio de 1999, quando defendeu a necessidade de “limpar” o país através de uma guerra civil com 30 mil mortos. “Alguns inocentes vão morrer, mas tudo bem…”
Passemos agora a outubro de 2022. Quatro anos se foram e o capitão enfrenta uma gigantesca onda de rejeição ao seu governo. Os motivos são numerosos, variados e conhecidos; não carece listá-los aqui. Apesar disso, a penca de decretos-leis do executivo, que facilitou a aquisição e o porte de armas de fogo e munição em todo o território do país, franqueou aos sectários do ex-militar um arsenal mortífero nunca visto em mãos civis. Nos anais da História o período Bolsonaro também será visto como a época áurea da indústria armamentista e seus agentes regiamente pagos. O próprio lobista-mor em diferentes ocasiões – todas elas bem documentadas – afirmou: “Eu quero todo mundo armado!” Como que conclamando seus apoiadores extremistas para uma próxima e inevitável guerra civil brasileira. Claro, entre “nós” e “eles”.
As últimas semanas nos mostram que o presente e o futuro próximo não prometem harmonia e paz. Em Santa Catarina, Luiz Henrique Crestani e sua mulher costumam treinar tiro ao alvo com dois fuzis no quintal de casa. O alvo? Ora, a imagem de Luís Inácio Lula da Silva. O empresário diz ser uma pessoa pacífica. Será? Em Pernambuco, a bandeira do PT colocada na janela de um apartamento foi alvejada por tiros. Cresce diariamente o número de agressões e assassinatos com motivação política – a absoluta maioria, de defensores do capitão contra petistas. O principal responsável por essa onda de ódio e violência? Talvez alguém tenha dúvidas. Eu não tenho: o capitão plantou vento e nos faz colher tempestade.
Incapaz de criar protagonismo original, Bolsonaro copiou o malfadado roteiro do seu mentor Donald Trump. Mas ao atacar a diversidade, caluniar os opositores e desacreditar as Instituições da República – notadamente o Supremo Tribunal Federal –, ao expor para diplomatas estrangeiros seus frágeis e torpes argumentos contra a confiabilidade das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro, o capitão não apenas atiçou a ira destruidora das suas milícias físicas e digitais, mas também reascendeu nosso brio, fez reviver nosso orgulho tupiniquim. Sem querer, o capitão promoveu a reunião da cidadania democrata e progressista em defesa do Estado de Direito!
As pessoas começaram a perceber com transparente nitidez o Mal que Bolsonaro e o bolsonarismo representam para o Brasil. Mais quatro anos do capitão em Brasília seria a ruína completa e total de toda esperança em um país socialmente apaziguado e melhor. Por isso, a epígrafe desse artigo, de autoria do neto de Leonel Brizola, o grande líder petebista, dirigida diretamente aos seguidores de Ciro Gomes, mas aplicável também aos demais eleitores. Vivemos nesse fim de semana a eleição mais importante da nossa experiência republicana. Votar agora em Lula é impedir o advento de uma guerra civil brasileira.
Amanhã, 2 de outubro, juntos, nós somaremos a vitória da Democracia: o Amor vencerá o Ódio!
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*Alexandre Henrique Santos – Atua há mais de 30 anos na área do desenvolvimento humano como consultor, terapeuta e coach. Mora em Madri e realiza atendimentos e workshops presenciais e à distância. É meditante, vegano, ecologista. Publicou O Poder de uma Boa Conversa e Planejamento Pessoal, ambos editados pela Vozes..
Acesse: www.quereres.com
Contato: alex@ndre.com.br
Primeiramente devo dizer que sempre fui petista de coração – até que a maçã podre acabasse com qualquer idealismo lá existente. E acabou.
Caí nessa conversinha mole de Amor contra Ódio, de Lulinha Paz e Amor em 2002 e ajudei a colocar no poder um ser abjeto, arrivista, que traiu companheiros delatando-os para a Polícia Federal enquanto dormia no escritório do chefe desta polícia, o sr. Tuma, e até hoje diz que foi preso! Coitadinho! – (como hoje vende a ideia de que foi inocentado de todos os seus crimes quando quem tem cérebro sabe bem que essa não é a verdadeira história).
Antes disso, já enganava no chão de fábrica os que nele acreditavam e em suas mãos colocavam as tratativas trabalhistas com “as zelites”: não percebiam que seu líder jogava nos dois lados, com forte inclinação para os poderosos – é o dinheiro, idiota!
Um ser inominável que tramou a morte de um companheiro de partido porque este iria levar ao conselho do partido o roubo perpetrado pelo arrivista: uma coisa era pegar dinheiro para o partido, outra para si mesmo.
Uma moral torta com certeza, mas que não merecia o final que teve.
E esta não foi a única morte!
Todas as testemunhas do caso morreram em circunstâncias no mínimo estranhas, inclusive o primeiro médico legista do caso que foi “suicidado”.
Isso é Amor vencendo o Ódio?
Só para quem não tem memória ou prefere não se lembrar do que não pode ser esquecido.
Ou para alguém que acredita que quaisquer fins justificam os meios.
Eu me recordo muito bem de quem começou com essa maldita história de nós de um lado e eles do outro: foi Lula! O senhor não se lembra?
Bolsonaro só a aperfeiçoou para pior.
A relação das abjeções perpetradas por esse homem é longa e cansativa e vergonhosa. Não citarei mensalão, petrolão, o assalto ao BNDES para agradar ditaduras pelo planeta afora…
Paro por aqui.
Bolsonaro só chegou onde chegou porque houve um Lula e um PT com toda sede ao pote (quem disse isso foi Jaques Wagner) a propiciar sua vitória.
E agora Bolsonaro talvez devolva a gentileza consolidando uma tabelinha tenebrosa para o país e da qual nós brasileiros não conseguimos nos livrar.
Pagamos a inconsequência das nossas escolhas.
Lula não é igual a Bolsonaro. Não, não é.
Mas eles se EQUIVALEM na letalidade para o país e para nosso povo que ambos carregam em si. É da natureza deles. E natureza ninguém foge da sua.
Um e outro, tanto faz, afundarão mais um pouco o Brasil.
São faces de uma mesma moeda falsa de três reais.
E há quem a veja como verdadeira e nela acredite e a venda como justa.
Nem um, nem outro.
Infelizmente a polarização foi instalada e não imagino aonde nos levará. Que o povo brasileiro consiga sobreviver a essa parte tenebrosa da história!