Majestoso

Vem aí, o Majestoso. Blog do Mário Marinho

… Domingo, no Majestoso, a previsão é de casa cheia…

Majestoso

 

O jornal A Gazeta Esportiva, nos seus áureos tempos, costumava dar nome aos clássicos.

São Paulo x Corinthians era chamado de “Majestoso”.

E por que Majestoso?

Vamos acionar o modo passado para conhecer a história.

Em 1942, o São Paulo contratou o renomado artilheiro Leônidas da Silva. Pagou por seu passe a exorbitante cifra de 200 contos de réis.

A chegada de Leônidas à Capital paulista provocou uma situação que naquela época não era muito comum: congestionamento de trânsito.

O trem que trouxe o artilheiro do Rio de Janeiro teve que parar em diversas estações porque os torcedores queriam ver o ídolo de perto. Políticos, ávidos de espaço, se juntavam aos torcedores.

Foi um baita de um acontecimento.

Os adversários faziam chacota da contratação, dizendo que o São Paulo havia desembolsado “200 contos por um bonde”.

Veio, então, o dia da estreia: 24 de maio de 1942, um domingo.

Foram vendidos 70.281 ingressos.

Mas como, se o Pacaembu naquela época mal suportava a presença de 40 mil torcedores?.

A explicação dada por são-paulinos que viveram a época é que muitos torcedores que compraram o ingresso queriam ajudar o São Paulo a pagar aquela imensa conta. Ou apenas queriam guardar lembrança especial da ocasião.

O jogo terminou 3 a 3.

Leônidas teve carreira vencedora no São Paulo. Foi campeão paulista em 1943, 1945, 1946, 1948 e 1949. No ano seguinte, se aposentou.

Mas e o nome Majestoso?

Segundo Thomaz Mazzoni, então diretor de A Gazeta Esportiva, ao ver aquele espetáculo de multidão se dirigindo ao Pacaembu, tomando conta da praça Charles Muller (em frente ao estádio) e nas ruas do bairro Pacaembu, ele, criador do apelido, afirmou: “mas isso é Majestoso!”

E aí o apelido pegou e ficou até os dias de hoje.

Mas o Majestoso que vem aí,  e é o clássico desse domingo no Morumbi.

É um jogo importantíssimo para os dois times.

O Corinthians é o terceiro colocado, com 43 pontos (o líder é o Palmeiras com 51 pontos) uma distância não muito grande, mas que, na prática, parece impossível de ser tirada.

O São Paulo está em 14º lugar, com apenas 30 pontos ganhos. Nessas condições, o Tricolor do Morumbi tem que olhar mais para baixo do que para cima. Está muito mais perto da Zona de Rebaixamento do que o líder Palmeiras.

Os dois times são dados a altos e baixos.

O técnico do Corinthians, Vitor Pereira, anda fazendo milagres, tirando leite de pedra com um elenco muito abaixo de Palmeiras e Flamengo, os favoritos para o título do Brasileirão.

Tem tirado leite de pedra, mas às vezes comete também seu engano. Como no jogo contra o Internacional, no fim de semana passado, na Arena Neo Química.

O Corinthians levou um gol com menos de um minuto de jogo. Mas precisou só de mais 11 minutos para empatar. E, aos 19 minutos, virou o jogo.

E o que fez o técnico Vitor Pereira?

Modificou o time que vinha bem, criando chances contra o Inter, colocando em campo jogadores defensivos. Ou seja: ele achou que, com 10 minutos de jogo no segundo tempo, era hora de fechar o time e garantir o resultado.

O Inter empatou e, por pouco, não dá a virada.

O São Paulo vem sofrendo nesse Brasileirão como nunca pensaram ser possível os torcedores.

A começar pela crise do gol, que tem no técnico Rogério Ceni expressão máxima para os torcedores tricolores.

O Tricolor começou a temporada com Thiago Volpi no gol.

Após algumas falhas – e derrotas – Volpi foi afastado e em seu lugar entrou Jandrei. Não esquentou o lugar e perdeu a posição para Felipe Alves.

Essa é uma situação muito difícil, porque o torcedor tem com parâmetro simplesmente o Rogério Ceni. E vai ser difícil encontrar outro.

Além do problema da meta, o São Paulo sofre com um elenco bastante fraco.

Na noite desta quinta-feira, o São Paulo suou para vencer o Atlético Goianiense por 2 a 0 (gols de Patrick) e levar a decisão para os pênaltis.

Acabou vencendo e se classificando para disputar o título da Copa Sul-Americana com o equatoriano Independiente del Valle, em jogo único, no dia 1º de outubro, na Argentina.

O grande destaque da noite ficou por conta da presença da torcida: cerca de 53 mil estiveram no Morumbi.

Domingo, no Majestoso, a previsão é de casa cheia.

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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2 thoughts on “Vem aí, o Majestoso. Blog do Mário Marinho

  1. Olá, caro Marinho! Quantas saudades, rapaz, do nosso tempo no JT! Gostei muito do “Chumbo Gordo”. E o texto deste, como muitos dos seus vida a fora, é perfeito, burilado sem palavras para jogar fora, na medida exata, bem refletido e escrito com maestria. Abraço fraterno 👏👏👏

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