MEDO

O medo venceu a esperança. Por Edmilson Siqueira

… Só que, diante da realidade das pesquisas eleitorais e da divisão do país em duas grandes correntes e, principalmente, conhecendo essas duas correntes, posso afirmar sem qualquer medo de errar, que o slogan de hoje é o seguinte: “O medo venceu a esperança”.

ESPERANÇA

“A esperança venceu o medo” é um desses slogans que os marqueteiros criam e que acabam caindo na boca do povo. Foi repetido por muita gente, mesmo não sendo do partido para o qual foi feito (acho que foi para o PT) e hoje é usado amiúde por aí.

Só que, diante da realidade das pesquisas eleitorais e da divisão do país em duas grandes correntes e, principalmente, conhecendo essas duas correntes, posso afirmar sem qualquer medo de errar, que o slogan de hoje é o seguinte: “O medo venceu a esperança”.

Não pode ser por outro motivo que um terço dos eleitores está dizendo que vai votar em um candidato e outro terço (ou um pouco mais) está dizendo que vai votar em outro, mesmo conhecendo o que ambos são capazes de fazer no poder.

 O que está à frente nas pesquisas governou o país por oito anos e seu partido ainda governou por mais seis. O resultado, se não pode ser chamado de desastre (há muita gente que assim considera), não há dúvida que foi de uma estagnação assassina.

 Durante quatorze anos o Brasil patinou no futuro para acabar no passado: após os 14 anos de PT voltamos à inflação elevada, dívida astronômica (quase três trilhões de reais), mais de 13% de desemprego, o real perdendo valor, a taxa de juros crescendo e a confiança para investimento reduzida consideravelmente. Uma política externa desastrosa e um formidável esquema de corrupção que deve ter dado inveja aos mais obscuros ditadores do mundo.

O que está em segundo lugar nas pesquisas está realizando o feito de, mesmo estando no poder, não ter mais intenções de votos que o ex-chefe do maior esquema de corrupção que o Brasil já viu. E fez por merecer, claro. Um governo desgovernado, uma equipe que não se entende, trocas e mais trocas de ministros e uma condução assassina da crise da pandemia da covid 19. Mas tem mais: a entrega do orçamento para o os corruptos do Congresso chefiados pelo presidente da Câmara em troca de sua permanência no cargo, uma confusão extraordinária na economia, onde o ministro diz uma coisa e ele, o presidente, diz outra, onde o ministro diz que está tudo bem e o cidadão sente no bolso que está tudo mal.

Assim, diante de duas aberrações políticas como Bolsonaro e Lula, que engabelam o eleitor comprando seu voto com migalhas e com uma propaganda de um Brasil hollywoodiano como a se começou a ver no horário político obrigatório, o eleitor sem defesa fica com medo de um e vota no outro ou fica com medo do outro e vota no um.

Ou seja, o medo venceu qualquer esperança: um não quer que o desastre bolsonariano continue e outro não quer que o desastre lulista volte.

Dessa forma, o futuro próximo do Brasil já está definido: teremos mais do mesmo e esse mesmo é terrível. Mesmo porque a situação econômica para o ano que vem – e para os próximos – já está totalmente deteriorada pelo que se tem feito no atual governo. E não haverá governo capaz de, a partir de primeiro de janeiro de 2023, criar um sistema que apague as astronômicas despesas contratadas agora (para comprar votos) e que geram um déficit monstruoso a ser cobrado ano que vem. Não vamos começar 2023 com menos de 10 milhões de desempregados, com menos de 30 milhões pulando uma refeição para tentar garantir a seguinte. O único recurso do governo será emitir (imprimindo ou contratando dívidas) dinheiro para cobrir a fome e o desemprego. E a impressão ou emissão cobra juros cada vez mais altos para tentar conter a inflação galopante que o dinheiro sem lastro provoca no mercado.

Ou seja, o quadro de horror está sendo desenhado agora para ser exposto ano que vem. E não vai importar se o presidente a ser empossado em 2023 tem nove dedos ou anda de motocicleta: ambos serão vítimas de suas próprias irresponsabilidades.

Quanto ao povo, continuará sofrendo com muito mais medo que esperança…

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Edmilson Siqueira é jornalista

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