E o Mengão não parou o Verdão. Blog do Mário Marinho
Meta: parar o Verdão.
Solicitante: Força Anticoalizão formada por todos os torcedores e amantes do futebol brasileiro, menos os palmeirenses, é claro.
O Palmeiras é o time do momento.
É dirigido por uma diretoria discreta e silenciosa. A presidente, Leila Pereira, tem conseguido, até agora, manter sob controle o imenso caldeirão da vaidade, caldeirão que ferve em todos os clubes.
Em campo, tem um bom, um ótimo técnico. Às vezes exagera nas reclamações, torna-se um pouco pedante, aparece com mimimis, mas o saldo é positivo.
Tem infraestrutura completa, digna dos melhores e mais importantes times deste e de qualquer outro primeiro mundo.
Há dias, recebi do ex-diretor Financeiro do Palmeiras, Francisco Busico, um vídeo mostrando detalhadamente o departamento de saúde do Clube. É tudo pensado, planejado e executado. Tudo, tudo mesmo.
Então, tudo isso funcionando perfeitamente, é como a conjuminação dos astros.
Veja o que escrevi aqui há cinco anos:
“Lá pelo longínquo ano de 1970 (ou 71 talvez) o então jovem jornalista Fernando Portela, um dos grandes textos do Jornal da Tarde, escreveu saboroso, irônico e criativo artigo em que dizia que o Corinthians só seria campeão paulista quando os astros se alinhassem em uma perfeita reta.
Será, portanto, a conjuminação dos astros.”
É o que acontece hoje com o Palmeiras. Os astros estão todos alinhados.
No caso do Corinthians, a conjuminação dos astros aconteceu em 1977, quando o penoso tabu de quase 23 anos sem título foi quebrado e o Timão sagrou-se campeão paulista.
Já no caso do Palmeiras a missão de pará-lo, que já era quase impossível, tornou-se impraticável quando o bom técnico Dorival Júnior tomou a decisão – a meu ver errada – de deixar no banco os craques que poderiam realizar a missão: Pedro, Gabigol e o cracaço Arrascaeta.
Abel Ferreira, como bom português, deu de ombros e pensou lá com seus botões: se assim querem, assim será, pois.
O resultado prático é que tivemos um primeiro tempo muito abaixo das potencialidades de Palmeiras e Flamengo.
Para o segundo tempo, o Palmeiras voltou com mais vontade, chegou ao empate e criou chances para o segundo gol que por pouco não saiu.
Faltando 10 minutos para terminar, o técnico Dorival Júnior resolveu colocar o seu bloco na rua. E lá vieram Gabigol, Pedro e Arrascaeta.
Ah!, o técnico do Mengão colocou suas estrelas para pegar o adversário já mais cansado.
Sim, eles entraram descansados. Mas, também, não estavam aquecidos e nem mesmo no clima quente no jogo.
O Corinthians perdeu para o Fortaleza, 1 a 0, resultado que pode ser considerado normal: o Timão entrou com time misto e, além disso, o Fortaleza faz incrível campanha de recuperação: saiu da Zona de Rebaixamento e hoje é o 13º colocado.
O meu América empatou com o Athletico paranaense lá, 1 a 1. Que fazer? Não dá para ganhar todas.
A boçalidade da
Insensatez humana.
Na Vila Belmiro, o Santos venceu o São Paulo no clássico paulista da rodada, 1 a 0, em jogada do pequeno grande Soteldo. Feliz retorno, garoto!
A boçalidade que falo acima, aconteceu na cidade de Campinas. Enquanto Santos e São Paulo faziam seu duelo, torcedores dos dois times – Santos e São Paulo – se encontraram, em ruas movimentadas e importantes, e… para quê?
Para brigar.
Armados de paus e barras de ferro, dezenas de torcedores (?) protagonizaram violentas cenas de barbárie e de boçalidade.
Até onde vai a insensatez humana?
Veja os gols do Fantástico:
https://youtu.be/r0FDbybBKQQ
Brincadeira
De criança
Como assinante do Estadão, recebi ontem em casa o álbum de figurinhas da Copa do Catar.
Dei uma folheada apenas para garantir que o nível do trabalho da Panini continua alto.
Vou me dedicar a completar o álbum e até já telefonei para o meu Neto, o Vini, que comprou o álbum. Vamos fazer um bem bolado, trocar figurinhas e ir até o fim.
Essa olhada no álbum me remeteu aos tempos de criança e pré-adolescente lá no bairro do Parque Riachuelo, em Belo Horizonte, quando a gente tentava completar os álbuns que apareciam.
No caso de futebol, as figurinhas vinham enroladas numa bala de sabor não definido.
Abríamos a bala e ficávamos ali nos deliciando com aquelas figurinhas. Nunca completei um álbum desse. Era muito difícil e caro.
Às vezes ía para a rua jogar tapão (aqui em São Paulo chama-se bafo) para ver se conseguia ganhar algumas figurinhas sem ter que recorrer aos combalidos bolsos.
Mas as figurinhas não eram só de futebol.
Lembro-me do comovente filme “Marcelino, Pão e Vinho”, com o ator mirim Pablito Calvo de quem nunca mais tive notícias, nem mesmo quando fui pela primeira vez à Espanha, em 1981, que andei perguntando, sem sucesso, pelo garoto.
Por curiosidade vou à Wikipedia buscar mais informações.
O filme chegou ao Brasil no começo do ano de 1954, quando e tinha 10 anos.
Pablo Calvo Hidalgo, nascido em Madri, tinha oito anos quando ganhou o papel ao participar de um concurso que buscava crianças para participar das filmagens.
Pablo Calvo chegou a participar de outros filmes, sem o sucesso de Marcelino, um drama que levava os espectadores às lágrimas.
Tornou-se adulto, formou-se em engenharia e morreu aos 52 anos de idade, vítima de aneurisma cerebral.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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