Bia Haddad, no topo. Blog do Mário Marinho
A paulistana Bia Haddad, de 26 anos, está em 16º lugar no ranking da WTA, a associação mundial das tenistas, que a coloca como a brasileira mais bem colocada no ranking mundial em todos os tempos.
O feito é espetacular, se lembrarmos, também, que ela é a segunda colocada no ranking geral brasileiro, liderado até hoje pelo quase imbatível Guga que, nos anos 2000 e 2001, liderou o ranking mundial.
O segundo lugar do tênis brasileiro pertencia a Thomaz Belucci que, em 2010, ficou em 21º na classificação mundial.
A história do sucesso feminino no tênis brasileiro começa com a campeoníssima Maria Esther Bueno, precursora do esporte no Brasil e que chegou a ser considerada a melhor do mundo, numa época em que não havia ranking feminino. Na verdade, nem sequer havia a WTA.
Maria Esther jogou nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Foi eleita a melhor tenista da América Latina no século XX. Ela venceu 19 torneios de Grand Slam, incluindo Wimbledon e Forest Hills, que hoje é equivalente ao US Open. É campeã Pan-Americana e integrante do Hall da Fama do tênis mundial.
Outra tenista brasileira de sucesso foi a baiana Patrícia Medrado que chegou a ser a 48ª do mundo. Ela jogou nos anos 1970 e 1980.
A mais bem colocada no ranking antes do memorável feito da Bia, foi a gaúcha Niege Dias, que chegou ao 31º lugar.
Niege competiu na década de 1980 e foi a primeira brasileira a ganhar um torneio da WTA, quando tinha 21 anos, no saibro de Barcelona.
No ano seguinte, ela encerrou a carreira afirmando que queria ter vida fora das quadras.
Aliás, lembro-me de um jogo épico entre a Niege, com seus 21 anos, contra a jovem Andréia Vieira, que deveria ter por volta dos 17-18 anos.
O jogo foi no Pinheiros, no final da década de 1980.
Na época, a Niege era patrocinada pela fornecedora de material esportivo Rainha que me contratou para prestar assessoria de imprensa à jogadora.
Era final de um torneio importante e a quadra central do Pinheiros estava com arquibancadas totalmente tomadas.
A Dadá Vieira era magrinha, braços finos, mas batia com muita força (eu joguei contra ela disputando um pro-am – na verdade, era um pro-press: um profissional de tênis e um jornalista, numa confraternização promovida pelo tenista Marcelo Meyer – misto mais ou menos na época mesma época do jogo no Pinheiros).
A grande favorita era a já mais experiente Niege Dias que começou a passar apertado com as pancadas desferida pela Dadá.
Usando de sua experiência, Niege começou a dar balões para dificultar o jogo da adversária. O público, eminentemente paulistano, começou a vaiar a Niege. E a vaiar forte.
Vencedora, Niege Dias recebeu o troféu e pediu o microfone para falar com a torcida.
Em lágrimas, pediu desculpas à torcida, mas afirmou que só ela sabia a importância de ganhar um título em São Paulo.
– Por isso, disse em meio às lágrimas, peço desculpas a vocês que aqui estão e à Andreia Vieira, uma tenista muito forte.
Foi aplaudida de pé.
E precisava
disso? Precisava?
O Palmeiras é o melhor time desse Campeonato Brasileiro e a prova escancarada disso é sua folgada liderança.
Mas, já dizia Zaratustra, clássico é clássico e vice-versa.
Assim, o jogo de sábado contra o Corinthians levou até à Neo Química cerca de 45 mil corintianos, apesar do favoritismo do Verdão.
Sabe como é, corintiano está sempre acreditando no seu time. Prova disso é que 40 ônibus levaram fiéis ao Rio de Janeiro para o jogo contra o Flamengo. Todos acreditando na vitória e na classificação para a Libertadores. Em cima do Mengão. Lá…
Os corintianos com a cabeça no lugar – sim, eles existem – se contentavam com um empate.
E assim estava até os 35 minutos do segundo tempo. Foi quando o Palmeiras atacou pela esquerda e a bola foi cruzada rasteira para a área.
Não parecia muito perigosa, mas apareceu o pé do Roni para colocar para dentro. Gol do Palmeiras. O detalhe é que esse artilheiro Roni é o do Corinthians, e não do Palmeiras!
E, aí, pergunto novamente: o Palmeiras precisava dessa ajuda?
Ontem, na comemoração do Dia dos Pais, almoço em família, comento com o meu neto, o Vini, que estava lá na Neo Química.
– E aí, Vini, não deu, né?
– Vô, meteram a mão na gente.
– Verdade?, pergunto.
– Verdade, Vô. Olha as imagens, me diz ele mostrando-me o celular com a jogada.
– E o VAR?, perguntei.
– Vô, o cara nem consultou o VAR! Um absurdo!
Revejo o lance e fico na dúvida. Qualquer mortal é passível de confundir mão na bola com bola na mão. Então, em minha opinião, era o caso de se consultar.
Aliás, achei a atitude do juiz extremamente burra. Se é um lance que vai dar polêmica, como são todos os pênaltis, por que não consultar o VAR?
Não se trata aqui de medo da decisão, de covardia, de fuga da responsabilidade. Mas, sim de ouvir uma segunda opinião.
Quando você vai ao médico e ele diz que você está ferrado, não trata logo de ouvir uma segunda opinião?
Duas cabeças pensam melhor do que uma, diz a sabedoria popular.
Mas, diz também a sabedoria popular que urubu quando está de azar, o de baixo suja no de cima…
Quanto aos jogos do Brasileirão, com exceção da bela e importante vitória do São Paulo, o resto foi pura rotina: o Mengão goleou, o Inter venceu o Fluminense, o América ganhou do Santos…
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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