crime do Paraná

O crime do Paraná. Por José Horta Manzano

… O crime do Paraná tem dois autores. O primeiro é o que apertou o gatilho e que deveria ser enquadrado em uma série de crimes: intolerância, ódio, crime eleitoral, invasão de domicílio, uso desproporcionado de arma letal, perturbação da ordem pública e assassinato qualificado. O segundo autor não apertou o gatilho, mas deveria ser autuado como mandante. Vive num palácio em Brasília. Seu nome é fácil de encontrar no Google.

Este blogueiro é cidadão brasileiro de nascença e de sangue. Houve tempos em que me orgulhei muito disso. Hoje, menos.

Me lembro do dia em que o teatral (então) deputado Roberto Jefferson se virou para o (então) ministro José Dirceu e declamou: “Vossa Excelência desperta em mim os instintos mais primitivos”. Ninguém entendeu perfeitamente o sentido da frase. Não sei como terminou o affaire entre os dois figurões, se os instintos primitivos lograram satisfação. Pouco importa.

Em matéria de baixos instintos despertados em terceiros, Jair Bolsonaro ganha de lavada de qualquer figurão aparecido antes dele. Do futuro, ninguém sabe, mas até aqui, ele é campeão.

Mas não se trata de instintos carnais, antes fosse: são instintos assassinos. O assassinato perpetrado no Paraná por um de seus devotos é prova flagrante.

O assassino foi baleado de volta, mas, pelas últimas notícias, não morreu (ou não “veio a óbito”, pela linguagem policial). Ninguém esclarece de boa vontade, mas parece que foi ferido apenas levemente. A delegada que está conduzindo o inquérito é bolsonarista roxa, daquelas de despejar discursos de ódio nas redes, o que explica a ocultação de detalhes constrangedores.

Que país mais triste, minha gente. Com tanto para ser construído, dói ver que os baixos instintos levam gente a demolir, destruir, aniquilar.

O crime do Paraná tem dois autores. O primeiro é o que apertou o gatilho e que deveria ser enquadrado em uma série de crimes: intolerância, ódio, crime eleitoral, invasão de domicílio, uso desproporcionado de arma letal, perturbação da ordem pública e assassinato qualificado. O segundo autor não apertou o gatilho, mas deveria ser autuado como mandante. Vive num palácio em Brasília. Seu nome é fácil de encontrar no Google.

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A notícia já deu a volta ao mundo. Em viagem, na fila dos passaportes, a gente procura esconder o nosso. Dá vergonha ser cidadão de um país violento e primitivo, onde querelas se resolvem à bala.

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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos,  dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.

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1 thought on “O crime do Paraná. Por José Horta Manzano

  1. Discordo totalmente de seus argumentos, que são similares a de outras mídias. Eu pergunto como uma pessoa que foi acusada de roubo na argentina, teve antecedentes no RJ consegue passar num concurso para guarda penal e obter porte de arma (li na própria imprensa brasileira a ficha corrida do agressor)?
    Quem é a pessoa de camisa cinza que covardemente ataca o guarda penal já ferido no chão. Essa pessoa de camisa cinza e bermuda clara é também um agressor perante o código penal brasileiro, mas ninguém fala dele! Ou a esquerda só defende apedrejar os oponentes?
    Outro argumento, quando Bolso levou a facada, não me lembro de ter lido acusação que Lula era o mandante ou a presidente do PT da facada; embora a história dos advogados do sr. Adélio ainda esteja esquisita.
    Aliás, quem matou Celso Daniel – seria um bom tema para reviver! Ademais, destaco que PT apoiou terroristas, e recentemente um vereador que responde a crimes. .
    Eu poderia escrever muito mais, mas concluo indicando que não sou Bolsonaro, mas a parcialidade da imprensa me incomoda; bem como a facilidade de esquecer os malfeitos do seu grupo de amigos/partidários. O Brasil, precisa mudar, precisa unir e não que seja fomentada a briga e a desunião.

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