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A ladeira da baderna. Por José Horta Manzano

Como líder, Bolsonaro já não faz jus à consideração do mundo.

E os brasileiros, seus liderados, descem a ladeira da baderna.

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Hoje de manhã, escutei uma reportagem de 15 minutos na rádio pública suíça sobre a campanha de desconfiança no voto eletrônico que Bolsonaro vem promovendo há três anos. E que se intensifica à medida que se aproxima a hora da onça. Ou da degola – que cada um escolha a imagem que preferir.

Fora do Brasil, a reação a esse fenômeno é de perplexidade. Todos se perguntam como é possível essa cruzada de desorientação estar sendo comandada por um indivíduo que foi eleito repetidas vezes por esse mesmo sistema eletrônico.

Se ele tivesse perdido alguma eleição, seria até compreensível que guardasse ressentimento. Mas ele ganhou todas! Essa campanha de desinformação e medo que ele promove agora é extravagante. Uma coisa não combina com a outra.

A reportagem radiofônica, feita durante um comício do capitão, trazia algumas dessas rápidas entrevistas com transeuntes. É surpreendente constatar que os devotos incorporam todas as imbecilidades que o chefe solta. Um aqui grita: “Quero minha pátria livre!”. Outra ali replica: “Sou contra o comunismo!”. E mais outro: “Os ministros do STF são todos estelionatários!”. Coisa de desequilibrados.

A impressão que fica é a de estar diante de um bando de zumbis descerebrados, sem eira nem beira, que perderam a capacidade de pensar com os próprios miolos. O mais chato é que, pouco a pouco, o veneno destilado por esse ser ignóbil vai respingando sobre a população. E o encanto com que o mundo mirava nosso país vai desmilinguindo. Um país de ingênuos capazes de aceitar o que diz Bolsonaro não merece ser objeto de consideração.

Em matéria de mentira e engodo, o capitão é um verdadeiro Putin tropical. Sem as armas.

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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos,  dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.

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