Quando o FC Start encarou (e venceu) o Nazismo

Quando o FC Start encarou (e venceu) o Nazismo

Acredite, é o Brasileirão! Blog do Mário Marinho

Quando o FC Start encarou (e venceu) o Nazismo
Quando o FC Start encarou (e venceu) o Nazismo

O Campeonato Brasileiro volta a ter rodada neste fim de semana e, parece, poucos estão percebendo.

Também, não é para menos.

Na semana que passou, tivemos jogos da Libertadores, jogos da Copa Sul-americana e da Copa do Brasil.

Além disso, tivemos o Carnaval que, pasmem!, esse ano caiu no mês de abril como jamais aconteceu e, acredito, jamais acontecerá.

Assim, é informação demais, competições que não acabam mais e muitas mudanças para a cabeça do pobre brasileiro que já anda a mil por hora graças aos acontecimentos destes dois últimos anos.

A pandemia mexeu com todos nós. Mexeu com o mundo todo. Mas como o que afeta mais as pessoas são os acontecimentos mais próximos, sentimos que por aqui o mundo balançou.

E ainda tem a guerra da Ucrânia!

Muitos jogadores brasileiros estavam na Ucrânia quando a guerra estourou. Felizmente, todos eles conseguiram sair do País e retornaram ao futebol.

E até mesmo ao futebol brasileiro, como é o caso de Júnior de Moraes, 34 anos, que defende o Corinthians nesse Brasileirão.

Mas, acredite, a Ucrânia já teve o melhor time do mundo: trata-se do Dínamo, de Kiev.

Nos anos anteriores à Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Dínamo de Kiev era considerado o melhor time da Europa e, por extensão, o melhor do mundo.

Durante a ocupação nazista, vários jogadores da equipe formaram o FC Start que participou de forma decisiva da resistência à invasão nazista ao vencer uma série de jogos contra a equipe da Luftwaffe, a força aérea alemã.

Ameaçados de morte em caso de vitória, os jogadores ucranianos deram uma demonstração de bravura e apoio à liberdade. Não apenas venceram como humilharam o time alemão. O ato de coragem ajudou a inflamar a resistência ao nazismo, mas também teve consequências trágicas: muitos jogadores do F.C. Start foram presos, torturados e assassinados. Até hoje, aqueles atletas heroicos são homenageados com um monumento em frente ao estádio, onde se lê a seguinte frase: “Aos jogadores que morreram com a cabeça levantada ante o invasor nazista”. (Informações do site www.redbull.com )

O futebol e a guerra já estiveram juntos em outras ocasiões.

Em 1969, o Santos fez vitoriosa excursão pela África.

O ponto alto dessa excursão aconteceu quando o time deveria jogar no Congo. O País estava em guerra e a diretoria do Santos resolveu não arriscar seus jogadores e informou que não iria ao país.

Como havia enorme expectativa para ver Pelé, os políticos do País encontraram a solução: cessar fogo para que todos pudessem assistir ao jogo.

Quando o time do Santos retornou ao Brasil fui encarregado de cobrir a sua chegada (Viracopos, Campinas), acompanhar a delegação até Santos e voltar com o relato daquela viagem.

No dia seguinte, o Jornal da Tarde circulou com esta manchete:

“As aventuras de Pelé na África”.

Outro relato do futebol e a guerra, contado pelo site www.redbull.com :

“Já no começo do século, o futebol dava uma grande demonstração de sua capacidade de aproximar as pessoas, no episódio ficou conhecido como a Trégua de 1914, durante a Primeira Guerra (1914-1918). Segundo registros históricos, desde a véspera do Natal, soldados alemães e ingleses cantavam juntos músicas natalinas em suas próprias trincheiras, mas no dia 25 resolveram largar as armas e abandonar seus postos para confraternizar. Trocaram a comida que tinham, beberam vinho e até organizaram um jogo de futebol. Depois do Natal, o conflito prosseguiu, mas naquele momento o futebol interrompeu a guerra e superou as divergências. O episódio serviu até de inspiração para a música Pipes of Peace, de Paul McCartney. No clipe, ele faz dois papéis, um soldado alemão e outro inglês.”

A Seleção Brasileira também já teve seu papel importante não na guerra, mas, na paz.

Aconteceu no Haiti.

O Haiti vivia uma crise política extrema em 2004, quando integrantes do exército começaram um levante militar após a eleição de Jean-Bertrand Aristide, o que provocou sangrentos confrontos. O presidente acabou deposto e o Brasil liderou uma missão de paz para atuar no país. Em agosto daquele ano, os conflitos no país foram interrompidos para a chegada da Seleção Brasileira, então campeã mundial, que teve recepção comovente para disputar uma partida amistosa contra os haitianos, com o objetivo de iniciar uma campanha de desarmamento. Os jogadores foram ovacionados em percurso a céu aberto até o estádio na capital, Porto Príncipe, e vários afirmaram que foi uma das experiências mais emocionantes que tiveram. Com a presença de Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo, os brasileiros levaram o público ao delírio e venceram por 6 a 0, gols comemorados pelos próprios haitianos, naquele que ficou conhecido como “O Jogo da Paz”.

acredite - Haiti - paz
Brasileiros desfilam e são aplaudidos pelo sofrido povo do Haiti.

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR) ____________________________________________________________________

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