Brasil passado ruim futuro pior

Brasil: passado ruim, futuro pior. Por Edmilson Siqueira

Brasil: passado ruim, futuro pior.

O Brasil está numa sinuca de bico, na iminência de eleger uma tranqueira para os próximos quatro anos e conviver com as mesmas mazelas que vivemos de 2003 até hoje. Ambas as tranqueiras que se destacam nas pesquisas são péssimas para o Brasil e não são péssimas por motivos ideológicos apenas: são péssimas porque já as experimentamos na prática e, por exemplo, desde 2013, o Brasil patina com 12 a 14 milhões de desempregados sem que para isso se vislumbrem soluções.

Outro exemplo: durante os governos Lula/Dilma foram criadas diversas estatais. Bolsonaro disse que ia privatizar ou acabar com umas cem delas. Não privatizou nenhuma e, se tudo der certo (o que é difícil), vai iniciar a privatização da Eletrobras este ano que, se Lula for eleito, será barrada em 2023.

Mais um: há, no Brasil, 6.932 obras paradas. E são obras que começaram entre 2012 e 2021, ou seja, abrange três últimos governos: Dilma, Temer e Bolsonaro. Valor: mais de 9 bilhões de reais apodrecendo no tempo.

Mas, por incrível que pareça, há coisas piores, muito piores, que podem acontecer. Quando Lula quer agradar a ala das esquerdas radicais que se escondem sob o manto petista (sozinhas não teriam voto nem para eleger um vereador em Bertolínia, no Piauí), ele fala em controlar a mídia, taxar as grandes fortunas, acabar com a reforma trabalhista, acabar com a política de preços da Petrobras, acabar com a independência do Banco Central e outras medidas que fazem brilhar os olhinhos do rapaz com a camiseta do Che Guevara e um livro de Valter Pomar debaixo do braço.

E quando quer agradar o PT com sua enorme fome por recursos públicos, Lula fala coisas assim: “Nós não aceitamos a lei do teto de gastos. Ela foi feita para garantir que os banqueiros tivessem o deles no final do ano. Nós queremos garantir que o povo tenha o seu todo dia, todo mês, todo ano.”

Ou seja, ele mente descaradamente ao analisar o teto de gastos, que foi feito para barrar a gastança governamental e pagar as dívidas (será que ele vai dar calote nos bancos?) mas fala a verdade quando diz que quer acabar com ele. Isso porque o fim do teto para um governo petista é essencial para que ele possa gastar muito mais do que arrecada, não só para distribuir as esmolas que compram votos dos mais pobres, mas, talvez até principalmente, para comprar os políticos todos que usa para se manter no poder e aprovar seus atos no Congresso. Além, claro, de enriquecer os petistas mais graduados, inclusive ele próprio.

Aumentar a liberdade na economia para que ela possa se desenvolver sem as amarras do Estado, nem pensar. Se o Brasil crescer sob Lula, será por conta de alguma corrida às commodities brasileiras, como ocorreu durante quase dois anos quando ele era presidente e o país chegou a mais de 5% de crescimento. Depois voltou à nanica realidade.

Mas tem coisa pior no discurso da esquerda que, mesmo sendo independente no primeiro turno, vai apoiar Lula no segundo. É o caso do PSTU. Sim, ele ainda existe e PSTU quer dizer Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado. O aparente erro de concordância no nome é explicado: o “Unificado” se refere ao “Partido Socialista”, como se os socialistas tivessem sido unidos um dia. O PSTU, por exemplo, segue uma tal de Quarta Internacional, fundada na França em 1938, por Leon Trotski, o comparsa de Lênin na revolução comunista da Rússia e que, após a morte do chefe, foi defenestrado por Stalin que mandou matá-lo  quando ele vivia exilado no México. São unidos assim…

Voltando à terrinha, a candidata a presidente do PSTU, uma tal de Vera Lúcia, disse ao UOL que que, caso eleita, irá estatizar todas as empresas privadas brasileiras, começando pelas 315 mais ricas. “A gente vai estatizar todas as empresas e colocar sob o controle dos trabalhadores. Os bancos ficam a cargo do Estado, bancários e da população, que vai decidir sobre planejamento, execução e funcionamento”, afirmou.

Pois é. Chávez e depois Maduro fizeram isso com a petroleira venezuelana, que era uma das maiores do mundo. Hoje ela produz 30% do que produzia antes e está sendo sucateada. Exemplos como esse em países que experimentaram ou experimentam o socialismo são abundantes. Em Cuba, a falta de alimentos e outros itens básicos no país tem um motivo óbvio: o país não produz nada, além de charutos e falsos médicos para exportar. Resultado: não tem dinheiro para importar bens de consumo e alimentos. Se tivesse, há mais de 40 países no mundo que têm relações normais com Cuba e que entregariam de bom grado seus produtos à ilha socialista, desde que recebessem os dólares relativos às vendas. Pero…

E a candidata socialista quer transformar em estatais 315 empresas privadas brasileiras. Ainda bem que a chance dela ser eleita é a mesma do Ibis ser campeão brasileiro da série A.

Como tudo indica que nos próximos quatro anos o Brasil vai continuar com o horror que lá se encontra ou trocar por um horror que já desgraçou o Brasil com a maior corrupção da história, com desemprego e dívidas cada vez maiores, o futuro hoje se apresenta nebuloso,muito pior do que o passado recente.

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Edmilson Siqueira é jornalista

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