Pobre e podre Brasil.

Pobre e podre Brasil. Por Edmilson Siqueira

Pobre Brasil onde só políticos podres conseguem se eleger…

Pobre e podre Brasil.

Com exceção do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil tem visto mais do mesmo em todos os governos que elege, desde Sarney (eleito na chapa de Tancredo Neves – que ficou doente, não tomou posse e morreu) até Bolsonaro. E esse “mais do mesmo” significa governos incompetentes e altamente corruptos, mais preocupados em dar um pouco de pão e muito circo para o povão, manter o status dos ricos, desde que eles colaborem com a propina geral, e conseguir ficar no poder o máximo de tempo possível para dos cofres públicos usufruir também o máximo possível.

A maior novidade nesse campo – o da manutenção do poder e do enriquecimento dos que dele se apossam – é que a bandalheira chegou a tal ponto, que está permitindo ousadias antes inimagináveis.

O dinheiro dos partidos, por exemplo, não precisa mais chegar escondido e ser alojado num caixa dois. Ele vem diretamente dos cofres públicos, legalizado por uma legislação desavergonhada, aprovada sempre rapidamente e com votos de quase todos os partidos. Viver de doações e mensalidades dos filiados e simpatizantes, nem pensar. Só um partido faz isso no Brasil (o Novo), e é pequeno, sem condição de aprovar qualquer projeto que desagrade os poderosos de sempre.

Outro exemplo do descalabro é a legislação que deveria punir os crimes de corrupção. Ela foi sendo paulatinamente mudada, na cara dura mesmo, de modo a facilitar as associações entre os corruptos (a grande maioria dos três poderes) e os corruptores (empresários gananciosos e imorais, para os quais os lucros justificam os crimes que cometem). Assim, os políticos e agentes do governo podem roubar à vontade que a lei, ao invés de persegui-los, vai protegê-los. Se o mundo quiser, um dia, verificar como se faz para roubar os cofres públicos e jamais ser perturbado pela Justiça, basta fazer um apanhado das leis em vigor no Brasil em 2022. É uma festa para os ladrões do erário.

E para que a sem-vergonhice descarada dos poderes públicos brasileiros fosse comprovada e pudesse ganhar o Oscar da impunidade, os tribunais superiores deram um jeito de “despunir” quem já havia sido alcançado por aquelas leis que previam penas para quem fosse julgado e condenado.

Através de uma interpretação esdrúxula da Constituição e usando “provas” que não seriam aceitas em nenhum tribunal honesto do mundo, o STF, primeiro, depois o STJ, se incumbiram de anular processos já julgados até em terceira instância, sobre os quais não restava qualquer dúvida sobre a culpabilidade dos réus, a materialização dos produtos dos roubos e a confissão dos corruptores, com detalhes como planilhas com as quantias devolvidas aos agentes públicos (ministros, diretores, presidentes da República e de estatais, deputados, senadores, vereadores e prefeitos).

Com a anulação dos processos, os bandidos que estavam presos, foram e estão sendo soltos e os que ainda não haviam sentido o gostinho de ver o sol nascer quadrado, não correm o mínimo risco de conhecer uma prisão.

Assim, com esse modelo inédito de impunidade, com um eleitorado cuja maioria mal sabe fazer contas simples de somar, fica fácil para os milionários à custa do erário, se manterem no poder. Com o dinheiro fácil dos cofres públicos jorrando para dentro dos partidos, praticamente todo o corrupto Congresso Nacional tem reeleição garantida. Ainda mais com uma eleição presidencial novamente polarizada.

Só que essa polarização é também inédita. Na eleição passada, elegeu-se um imbecil para se livrar de um ladrão. O imbecil não parecia imbecil, pois dava sinais de que a economia seria finalmente voltada para o desenvolvimento sustentável e que ele travaria incessante luta contra a corrupção.

Mas, o imbecil, por ser imbecil, não cumpriu nada do prometido e seu governo tem sido o maior engodo eleitoral que o Brasil já viu.

Como a legislação foi se modificando de modo a privilegiar os mesmos de sempre, o quadro que se apresenta para o embate presidencial deste ano é o mesmo do ano passado. O imbecil e o ladrão lideram as pesquisas, com boa vantagem para, óbvio, o ladrão, já que grande parte do eleitorado, por conta de uma ilusão passageira, considera que era feliz quando o ladrão estava no poder, se esquecendo do empobrecimento causado pelas prestações infinitas incentivada pelo ladrão e do maior esquema de corrupção que o mundo já viu e que aconteceu há menos de 15 anos.

Assim, caminhamos para uma bem pavimentada sequência de desgraças. Eleito o ladrão, o que provavelmente ocorrerá, o Brasil voltará atrás nos poucos avanços que teve na economia, perderá o bonde da história novamente, se aliando a ditaduras de esquerda e esnobando o mundo livre e desenvolvido, enganará milhões com pautas “progressistas” (que de progresso mesmo nada têm) e manterá a maioria da população no mesmo nível de pobreza atual, iludindo-a com uma esmola mensal que serve de moeda eleitoral para a manutenção do poder.

Pobre Brasil onde só políticos podres conseguem se eleger.

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Edmilson Siqueira é jornalista

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1 thought on “Pobre e podre Brasil. Por Edmilson Siqueira

  1. Parabéns pelo artigo mais desmistificador e real , no Brasil, nestes últimos 30 anos. Infelizmente o político é o espelho da sociedade brasileira. Gostaria eu de te-lo escrito.

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