Não basta ser líder. Blog do Mário Marinho
Nem mesmo a vitória fácil, 3 a 0, sobre o Bordeaux, aliviou a fúria da torcida do PSG da furiosa torcida que leva o nome de Boulogne Boys, extremado grupo que nasceu no famoso parque Bois de Boulogne lindo, porém, de fama pouco recomendável.
Está certo que a fácil vitória foi sobre o lanterna do campeonato francês, mas assegurou a liderança do PSG, 65 pontos ganhos, contra 50 do Olympique, seu perseguidor mais próximo.
A razão da fúria da torcida que não perdoou Neymar e Messi (só aplaudiu em peso o gol de Mbappé) nem as boas jogadas proporcionadas pelo dois é ainda a eliminação nas oitavas de final da Champions League para o Real Madri, na semana passada.
A Champions é a mais charmosa competição do futebol mundial, reunindo os melhores e mais ricos do planeta.
Começou a ser disputada na temporada europeia de 1955-56 e teve o Real Madri como campeão. Aliás, o Real vivia a sua grande fase e venceu a competição por 5 anos seguidos.
É até hoje o maior vencedor com 13 conquistas.
Em segundo lugar vem o Milan com 7 títulos.
Seguem o Liverpool e o Bayern de Munique, ambos com 6; e o Barcelona com 5, para ficar nos cinco primeiros.
A França conquistou apenas uma vez com o Olympique de Marselha.
A conquista da Champions tornou-se uma obsessão para a comunidade do PSG, assim como o mundial da Fifa para o Palmeiras.
Mas vaiar o próprio time?
Essa é uma eterna discussão: a torcida tem o direito de vaiar seu time?
Há quem diga que a vaia é o aplauso dos descontentes.
Nos anos 80, eu era o Chefe da equipe de Esportes do Jornal da Tarde e tinha o Roberto Avallone como subchefe. Cabia a ele criar e elaborar a pauta do dia.
No fechamento do jornal, à noite e já de madrugada, eu sempre deixava um recado para ele, dizendo como havia sido o fechamento, problemas, elogios e sugestões para a pauta.
A Seleção Brasileira havia jogado no Morumbi e foi terrivelmente vaiada. A torcida foi muito criticada por causa da vaia.
Sugeri ao Avallone uma pauta sobre o direito da vaia.
No dia seguinte, pela manhã, o telefone toca em minha casa. Era o Avallone.
– Marinho, você não está defendendo que a torcida tem o direito de vaiar a Seleção Brasileira, está?
– Avallone, acho que devemos discutir se existe esse direito ou não.
– Eu acho que não pode. Vaiar clube, tudo bem. Mas, Seleção, não.
– Tudo bem, mas, vamos discutir esse assunto. Coloque repórteres para ouvir jogadores, dirigentes, jornalistas, até um psicólogo. Se você quiser, coloque a sua opinião. Eu vou colocar a minha.
A matéria ocupou duas páginas do JT.
E, claro, foi inconclusiva. Mas a pauta serviu ao seu propósito: discutir o direito de vaia.
Há quem não admita a vaia nem para os clubes – ou, principalmente, para os clubes.
Vinicius Marinho, meu neto de 20 anos de idade e corintiano há mais de um século, acha um absurdo o torcedor vaiar seu próprio time.
– Vô, corintiano não vaia o Corinthians.
O jornalista Gilberto Mansur, dono de ótimo texto e da ótima cachaça Espírito de Minas, concorda.
– Atleticano de verdade não vaia o Galo.
Paulistão
na reta final
A fase classificatória do Paulistão vai chegando ao seu final. Quase todos os clubes já disputaram 11 das 12 rodadas desta fase.
O Palmeiras é disparado o melhor time da competição com 26 pontos em 10 jogos.
Além do Verdão, Corinthians e São Paulo já estão classificados. O Santos está em situação difícil: no seu grupo, o RB Bragantino já está classificado com 19 pontos: em segundo vem o Santo André, com 12; Santos, 10; Ponte Preta, 8.
O Santos tem ainda dois jogos por fazer, precisa vencer ambos e torcer por um tropeço do Santo André.
Santos – quem te viu e quem te vê.
Campeonato
Mineiro
O Atlético venceu o Democrata, na cidade de Sete Lagoas, no sábado, por 1 a 0 e a torcida achou pouco. Já há atleticanos se manifestando contra o técnico argentino “El Turco Mohammed”.
Calma, gente.
O Cruzeiro aplicou escandalosa vitória sobre o Pouso Alegre, 5 a 1.
Os dois são líder e vice-líder do Campeonato.
Já o meu América, preocupado com a Libertadores, está em modesto sexto lugar.
Os gols do fim de semana:
Por falar em gols, vamos curtir alguns dos golaços do lateral Roberto Carlos.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR) ____________________________________________________________________