Em busca da Paz perdida. Blog do Mário Marinho
O Mundo assiste com crescente horror à guerra que Vladimir Putin trava contra a Ucrânia liderada por seu jovem presidente Volodymyr Zelenski.
São terríveis, chocantes, as cenas de mulheres, crianças, idosos que correm desesperados pelas ruas da cidade em busca de improvisados abrigos antiaéreos nas estações de metrô.
Mas também são bonitas as imagens de voluntários solidários que que não param de ajudar, arriscando suas vidas e vindos de todos os lados – inclusive de brasileiros.
Jornalistas, que também arriscam suas vidas, usam as armas que têm – máquinas fotográficas, celulares – para mostrar ao mundo o que acontece.
Suas imagens só não chegam à Rússia, onde Putin, com sua mão de ferro e seu extremado cinismo amordaçou a imprensa e ameaça com até 15 anos de prisão quem chamar a sua guerra de guerra.
O nome que ele dá ao morticínio é “operação militar especial”.
Seria até engraçado se não fosse trágico e mostra que Putin é um estadista que se tornou mau comediante, enfrentando um comediante que se tornou estadista.
O mundo livre reage com sanções econômicas para evitar em confronto armado que pode se transformar na Terceira Guerra Mundial, que Putin olha e deseja com juvenil volúpia.
Mas, quem não tem uma estúpida guerra para satisfazer seus instintos animais, dá um jeito de criar uma.
Assim, em Querétaro, no México, uma briga que começou entre torcedores nas cadeiras, se alastrou para o gramado e tornou-se verdadeira batalha campal com direito a cenas de estúpida covardia.
Pessoas caídas são chutadas, pisoteadas, mostrando que a vida, ali, não tem o menor valor.
O saldo foi de cerca de 30 feridos atendidos em hospitais três dos quais permanecem internados em estado grave.
Os jogos do fim de semana do campeonato mexicano foram suspensos e as autoridades prometem punição rigorosa aos envolvidos.
A conferir – sem muita fé de que culpados serão identificados e punidos.
Veja algumas das fortes imagens:
Aqui, no nosso Brasil varonil tivemos também cenas bestiais.
Em Belo Horizonte, o bairro da Boa Vista, Zona Leste, tornou-se palco de pancadaria entre torcedores do Atlético e do Cruzeiro, na manhã de ontem, horas antes do jogo que os dois times travariam no Mineirão.
A Polícia informou que dois homens foram baleados, socorridos e levados para o Hospital João XXIII. Um deles, Rodrigo Marlon Caetano Andrade, de 25 anos, torcedor do Cruzeiro, não resistiu aos ferimentos e morreu.
A selvageria marcou presença também em São Paulo.
Poucas horas depois do clássico em que o São Paulo venceu o Corinthians (1 a 0) torcedores se encontraram na estação Primavera, Zona Sul, e o pau quebrou.
Durante 15 minutos os trens tiveram sua circulação interrompida.
Quatro pessoas foram detidas. Não há informações sobre feridos.
Vale lembrar, que São Paulo e Corinthians jogaram no Morumbi com a presença apenas de torcedores do vitorioso Tricolor.
Fica a pergunta, o que adianta as autoridades tomarem providências para que o jogo seja assistido por uma só torcida, evitando que esses inimigos se encontrem se, na verdade, o que eles querem é se encontrar?
E se matar, se possível.
Bola
rolando…
A rodada do Paulistão foi aberta com a vitória do São Paulo, 1 a 0, sobre o Corinthians.
Foi vitória importante para a classificação do Tricolor à fase seguinte do Campeonato e também para dar um pouco de paz, um pouco de ar para que o técnico Rogério Ceni consiga respirar.
Boa vitória, porém, nada de um futebol vistoso, convincente.
O Corinthians, já classificado, até jogou bem, mas, não conseguiu sequer o gol de empate.
Ontem, jogando em casa, o Palmeiras conseguiu mais uma vitória que garantiu sua classificação e o coloca com a melhor campanha desta fase do Paulistão.
Jogo morno. O Verdão jogou apenas o necessário.
Em Minas, o avassalador Galo venceu mais uma.
Desta vez em cima do profundo e visceral inimigo Cruzeiro.
E tem mais: foi de virada – perdia por 1 a 0 e ganhou por 2 a 1.
Como sempre canta em suas transmissões, o eloquente e vibrante Osvaldo Maciel diz que de virada é mais gostoso.
Veja os gols do domingo:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR) ____________________________________________________________________
Esplêndido comentário, Marinho.
Precioso.
Antônio Contente.
Parabéns pelo ótimo texto, Marinho.
A indignação é arma dos bons.
Me orgulho do meu afilhado.
Marco Antônio de Rezende