Dicas de relaxamento de tudo isso. Por Marli Gonçalves
Vocês sabem que eu não faço outra coisa a não ser pensar em formas de tentar tornar nossas vidas pelo menos um pouco melhores, não? Divertidas. Razoáveis. Sei bem o quanto está difícil. Então hoje vamos ter um momento relax, com sugestões de como se distrair sem perder o rebolado. Nem que seja por momentos.
Meu objetivo, pretendo ajudar com pílulas de relaxamento, mas entendi agora por que e que tem mais gente buscando tentar nos aliviar da realidade, tão dura, de pandemia, mortes, essa política pavorosa na qual estamos metidos, e agora até uma ameaça de guerra que, ocorrendo, sobra pra nós, respinga aqui, e agora mesmo vamos mandar uma bomba para a Rússia, na viagem acompanhada de uma comitiva de bombinhas.
Está duro. É fake news para tudo quanto é lado. Ignorância e desequilibrados virando influenciadores (essa palavra começa a me dar ziquizira) do mal, os jornais e telejornais, os jornalistas sérios, coitados, acuados, obrigados que somos a noticiar os fatos como eles são, dia após dia. Tudo em crise, especialmente econômica.
Claro que deve ter notado nos últimos tempos uma mudança radical e mais forte na programação da tevê, aberta, fechada, e daquelas que vão onde quer que se vá. Os realities ganharam uma força descomunal, e eles são de todos os tipos, desde o BBB, seguido pela A Fazenda, o tal Power Couple, ex-couples, os de sexo, que juntam gente gostosa para ver no que dá, onde dá e quem dá. E de comida, outros tantos. Engraçado é que viram coisa mais séria quando a imprensa é obrigada a dedicar manchetes, espaços e mais espaços para eles, como se fossem grandes acontecimentos, sempre, uma realidade paralela. Nunseiquem beijou nunseiquem. Nunseiquem saiu, chorou, riu, comeu com a boca aberta, “mostrou mais do que devia” (frase irritante que toda hora a gente lê por aí). Vote. Ah, em quem quer que fique; quem quer que vá.
Ok, é que essas coisas distraem. É descobrir qual é o mascarado que está por trás da fantasia. Acompanhar quem canta melhor, faz virar cadeiras, de todas as idades. Ficar vendo aqueles pratos deliciosos sendo feitos e mostrados, embora o país volte a ter a fome como uma de suas mazelas. Tem até um desses, Mestres da Sabotagem, que nos diverte ver os caras se ferrando atrás de algum trocado e visibilidade.
De tantas mentiras por aí, apareceu um quadro na tevê onde se tenta descobrir quem fala a verdade, e que mostra como é fácil enganar alguém na cara dura. Mentem até para padre. Outros quadros, musicais, tocam os primeiros acordes de músicas que, – socorro! – se eu participasse estava ferrada, porque não conheço ninguém dessas pessoas, ritmos, sucessos – pior é que tem gente que sabe as letras inteiras, e aliás que são muito para lá de ruins.
A moda da hora são os “Quiz”, jogo de perguntas, valendo em geral algum dinheiro, o Show do Milhão em outras versões. Zeca Camargo comanda diariamente o 1001 Perguntas. Isso até é legal, porque dá para de casa aprender umas coisas, checar nosso próprio conhecimento. Aliás, perceber também o quanto estamos muito aquém na educação, e como faltam informações gerais básicas em alguns participantes.
Mas você precisa sair de casa, para arejar um pouco. Largar das telas. Aqui entram minhas singelas sugestões. Placas de carros; agora, com essas do Mercosul, ilegíveis, tiraram nosso prazer de ler de onde eram as pessoas, de quais cidades, muitas de nomes bem legais. Nessas novas só dá para tentar escrever palavras.
Você pode contar quantas pessoas encontra com os cabelos descoloridos, que muitos resolveram virar grisalhos ou loiros de uma hora para a outra. De repente, modas aparecem, e somem como vieram. Dá também para contar quantas mulheres vê com vestidos coloridos arrastando pelo chão. Vai ficar impressionado. Quantas pessoas vê com roupas luminosas, fluorescentes, lâmpadas; às vezes é só o tênis. Brilha tanto que você nem repara na pessoa.
Enfim, relaxar, que a coisa não está fácil, mesmo.
Você deve ter outras ideias e sugestões do que pode, de graça, nos distrair um pouco, nos fazer virar um pouco crianças novamente, sorrir, comentar. Manda mais ideias, porque parece que vamos precisar muito delas.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano – Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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Gente sem máscara pelas ruas.
Quantos semáforos/pontos de ônibus (meu caso que não tenho carro) de casa até o local desejado.
Quantas pessoas SEM celular na mão andando por aí.
E quantas falando nele.