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Fim de uma aventura chamada Sylvinho. Blog Mario Marinho

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Terminou na noite desta quarta-feira, após 10 meses, a aventura que foi a contratação do ex-lateral esquerdo Sylvinho para técnico do Corinthians.

Aventura é aquele acontecimento que tanto pode dar certo, como não; tanto pode consagrar, como condenar.

Como se sabe, Sylvinho foi um bom lateral esquerdo no Timão.

Mas como técnico tem carreira curta, incipiente.

Foi auxiliar técnico do Vágner Mancini no Cruzeiro de BH e no Sport do Recife.

Assumiu a direção técnica do francês Lyon, que tinha como gerente esportivo o ex-jogador Juninho Pernambucano, e por lá ficou apenas poucos meses.

É muito pouco tempo para assumir um time da grandeza do Corinthians e sujeito a pressões do tamanho de sua enorme grandeza.

Para tornar esse risco maior ainda do que a travessia em um cabo de aço sobre as cataratas do Niágara, deve-se levar em conta que o Timão, envolto em forte crise financeira, não tinha – nem tem – um grande elenco.

É claro que Sylvinho fez tudo o que estava a seu alcance. Porém, ele ainda é de curto alcance.

No jogo que determinou a sua queda – derrota de virada para o Santos, 2 a 1, pelo Paulistão – ficou patente o quanto é desorganizado o Timão.

Lembrou-se o Clube Atlético Riachuelo, time que eu ajudei a fundar, dirigir e do qual fui goleiro lá em Belo Horizonte, no começo dos anos 60, que era dirigido por uma pessoa muito amável, o Valter Candelária.

Toda semana o discurso do Valter Candelária era o mesmo.

Time reunido em torno dele, à beira do campo, ele pegava as camisas e começava a distribuir:

“Mário, Você, claro, é o goleiro; Vadinho, Você vai na lateral direita”... dizia ele e entregava a camisa correspondente.

“Você, Juca é o zagueiro ao lado do Chicletes. Cês vão jogar prantado na frente da área. Chicão, na lateral esquerda”… (ele falava prantado mesmo!)

E escalava o time. E distribuía a camisa. E depois batia palmas com força e enchia o peito: “Vamos lá, vamos ganhar esse jogo”.

Em campo, cada um fazia aquilo que achava melhor.

Assim tem sido o Corinthians nos últimos 10 meses.

Até que conseguiu o milagre de colocar o time na Libertadores. Milagre mesmo. Porque não tem futebol para tanto.

As aventuras, como eu disse acima, às vezes dão certo, às vezes dão errado.

O Corintiano espera agora de seus dirigentes, que a nova contratação não se baseie apenas na possibilidade de uma aventura.

O elenco tem jogadores bons e até possível montar um bom time.

Nada de pensar em vencer a Libertadores e ir disputar o mundial.

Nada disso, pé no chão.

Vai, Verdão, em

busca de seu sonho.

Outra vez lá está o Palmeiras no Oriente em busca de um sonho que o livre do pesadelo que o acompanha há tempos.

Antes de mais nada, aviso: não vou entrar na discussão se o Palmeiras tem ou não Mundial.

Até porque minha posição é clara e dotada de plena lógica: para levantar o título de uma competição, é preciso que essa competição exista.

Não é o caso do Verdão que foi campeão com méritos da Copa Rio, disputada com jogos em São Paulo e Rio de Janeiro, em 1951.

Foi um torneio internacional de altíssimo nível, organizado pela CBD (Confederação Brasileira de Desportos) que mandava no futebol brasileiro da época.

Era preciso levantar o moral internacional do futebol brasileiro terrivelmente abatido pela derrota para o Uruguai na Copa de 1950, em pleno Maracanã.

O Palmeiras fez isso. E com brilhantismo levantou o caneco da Copa Rio.

Dirigentes palmeirenses trabalharam com afinco, anos depois, no sentido de que a Fifa reconhecesse o título como mundial.

A Fifa fez isso e depois voltou atrás.

Há alguns anos, ouvi uma declaração do dirigente Mustafá Contursi, ex-presidente do Palmeiras, sobre o assunto.

– Para mim, como palmeirense, eu acredito e digo que o Palmeiras tem mundial. E acho que todo palmeirense deve também acreditar. E é isso que interessa: a opinião do nosso torcedor.

Então, dou o assunto por encerrado.

Mas, nada como um título conquistado lá no Catar, com toda certeza em jogo contra o Chelsea, para acabar com essa discussão.

E o Palmeiras chega pronto e inteiríssimo para essa competição.

Após as conquistas do ano passado, o Palmeiras teve tempo para descansar seu elenco e mentalizar a conquista.

É um excelente time e tem a vantagem de ser dirigido pelo mesmo técnico há dois anos o que, em se tratando de futebol brasileiro, é muito tempo.

Seu adversário em potencial, o Chelsea, está em terceiro lugar no campeonato inglês, 10 pontos abaixo do líder, o Manchester City.

Time por time, o Palmeiras é o favorito.

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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1 thought on “Fim de uma aventura chamada Sylvinho. Blog Mario Marinho

  1. MMARINHO. Verdade. Está difícil assistir futebol brasileiro. As vezes, mais de uma vez por ano, muda -se totalmente o time. Cadê a identidade com o torcedor ? Cabelos descoloridos, tatuagens pelo corpo todo, calção com um dos lados arregaçar. Clubes tradicionais, campeões do mundo caindo para a segunda divisão. Está difícil ficar noventa minutos frente a TV assistindo mediocridades. ( e quando transmitem! ). Abç.

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