Fake news (anglicismo pandêmico). Por Meraldo Zisman
Pandemia (do grego πανδήμιος «de todo o povo») é uma epidemia de doenças infecciosas, sejam elas causadas por vírus ou bactérias que se espalham entre populações localizadas numa grande região geográfica.
No que concerne ao termo anglicismo do título, serve para classificar palavras do inglês que utilizamos em nosso idioma ou, se desejarem, uma maneira de dar mais charme aos nomes e às coisas ou aos acontecimentos. Esclarecido isso, aludo que as tais de “fake news” são uma excrecência de significado dúbio ou camuflado, de caráter muito perigoso quando passa a ser prática comum nessas contemporaneidades informatizadas dos conceitos de pós-verdade. Deveríamos ter precaução e vigilância dobrada neste momento de viés político, principalmente em ano eleitoral, com o que eu denomino Primeira Pandemia Informatizada.
A sociedade de hoje vive sob uma tormenta de informação veiculada e generalizada por mídias de todas as espécies e que ferve no virtual, sobretudo.
Substantivos e adjetivações fazem parte das denominadas ficções coletivas criadas pelo Homo dito Sapiens e resultam, por exemplo, em várias esquerdas e diferentes direitas.
Sejam elas quais forem, têm de respeitar a coletividade dos seres humanos e, se não o fazem, é bom atentarem para que não existem vacinas para combater malefícios informatizados.
Com isso não pretendo defender a ausência de Estado, mas sim uma circunstância que garanta proteção mínima para todos num “jogo cortês”, no sentido de um comportamento minimamente civilizado. A falta desse respeito ao próximo provocou, com intensidade nunca vista, a disseminação de boatos, fofocas, disse-me-disses, tendo esse conjunto de inverdades sido apelidada pelo anglicismo/neologismo fake news (notícias falsas).
Em vez disso, poderíamos utilizar a nossa velha badalação da informação e lembro ainda que neologismos, circunlóquios ou eufemismos de fato acirram a polarização, mais perigosa que qualquer vírus ou suas mutações. Cuidado com essa polêmica sobre vacinar ou não vacinar. O que estou presenciando é um extremismo ideológico, que nada tem a ver com as tais de “feiquenius”.
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Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.
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Caro Meraldo
o extremismo ideologico sempre se aproveitou de fake news para trazer grandes desgracas à humanidade
excelente artigo, como sempre
aguardamos o proximo
Caro Dr. Meraldo,
No oceano de informações da internet, o que garante legitimidade na navegação, é para onde, como e a quem você dirige sua concentração. Mediocridade ativa, é algo que deprimente! E, o seu impacto, extremamente nocivo.
Mais um brilhante artigo!
Gostei por ser uma abordagem didática sobre temas atuais e que os que dominam a política dificultam, por conveniência, o acesso aos significados, relativizado os mesmos e dando a explicação mais rasa possível, o que poderá levar ao entendimento e caminho para que a massa de manobra chegue onde querem!! Isso o meio virtual concede a quem domina o seu conhecimento, o de brincar criando ilusionismos convenientes