Sua Excelência VAR. Blog do Mário Marinho
No joguinho de ontem (joguinho não é no sentido carinhoso, é pejorativo mesmo!) que fizeram Equador e Brasil (1 a 1) a grande figura, o protagonista foi sua Excelência, o VAR.
Ninguém brilhou tanto.
O VAR propiciou cenas jamais pensáveis e vistas no futebol mundial: o mesmo jogador levar cartão vermelho duas vezes e continuar em campo.
Já classificado para a Copa do Catar e, portanto, livre desse peso, esperava-se que o time brasileiro fosse leve, livre e solto em campo.
E até pareceu que isso iria acontecer, pois logo aos 5 minutos de jogo fez 1 a 0, com Cassimiro.
Poucos minutos depois, a primeira atuação do VAR.
Mateus Cunha arrancou em direção do gol adversário, levando o marcador aos trancos e barrancos, quando levou um chute no pescoço. Isso mesmo, no pescoço.
O juiz nada marcou até que o VAR o chamou na responsabilidade.
Só aí interrompeu o jogo e foi ao local do sinistro.
Só depois de ver a ferida ainda não cicatrizada no pescoço do atacante brasileiro é que decidiu pela expulsão do goleiro Dominguez, do Equador.
Vai ficar ainda mais fácil, pensamos eu e milhões de brasileiros que assistiam ao jogo.
Passaram-se só alguns minutos e o lateral brasileiro Emerson Royal levou o segundo cartão amarelo e tomou o rumo de casa.
Com 10 jogadores, assim como o adversário, Tite tomou a discutível decisão de tirar Philippe Coutinho e substituí-lo pelo sr. Daniel Alves (eu sempre chamo os mais velhos de sr. ou sra.)
Não que o Philippe Coutinho estivesse jogando barbaridade. Nada disso. Mas tirou do jogador a chance de mostrar serviço.
Pouco depois, o VAR mostraria serviço.
O bom goleiro brasileiro, Alisson, saiu com os pés em uma jogada aérea e mandou a bola pra longe. Na sequência, o atacante Enner Valencia de encontro ao pé do Alisson, que fazia movimento absolutamente natural.
O juiz colombiano Wilmar Roldan, que goza de boa fama, não teve dúvidas: arrancou o cartão vermelho e expulsou o goleiro brasileiro.
Aí vieram as justas reclamações dos brasileiros. No ouvido do sr. Roldan, chegou o aviso do VAR: é melhor dar uma olhada no lance.
O juiz foi lá e voltou com outra decisão: trocou o vermelho pelo amarelo. Palmas para o VAR.
Mas o incansável VAR voltaria a atuar.
Aos 9 minutos do segundo tempo, o atacante Estupiñán driblou o sr. Daniel Alves e caiu na área, num lance que teve também a participação do Rafinha.
Roldan não teve dúvidas e marcou o pênalti. Mais uma vez, chamado pelo VAR às favas, reviu o lance e mudou de opinião.
A situação voltaria a acontecer já nos acréscimos, quando Alisson disputou bola com o atacante equatoriano que, atingido na cabeça, caiu.
O lance foi dentro da área e mais uma vez o juiz colombiano tirou o cartão vermelho e mostrou para o goleiro brasileiro. Pênalti e expulsão.
Mais reclamações, diz-que-diz, paralisação e outra vez o juiz foi “aconselhado” pelo VAR a rever o lance.
E mudou de opinião.
O Equador, aos 29 minutos do segundo tempo, havia conseguido o gol de empate e foi esse o resultado final do jogo: 1 a 1.
A certeza clara que ficou é que essa Seleção Brasileira não ganha de ninguém.
Na Copa do Mundo, a menos que algum milagre ocorra, o Brasil será mero coadjuvante.
Não tem time para uma Copa do Mundo.
Pode ser que a volta do Neymar mude as coisas, desde que ele decida jogar futebol e não fazer teatro dentro de campo.
Eu costumo dizer que um bom time precisa ter, pelo menos, um jogador que meta medo ao adversário.
E pergunto a você, amigo leitor, qual é o jogador dessa seleção que mete medo a um adversário?
Só resta o discutido Neymar.
Volto a fazer a ressalva: se ele resolver jogar futebol.
Veja os melhores momentos:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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