Filosofia com poesia. Por Meraldo Zisman
Dizem do grego Anáxogora (500 – 428 A.C.), ser o autor da distinção entre: soma (corpo) e psique (alma).
Platão manteve este dualismo. Aristóteles (384 – 322 A.C.), modificou este conceito ao proferir o hilemorfismo (“morfhe” — forma; “Hilé” — Matéria, isto é, a alma dá forma ao corpo, numa unidade substancial). Estas ideias foram incorporadas pelo Tomismo – O tomismo é a filosofia escolástica de São Tomás de Aquino (1225 – 1274), e se caracteriza sobretudo pela tentativa de conciliar o aristotelismo com o cristianismo. Procurando assim integrar o pensamento aristotélico e neoplatônico, aos textos da Bíblia, gerando uma filosofia do Ser, inspirada na fé, com a teologia científica (pt.wikipedia.org/wiki/).
Até que Descartes (1596 – 1650) voltou ao antigo dualismo.
Esse dualismo foi aceito pela maioria dos pensadores até o século XIX, quando o advento do Positivismo (defende a ideia de que o conhecimento científico seria a única forma de conhecimento) voltou a chamar a atenção para a unidade do Homem.
Portanto, é bastante válido: não atentar para aparências, porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem enxerga o exterior, porém o Senhor vê o coração (1: Samuel; 16,7).
Envolver, interrogar e escutar são os únicos caminhos para o conhecimento de nós mesmos. Portanto, tomo a liberdade de repetir a quadrinha do poeta gaúcho Mário Quintana (1906 – 1994)
“Não há tolice que se diga agora/
que não tenha sido dita antes /
Por um sábio grego de outrora”…
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Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.
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