Péssimo presente para o Rei. Blog do Mário Marinho
Quando cheguei de Belo Horizonte para o Jornal da Tarde, em 1968, fui escalado para cobrir um treino do Santos na Vila Belmiro e acabei ficando o ano todo como o repórter que ia todos os dias, quase que infalivelmente, cobrir o Santos. Repórter que, na época, chamávamos de setorista.
O Estadão tinha lá na cidade de Santos uma sucursal e o repórter Carlinhos Winter, que cobria o Santos. Carlinhos tinha cabelo tão brancos quanto os meu de hoje. Era um bom repórter, atencioso, cuidadoso.
Mas o JT não gostava de aproveitar material das sucursais. Sempre que possível, queria matéria exclusivas, ângulos diferenciados, personagens, histórias – exigências que tornaram o Jornal da Tarde, grande, histórico, uma revolução no jornalismo.
No dia 23 de outubro de 1968, Pelé completou 28 anos. Fiz matéria sobre seu aniversário. Nada de uma grande matéria, pouco mais que o registro, já que não era uma daquelas datas que costumamos chamar de redondas.
Durante um ano, conversei com Pelé quase todos os dias.
Depois passei a fazer outras coberturas, mas, jamais esqueci do aniversário do Rei.
Neste sábado, dia 23, ele completou 81 anos.
O seu Santos, que carrega o título de já ter sido o melhor time do mundo, entrou em campo no sábado precisando desesperadamente da vitória para se distanciar da escorregadia Zona do Rebaixamento.
O adversário, o América, meu América tão mineiro quanto eu.
Entre o meu América e o Santos do hoje aposentado Pelé, mas, ainda Rei, há uma diferença equivalente à profundidade o pré-sal.
A torcida santista comemorou, dando como certa a vitória e os três urgentes pontos.
E se deu mal.
O América não só venceu por 2 a 0, como foi melhor em campo. O que aconteceu não foi uma daquelas vitórias ocasionais, fruto de algum lance infeliz. Foi de um time melhor do que outro em campo. E quem diria: o América melhor que o Santos.
O que poderia ter sido um presente para o Rei, três pontos fáceis, mostrou-se sentida perda, tremendo prejuízo.
O Santos está agora na 17ª posição. É o líder dos rebaixados.
Na quarta-feira, vai enfrentar o Fluminense que vem embalado por uma vitória contra o Flamengo. E já está de olho numa vaga para a Libertadores.
Depois, vai enfrentar o Atlético PR, lá em Curitiba, no momento em que, agora, faz diferença jogar em casa porque a presença de torcedores já está sendo liberada.
Enfim, não é nem pouquinho suave a vida do Santos para escapar do Rebaixamento.
Faltam apenas 10 rodadas para o fim do Brasileirão. Esse é o momento que um time ameaçado, como Santos, deveria estar e alta, em recuperação. Mas não é o que está acontecendo.
É claro que as chances matemáticas existem. Porém, o futebol não é nada matemático.
Veja os melhores momentos:
O futebol ganha
uma obra e tanto
Apesar de sermos o País do futebol, a biblioteca do futebol não é das mais ricas, das mais extensas.
Também a memória do futebol não é muito reverenciada, guardada.
Por isso, é preciso aplaudir essa obra que acaba de ser lançada – de pesquisa e luxos incomparáveis. Uma homenagem ao nosso futebol.
A obra é da Federação Paulista de Futebol e foi executada por dois jornalistas-pesquisadores: Rodolfo Kussarev e Bernardo Itri.
“125 anos de História – A enciclopédia do Futebol Paulista” comemora os 125 anos da chegada de Charles Miller no Porto de Santos, da primeira partida – enfim, do início do futebol em São Paulo.
São 556 páginas com designer criativo, agradável, que facilita a leitura desse belo e completo documento.
É o resultado de 4 anos de muito trabalho, reproduzindo em suas belas páginas todas as competições estaduais de São Paulo.
A obra, que tem a parceria da Kalunga, empresa que tem seu nome ligado ao futebol há décadas, está sendo anunciada no site Amazon por R$ 199,00.
Imperdível para que gosta do futebol, principalmente suas gloriosas páginas escritas em São Paulo.
Veja os gols do Fantástico:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Quem diria que um dua o Santos de tantas glórias estaria nessa árdua situação !
O mundo dá muitas voltas e no futebol não é diferente . Quem diria que o América , um dia ,estaria em vantagem , na classificação sobre o Santos do Rei Pelé .
Santos esse tão temido por todos e que foi derrotado , em 1966 pelo Cruzeiro Esporte Clube , quase um desconhecido dos paulistas , de onde saiu Campeão em plenas terras santistas , depois de ser derrotado peli placar elástico de 5 x 2 , no Mineirão .
Daí em diante , o Santos já não era mais invencível .