A Zebra estará em campo esta noite? Blog do Mário Marinho
A ZEBRA ESTARÁ EM CAMPO ESTA NOITE?
BLOG DO MÁRIO MARINHO
Em condições normais de temperatura e pressão, o Flamengo se tornará Campeão Brasileiro esta noite, derrotando o São Paulo, no Morumbi.
No outro jogo, dentro das mesmas condições, o Internacional derrotará o Corinthians.
As afirmações teriam força de verdade não fosse um detalhe muito simples: a imprevisibilidade que toma conta do futebol e o eleva a patamares míticos e de esporte mais apaixonante do mundo.
A imprevisibilidade atende pelo nome de Zebra.
Como se sabe, a história da zebra no futebol remete ao técnico Gentil Cardoso, excelente frasista. Ele dirigia o Vasco da Gama, em 1952, que iria enfrentar o pequeno Olaria pelo Campeonato Carioca, quando um repórter perguntou-lhe que perigo representava o Olaria naquele jogo.
O criativo técnico respondeu:
– Sabe qual a possibilidade da vitória do Olaria? É a mesma de dar zebra no jogo do bicho.
O Jogo do Bicho, muito forte e popular naquela época, reunia 25 animais, mas, não tinha zebra. Portanto, era impossível dar zebra no Jogo do Bicho.
O forte time do Flamengo chega ao jogo final desta noite embalado.
Depois de alguns tropeços e desencontros com a chegada do técnico Rogério Ceni, o Mengão retomou o caminho da vitória e a última delas foi sobre o Internacional que já pintava como campeão.
O São Paulo, em sentido contrário, pintou como campeão por boa parte do Brasileirão que liderou e chegou a colocar sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado.
Depois, como suave e sensível manteiga exposta ao calor, foi derretendo.
Sua última façanha foi ser derrotado pelo rebaixado e lanterna Botafogo.
Em Porto Alegre, só a zebra pode acalentar vitória do Corinthians sobre o Internacional.
Fraco de elenco, fraco de direção, o timão não será páreo para o Inter.
Mas, o futebol está recheado de histórias de zebras.
Como esquecer a derrota do Brasil na Copa de 1950, quando perdeu o título para o Uruguai, em pleno Maracanã?
Foi um desespero para as 200 mil pessoas que lotaram o Maracanã e para milhões de brasileiros que acompanhavam pelo rádio a esperada festa que se transformou em tragédia.
Brasil 1 x 2 Uruguai, 1950.
Em 2004, o Santo André venceu o Flamengo, no Maracanã, e sagrou-se campeão da Copa do Brasil.
Em 1986, o pequeno Internacional de Limeira, simpática cidade do Interior de São Paulo, venceu o Palmeiras no Morumbi e sagrou-se Campeã Paulista.
Em 1985, Bangu e Coritiba decidiram o Campeonato Brasileiro, no Maracanã. O Bangu deixou Internacional e Vasco para trás em uma das fases de grupo do Brasileirão de 1985. O Coritiba passou no grupo que tinha o Corinthians. O time paranaense ainda eliminou o Atlético MG e chegou à final mais inesperada do Brasileirão até então, contra o Bangu. O título só saiu nos pênaltis, com vitória do Coxa por 6 a 5.
A gloriosa história do futebol está repleta de histórias como essas, aqui lembradas pelo site www.torcedores.com .
História
Dentro da história
Naquela noite de 1986, em que a Inter de Limeira derrubou o poderoso Palmeiras, eu era Editor de Esportes do Jornal da Tarde.
Roberto Avallone era o subeditor e Sidnei Mazzoni era redator, ambos em minha equipe de esportes, ambos palmeirenses, ambos falecidos, ambos saudosos.
Eles saíram da redação do JT, na Marginal do Tietê, para o Morumbi, certos de que participariam de uma grande festa. Afinal, o Verdão não era campeão desde 1976.
Ali perto da redação existia um motel famoso na época, que se chamava Motel Guarujá.
Ao passarem em frente ao Motel Guarujá, Mazzoni provoca o amigo.
– Avallone, imagina agora, aqui no Motel Guarujá a Vera Fischer te convidando para entrar. Imagina só.
Avallone responde de pronto:
– Que Motel que nada, que Vera Fischer que nada! O negócio é o Palestra, Exclamação! Vera Fischer vai ter que esperar. Palestra campeão!
Na volta do Morumbi, ambos calados, derrotados, arrasados. Passam em frente ao Motel Guarujá e Mazzoni olha para o Avallone.
– Não fala nada, fica calado.
Murmurou o saudoso amigo, sem exclamação, sem nada.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Boa tarde Marinho,
Ainda bem que você não colocou resultados dos jogos, pois era certeza que a maioria você erraria ( aliás eu também ). Mas boa matéria sobre a origem da zebra, assim como a frequência de aparecimento.
Abraços