E ficou tudo para o final. Blog do Mário Marinho
E TUDO FICOU PARA O FINAL
BLOG DO MÁRIO MARINHO
Chacrinha, fenômeno de comunicação do Brasil nos anos 1960-80, costumava definir o seu programa como “um programa que só acaba quando termina”.
E assim está sendo esse Brasileirão 2021, pandêmico e turbulento, que reservou suas emoções até à última rodada que acontecerá nesta quinta-feira.
No Rio, o Flamengo assumiu, pela primeira vez, a liderança do Brasileirão.
Liderança que teve vários ocupantes ao longo dessas 37 rodadas.
O São Paulo foi um dos líderes com pinta de campeão e chegou a abrir sete pontos de vantagem sobre seu mais próximo perseguidor, exatamente o Internacional.
O Tricolor paulista despencou ladeira abaixo e passou a liderança exatamente para os gaúchos.
No jogo de ontem, bastava o empate para o Inter manter o ponto de vantagem e tornar-se campeão em casa.
E deu mostras de que conseguiria, pois fez 1 a 0 logo aos 11 minutos de jogo.
Daí para a frente, seria só administrar a vantagem, lembrando que o empate seria também um bom resultado pois manteria os dois pontos de vantagem sobre o Fla.
O gol nasceu de um pênalti bem marcado pelo juiz de Gustavo Henrique sobre Youri Alberto, convertido por Edenilson: 1 a 0, aos 11 minutos.
Aos 28 minutos, Arrascaeta fez o gol de empate, concluindo boa jogada do perigoso e excelente Bruno Henrique que passou pelo lateral Rodinei, foi à linha de fundo e cruzou para trás.
Logo no começo do segundo tempo, aos três minutos, Rodnei foi expulso por entrada violenta no flamenguista Felipe Luiz.
Essa foi uma jogada tremendamente polêmica.
A falta existiu, sem sombra de dúvida. Mas era lance para cartão amarelo ou vermelho?
O juiz consultou o VAR que indicou o vermelho.
Para os jogadores do Inter foi errada a atitude do juiz, pois o lance, nessa visão, teria sido uma falta normal de jogo.
O Rodnei, apesar de ter falhado no gol de empate do Mengo, é um jogador importante. Tanto assim, que um torcedor fez a doação de um milhão de reais para que o Inter pagasse a multa para tê-lo em campo, já que ele está emprestado pelo time carioca.
O certo é que o Flamengo, que já jogava bem no primeiro tempo, se aproveitou dessa vantagem de ter um jogador a mais e chegou ao gol da vitória com Gabigol, aos 17 minutos.
Agora a situação se inverteu.
Na quinta-feira, o Mengo precisa vencer o São Paulo, no Morumbi para tornar-se campeão brasileiro de 2020.
Se isso acontecer, será campeão com seu técnico um dos maiores ídolos do São Paulo, vencendo o time de sua vida e em pleno Morumbi.
Já o Internacional, que tinha faca e queijo na mão, pode ficar sem o título que não vê há 41 anos.
Seu adversário será o fraco Corinthians, mas só a vitória não bastará: dependerá de um empate ou da derrota do Mengão.
No caso de empate do Mengo com o São Paulo, ele somará 72 pontos; na vitória sobre o Corinthians, o Inter somará os mesmos 72 pontos. Ambos ficarão com o mesmo número de vitórias: 21. Porém, o Inter terá um saldo de gols maior: 26 contra 21 do time de Gabigol.
Se o time de Rogério Ceni perder para o São Paulo, ficará com os atuais 71 pontos; se o Inter vencer o Corinthians, chegará aos 72 e será campeão.
Em casos assim, costuma ocorrer a chamada mala branca que é aquele incentivo para um time bater seu adversário.
Será?
Cadê
o futebol?
Quando os jogadores do Corinthians entraram em campo ontem, na Arena Neo Química, para enfrenta o Vasco, eles viram enorme faixa colocada pelos torcedores que diz: “Coragem e Ousadia”.
Mas a ordem, apelo ou pedido não sensibilizou os craques em campo.
O Corinthians precisava vencer para manter o sonho de se classificar para a Libertadores.
O Vasco precisava vencer para continuar a luta contra o rebaixamento.
Em uma situação assim, é de se esperar que os dois times se lancem à luta. Certo?
Não foi o que aconteceu.
Vasco e Corinthians foram dois times sem ousadia e sem coragem.
Dois times medrosos.
Um correndo da sombra do outro.
Foi um espetáculo triste para quem gosta de futebol
O 0 a 0 foi um castigo justo para ambos: o Corinthians deu adeus à Libertadores e o Vasco está rebaixado pela quarta vez em sua história.
Show de gols:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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