Emoção até o fim. Blog do Mário Marinho
EMOÇÃO ATÉ O FIM
BLOG DO MÁRIO MARINHO
Quase 20 anos depois da introdução do sistema de pontos corridos no Brasileirão (e sua consequente organização) muitos saudosistas ainda reclamam e pedem a volta de mata-matas na competição, em nome da emoção.
Tá certo que os mata-matas provocam emoções. Está aí a Copa do Brasil, uma das fases da Libertadores para provar.
Mas o sistema de pontos corridos além de apurar realmente o melhor time ao final da competição também provoca emoções.
A rodada deste fim de semana provou isso.
No sempre belo Maracanã, duelaram Flamengo e Corinthians; não muito longe dali, jogaram Vasco e Internacional.
No Maracanã, Corinthians e Flamengo lutaram bravamente pela vitória.
Para o Corinthians, a vitória significaria um passo importantíssimo para a almejada classificação na Libertadores deste ano.
Para o Flamengo, a luta pelo título.
Lá em São Januário, o Vasco lutava desesperadamente para se ver livre da zona de rebaixamento. Já o Inter, procurava manter a liderança e sedimentar o caminho do título.
Mas não para por aí.
Na Vila Belmiro, o Santos lutava de olho na classificação da Libertadores; já o Coritiba, seu adversário, tentava se livrar da pegajosa zona do rebaixamento.
Em Goiânia, o Goiás se agarra desesperadamente às últimas chances de não ser rebaixado. Já o Botafogo, seu adversário, está irremediavelmente rebaixado.
Então, emoções por todos os lados.
No Maracanã, o Flamengo fez valer sua melhor condição técnica e aos 9 minutos fez 1 a 0. O gol nasceu de uma bola cruzada sobre a área, numa falha que vem se tornando constante na defesa do Timão.
Mas não demorou muito para que o Corinthians conseguisse o seu gol de empate em seu primeiro lance de ataque.
O 1 a 1 estava de bom tamanho para o Timão, mas não fazia parte dos planos do Mengão.
Assim, o atual campeão brasileiro foi à luta e o artilheiro Gabigol confirmou sua competência de goleador e fez 2 a 1.
Lance muito difícil que precisou da atuação, demorada, do VAR para confirmar a validade do gol.
Vitória do Flamengo.
O Mengão (68) está um ponto atrás do Inter (69).
No próximo domingo, os dois se enfrentam no Maracanã.
A vitória do Inter pode lhe garantir o título.
A vitória do Flamengo (assim como o empate) joga a decisão para a última rodada.
Na última rodada, o Mengão pega o reabilitado São Paulo no Morumbi.
Já o Inter recebe o Corinthians em sua casa.
Como se vê, as emoções estão garantidas até o último apito deste pandêmico Brasileirão.
Em São Januário, o Internacional manteve a liderança vencendo o Vasco por 2 a 0.
Nota lamentável nesse jogo é que o VAR apresentou defeito exatamente quando foi consultado a respeito do primeiro gol do Inter.
A explicação técnica é que o aparelho estava “descalibrado” seja lá o que isso signifique.
O Vasco vai acionar a CBF e pedir anulação do jogo.
A rodada serviu também para importantes reabilitações.
O Palmeiras, depois do fiasco do Mundial, voltou ao Brasileirão e sapecou 3 a 0 no Fortaleza, jogando em casa.
A vitória foi construída no primeiro tempo, quando o Verdão teve atuação sem defeitos, impecável.
O que levou o palmeirense a pensar: ah!, se tivesse sido contra o Tigres teria chegado à final contra o Bayern de Munique.
Ou, como diria o jornalista Hélio Cabral a respeito de um grande feito sem o menor sentido prático: muito obrigado por nada.
Outra boa e importante reabilitação foi a do São Paulo com a vitória por 2 a 1 em cima do Grêmio, lá em Porto Alegre.
Vitória que mantém o São Paulo com possibilidades matemáticas de chegar ao título – possibilidades remotas, é bom que se diga – e tira a pressão sobre o novo técnico que está para chegar, o argentino Hermán Crespo.
Crespo foi um grande goleador. Como técnico, ainda está no início da carreira, embora tenha conquistado a copa Sul-Americana com o Defensor y Justicia, um time modesto do futebol argentino.
Técnico estrangeiro
é a solução?
Na verdade, a solução é o bom técnico, venha ele de onde vier.
Alguns gringos já se deram bem aqui no Brasil.
Por exemplo:
Fleitas Solich que dirigiu o Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG, Corinthians, Fluminense e Bahia.
Bélla Guttmann que foi técnico campeão do São Paulo em 1957 e introduziu no sistema 4-2-4 no futebol brasileiro.
Filpo Nuñez que se destacou no Palmeiras nos anos 60 com a criação da Academia e passou por mais de uma dezena de times brasileiros.
José Poy que foi ídolo do São Paulo como goleiro e depois teve boa carreira de técnico.
Daryo Pereira que também foi ídolo do Tricolor e tornou-se respeitado técnico.
Como se vê, a lista é de respeito.
Flamengo e Palmeiras também lançaram mão de técnicos estrangeiros, no caso, portugueses.
Eu considero que essas novidades são boas para mexer com o mercado brasileiro de técnicos. Uma boa sacudida. Temos bons técnicos, claro, mas alguns estão acomodados.
Veja os gols do Fantástico:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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