MAIS FATOS, MENOS MENTIRAS

Mais fatos, menos mentiras. Coluna Carlos Brickmann

MAIS FATOS, MENOS MENTIRAS

COLUNA CARLOS BRICKMANN

EDIÇÃO DOS JORNAIS DE DOMINGO, 7 DE FEVEREIRO DE 2021

A melhor maneira de desmentir uma notícia falsa é publicar a verdade. A destruição das fake news não se faz por censura ou por arbítrio, mas trocando o falso pelo verdadeiro. Já ninguém diz, hoje, que quem toma vacina vai virar jacaré: a imbecilidade se desfez sozinha e sozinha mostrou quem é o jacaré.

Esta é a ideia básica da Cátedra Otávio Frias Filho, a ser criada no dia 18 no Instituto de Estudos Avançados da USP, Universidade de São Paulo. No dia 18, a Folha de S.Paulo comemora cem anos, com edição espetacular, de marcar a história do jornalismo; e com a criação da Cátedra, para marcar a história do Brasil. Idealizada pelo jornalista e professor Cláudio Tognolli, com apoio de Luís Frias, presidente do Grupo Folha, irmão do homenageado e filho do lendário Octavio Frias de Oliveira, que transformou a Folha no maior jornal do país, a Cátedra Otávio Frias Filho, com 12 professores titulares da USP, cuidará de temas como Diversidade Cultural, Fake News, Minorias, incentivo a pesquisas, pós-graduação, com mestrado e doutorado; e concessão de prêmios anuais de Jornalismo.

Os custos do novo projeto, que dará amplo impulso ao desenvolvimento do jornalismo sério, serão pagos em conjunto por fundos públicos e privados.

É a retomada, em grande estilo, de projetos como os que criaram a USP, impulsionada pelo jornal O Estado de S.Paulo; e do papel que a imprensa de verdade, séria, responsável, desempenhou no desenvolvimento paulista.

 A má notícia

É óbvio que o caro leitor acredita piamente, como este jornalista, que tantos parlamentares se empenham ferozmente na luta por posições de mando, com boas mordomias e possibilidades de distribuir cargos a cabos eleitorais, para ter a oportunidade de servir melhor ao país e a seus eleitores. Esta insopitável volúpia para beneficiar-nos pode ser exemplificada por um exemplo atual: o senador Nelsinho Trad, PSD sul-matogrossense, é citado como possível ocupante de um ministério. O irmão do parlamentar, Fábio Trad, também deputado federal pelo PSD, é contra: Bolsonaro já fez vários elogios à ditadura militar e a torturadores. Fábio lembrou a Nelsinho que o pai de ambos, Nelson Trad, foi preso e torturado na ditadura militar. “Eles torturaram nosso pai. Quem quer ser ministro tem de ver a que governo serve”. Mas, responde Nelsinho Trad, sempre que pode ele dá uma ajuda aos projetos do governo. “Acredito que o Brasil tem tudo para continuar crescendo, vencendo a pandemia e retomando a economia”.

Não é bonito, ver que um parlamentar consegue esquecer as barbaridades que fizeram com seu pai para ajudar um Governo tão competente? O diálogo entre os irmãos foi documentado pelo Grupo Globo e pelo jornal Campo Grande News.

 Prepare-se

Depois que tivemos a oportunidade de assistir ao apoio do PT às chapas bolsonaristas; depois que pudemos apreciar a dança de comemoração de Joice Hasselmann na festa da vitória do bolsonarista Arthur Lira (não, ela não mudou: festejou a vitória dos bolsonaristas mas logo depois foi fundo no ataque à deputada bolsonarista Carla Zambelli, dizendo que tinha emprestado roupa a ela, que nunca a devolveu); depois que ACM Neto, que tem o PT como seu maior inimigo na Bahia, votou com os petistas e, para isso, abandonou o velho aliado Rodrigo Maia, ainda há o que temer. Com a definição das eleições no Congresso, começaram a pingar os candidatos às eleições presidenciais de 2022.

Além de Bolsonaro, Lula espera uma decisão da Justiça para se lançar; se não puder, o nome é Haddad. Ronaldo Caiado, que tinha rompido com Bolsonaro (e sido pesadamente insultado pelo Gabinete do Ódio), anuncia o possível apoio à reeleição; ACM Neto diz que não, mas citam seu nome como possível vice de Bolsonaro. Caiado foi um dos nomes cogitados pelo DEM para ser candidato, mas preferiu ficar mesmo em Goiás – onde acaba de perder a eleição em Goiânia para o MDB.

 Curiosidade

Presidente da Câmara: Arthur Lira, de Alagoas. O primeiro vice, Marcelo Ramos, é do Amazonas. O segundo vice, André Paula, é de Pernambuco. O primeiro secretário, Luciano Bivar, é de Pernambuco. A segunda secretária, Marília Arraes, é de Pernambuco. A terceira secretaria, Rose Modesto, é do Mato Grosso do Sul. A quarta secretária, Rosangela Gomes, é do Rio.

Os maiores eleitorados do país, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, não estão representados.

 Mundo estranho

Atenção, 2022 promete ser um ano estranho. Veja a folhinha da Caixa Econômica Federal (https://www.chumbogordo.com.br/36961-calendario-2022-da-caixa-confusao-total-repare-bem/) Agosto termina dia 31, quarta, e setembro começa no dia 1º, terça – sim, na véspera. Setembro termina no dia 30, quarta, e outubro começa no dia 1º, sábado. Considerando-se que a Caixa é uma instituição centenária, estatal, deve ser verdade.

Como é que faremos?

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5 thoughts on “Mais fatos, menos mentiras. Coluna Carlos Brickmann

  1. Das duas, uma: ou o capitão planeja um golpe de Estado no vácuo de espaço-tempo que ocorrerá entre setembro e outubro, e órgãos oficiais já estão se adaptando, ou a Gráfica da Caixa é uma bosta. As duas me parecem possíveis.

    1. Dna. Maria Helena: por favor, faça outro tipo de comentário. Chega dessa dicotomia “Bolsonaro x Outros”.
      Por conta disso, a srª perdeu um leitor há tempos.
      P.S.: e pra não achar que estou a defender o “mito” (kkk!), FORA, Bolsonaro!

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