Foi feio, mas foi legal. Blog do Mário Marinho (EXTRA)
FOI FEIO, MAS FOI LEGAL
(extra)
BLOG DO MÁRIO MARINHO
O Palmeiras fez ontem, terça-feira, contra o River Plate uma de suas piores exibições.
O time foi apático, frio, desinteressado, desligado, pequeno e medroso.
Perdeu por 2 a 0, porém, está classificado.
Essa é uma daquelas lições que o futebol ensina e que às vezes a gente demora e até insiste em não aprender.
Não se conta com o ovo no fiofó da galinha antes de ela botar.
A classificação esteve escapando por um fio. Foi um tremendo sufoco, um sofrimento que os palmeirenses não precisavam passar, porque têm mais time que o River Plate.
Basta lembrar o jogo da semana passada, em Buenos Aires.
Comentando ontem o jogo para a transmissão do Jarbas Duarte, pelo app www.radiofutebol.com.br eu defini assim a situação:
– O River Plate jogou ontem o que não jogou em Buenos Aires; o Palmeiras não jogou ontem o que jogou em Buenos Aires.
Ainda na noite de ontem, eu dizia ao Jarbas Duarte que tinha certeza na classificação do Palmeiras. E que essa certeza era compartilhada por milhares, talvez milhões, de torcedores.
E tudo bem, eu afirmei. Todo mundo pode pensar assim, menos os jogadores e o técnico do Palmeiras. Eles têm que entrar em campo acreditando que o 0 a 0 classifica o adversário.
Mas, não.
O que pareceu é que os jogadores fizeram parte dos milhões a que me referi acima e entraram em campo já pensando no jogo final no Maracanã.
Por seu lado, o River entrou em campo sabendo que tinha missão difícil pela frente, mas não impossível.
Era acreditar e buscar.
E foi o que eles fizeram.
Durante a transmissão no app www.radiofutebol.com.br eu chamei a atenção, repetidas vezes, pela facilidade com que o River chegava à área palmeirense pelo lado direito de seu ataque, lado esquerdo da defesa palmeirense.
Havia ali uma avenida, imensa, arborizada, convidativa. O lateral esquerdo que deveria policiar aquela passagem, o Viñas, nunca estava em seu posto.
O técnico Abel Freitas também não percebeu isso.
Foi por ali que nasceram as jogadas mais perigosas conta o Palmeiras, inclusive os dois gols.
A bola alta na área do Palmeiras, ontem, era um Deus-nos-acuda.
Aliás, o excelente Mauro Betting, comentando ontem para o SBT, disse:
– Não é só a bola alta. Também a bola rasteira ou de meia altura. Na verdade, qualquer bola na área do Verdão hoje causa um desespero.
Os lances em que o VAR foi chamado a intervir, foram decididos com o acerto que dele se espera. Houve muita demora, até porque alguns lances foram difíceis mesmo, porém todas as decisões foram acertadas.
No momento do pênalti contra o Palmeiras, no último minuto, eu achei que foi pênalti. Porém, com a repetição do lance em mais de um ângulo, refiz minha opinião, assim como o árbitro.
Aliás, o VAR está lá para isso mesmo: consertar decisões erradas.
O atacante argentino visivelmente se jogou.
Foi dura, duríssima a lição. Mas, o que o palmeirense espera é que ela seja aprendida e que já seja colocada em prática na final da Libertadores, no Maracanã, qualquer que seja o adversário.
Além do drama e da inoperância do Verdão dentro de campo, é preciso que haja reflexão também sobre a atuação do técnico português Abel Ferreira.
O Palmeiras errou e foi apático durante todo o primeiro tempo. Esperava-se que o técnico mudasse de atitude do time no vestiário. Isso não aconteceu: o time cometeu os mesmos erros no segundo tempo.
O que será que houve no vestiário no intervalo do jogo?
Ao final do jogo, Abel Ferreira dedicou longo e quase interminável abraço ao goleiro Weverton (foto ao alto do Blog). Certamente agradecido pelo goleiro ter evitado o pior.
O adversário
sai logo mais
Hoje, 13, à noite, Santos e Boca decidem, na Vila Belmiro, quem vai enfrentar o Palmeiras.
Ambos os times, com toda certeza, assistiram ao jogo de ontem.
Cada um vai tirar suas próprias conclusões.
O jogo não tem favoritos nem vantagem para lado nenhum.
Aliás, se há uma vantagem, mesmo pequena, é para o Boca.
Afinal, em caso de 0 a 0, a decisão vai para os pênaltis.
Há uma pequena, mínima vantagem, para quem está cobrando os pênaltis fora de casa.
É simples: se ele perder, não ficará assim tão mal com a torcida, pois perderam fora de casa. Mas, o dono da casa, tem obrigação maior de vencer. E essa obrigação pesa na hora da cobrança dos pênaltis.
E mais: se o jogo terminar por qualquer empate com gols, o classificado é o visitante pelo critério do gol marcado fora de casa.
Assim, se o Santos levar um gol, terá que marcar dois para se classificar.
Se o Boca levar um gol, bastará marcar um e assegurar o empate pois estará classificado.
É uma vantagem pequena, mas, que pode ser decisiva.
Veja os principais lances do jogo que classificou o Palmeiras:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Uma de minhas grandes falhas no jornalismo é não ter trabalhado com você (vá lá, a companhia do Carlinhos Brickmann na Folha na época das Diretas compensa um pouco). Escrevo porque você falou a favor do VAR e só citou o lance do pênalti. E o gol anulado, um pouco antes? Qual é o limite de tempo para retroceder uma jogada e ver que o gol se originou de uma irregularidade (se é que, nesse caso, houve mesmo). 10 segundos? 20 segundos? Por que deixar o jogo seguir? Assisto futebol nos estádios desde 1962, vi partidas inesquecíveis, sempre em São Paulo (exceto a invasão corintiana no Rio em 1976). A vibração por um gol não tem preço. Aqueles americanos do Norte devem ter suas razões para preferir o basquete, o beisebol, e o futebol deles, que algum filho de presidente ainda vai emplacar no Brasil. Um grande abraço.
Boa Mário Marinho…
O Palmeiras jogou mal ou o River que não deu a mínima chance?
“Abel Ferreira agradece o goleiro”.
O Palmeiras mantém a tradição na formação de bons goleiros?
Kotsura,
prazer muito grande falar com Você.
Também sempre achei que o prazer de gritar gol no momento em que ele acontece, é insuperável.
Mas, a tecnologia veio para ficar. E não só no futebol.
Tênis, basquete, vôlei, entre outros, também passaram a usar a tecnologia.
Eu desconheço se há um limite de tempo para análise de jogadas.
Há um limite que é a paralisação e o reinício do jogo.
Teoricamente, se a jogada está em curso, ela pode ser analisada até o momento onde ela começou. Mas a aplicação se dá na jogada diretamente voltada para o ataque, em direção ao gol.
Digamos que uma jogada comece com o goleiro colocando a bola em jogo, junto à sua área. Há, nesse momento, uma irregularidade. a jogada continua e são trocados diversos passes no campo de defesa, até passar para o ataque. Um minuto, dois ou três se passa com o time tocando a bola e, portante, tendo seu domínio. Daí, surge um ataque e sai o gol. O VAR, por protocolo, vai analisar a jogada. Claro que ele não vai sugerir a anulação do gol por causa da jogada que se iniciou irregularmente dois ou três minutos (ou uma semana, quem sabe???) antes.
Claro que o exemplo é um exagero, mas, serve.
De todo jeito, Kotsura, vamos nos lembrar que o gol, na maioria das vezes, é comemorado normalmente após a marcação.
A atuação do VAR é uma exceção.
O Corinthians, na noite de quarta-feira, marcou cinco vezes no mesmo jogo. E a torcida comemorou normalmente.
Um abraço muito grande.
É um prazer ter Você como leitor.
Marinho
Caro Joel,
O Palmeiras jogou muito mal.
Foi um time apático, desnorteado, perdido em campo. Muito diferente do Verdão que meteu 3 a 0 lá em Buenos Aires.
Quanto ao goleiro Weverton ele não foi formado pelo Palmeiras.
Ele chegou ao Verdão há dois anos, quando tinha 29 anos.
é um grande goleiro e, com certeza, fará parte da lista de grandes goleiros do Verdão.
é sempre bom reencontrá-lo, Joel.
Abração,
Marinho