DEBATE: Impeachment, A FAVOR. Roberto Freire argumenta
A hora e a vez do impeachment, para o bem do Brasil!
Roberto Freire
Como se não bastassem a retração do PIB, o desemprego e a paralisação do país em praticamente todos os setores produtivos, a República vive um período de degradação jamais visto em toda a nossa história, como atestam as recentes prisões do líder do governo no Senado Federal e de um amigo íntimo do ex-presidente…
Há alguns anos, em meio à bonança econômica e ao cenário internacional favorável durante seu governo, o então presidente Lula celebrou um ilusório “espetáculo do crescimento” em mais uma tentativa de ludibriar o povo brasileiro e mascarar a difícil realidade que se desenharia pouco tempo depois. Hoje, 13 anos após a chegada do PT ao poder, o país vive uma das mais graves crises de sua história, com aumento do desemprego e da inflação, queda do poder de compra das famílias e uma dramática recessão que resulta da irresponsabilidade e da incompetência do lulopetismo na condução da economia. Ao final do primeiro ano do desgoverno de Dilma Rousseff, o cenário é desolador sob todos os aspectos.
Segundo os dados divulgados pelo IBGE, o PIB brasileiro despencou 1,7% no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores, naquela que já é a maior retração para este período de toda a série histórica e a terceira contração consecutiva. Na comparação com o mesmo período de 2014, a economia brasileira recuou nada menos que 4,5%. Em apenas um ano e meio, o tombo foi de espantosos 5,8%, o que configura a mais longa recessão dos últimos 20 anos.
O pior desempenho entre todos os comparativos setoriais é o da indústria, que registrou uma queda de 5,6% no acumulado de 2015 e de 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o setor industrial recuou 1,3%. O segmento agropecuário, por sua vez, teve retração de 2,4%, enquanto o de serviços recuou 1%.
Outro dado estarrecedor aponta uma queda de 1,5% no consumo das famílias em relação ao segundo trimestre deste ano e de 4,5% se compararmos com o mesmo período de 2014. Enquanto isso, os gastos da máquina pública no governo Dilma subiram 0,3%, o que demonstra o quanto o malfadado ajuste fiscal é apenas uma peça de propaganda desconectada da realidade. Nunca antes neste país, como diria o ex-presidente da República, a economia foi tão castigada pela irresponsabilidade daqueles que comandam a nação e vêm levando o país ao buraco.
Diante de uma profunda recessão que, segundo os economistas, só está começando, incomoda o silêncio constrangedor do empresariado brasileiro, que continua calado enquanto vê suas empresas fecharem e seus funcionários serem demitidos – não se vê uma manifestação sequer contra o desgoverno do PT. O setor financeiro, maior beneficiário dos tristes tempos de Lula e Dilma, também se omite, ao passo que os trabalhadores e a população mais pobre são os que mais sofrem as dramáticas consequências da recessão econômica.
Como se não bastassem a retração do PIB, o desemprego e a paralisação do país em praticamente todos os setores produtivos, a República vive um período de degradação jamais visto em toda a nossa história, como atestam as recentes prisões do líder do governo no Senado Federal e de um amigo íntimo do ex-presidente, ambos detidos por envolvimento com os criminosos que assaltaram a Petrobras – o que, indubitavelmente, aproxima o escândalo do petrolão ao núcleo do Palácio do Planalto. Sob o comando do PT, caminhamos a passos largos rumo ao abismo político, moral e econômico.
Mais do que nunca, o impeachment de Dilma, cujo trâmite já se iniciou formalmente no Congresso Nacional, se faz necessário para tirar o Brasil do atoleiro e devolvê-lo à rota do crescimento. Com o apoio da sociedade, daremos um basta em tamanho desmantelo e trilharemos um novo caminho, norteado por um verdadeiro projeto de desenvolvimento. Em meio aos escombros da economia brasileira, é possível construir um novo país.
Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS (ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO DIÁRIO DO PODER)