Covid-19: Crise & Oportunidade. Por Alexandre Henrique Santos
COVID-19: CRISE & OPORTUNIDADE
ALEXANDRE HENRIQUE SANTOS
“Son tantas cosas y tan pocas.”
– Pablo Neruda
Você já escutou falar e talvez tenha dito algumas vezes que “enquanto há vida há esperança”. Mas uma coisa é ouvir ou dizer, e outra bem diferente é ter convicção disso. E se você pensa realmente que a esperança é uma força inspiradora da existência, saiba que tem como aliada uma crença poderosa. De fato, esse milenar adágio tem atravessado a história de povos, nações e continentes, superando diferentes ciclos econômicos, períodos políticos e posições filosóficas. Pois cada vida é uma dádiva única da Mãe Natureza, e cada ser deveria fazer por onde merecê-la e celebrá-la.
Se os últimos anos do século passado e as duas décadas iniciais do novo milênio testemunharam uma verdadeira apologia da inovação e do futuro, a pandemia do Covid-19 nos obrigou a pisar no freio e pensar na mesmice e na morte. Quer dizer, nossos planos para o amanhã talvez não aconteçam; ou dito de maneira menos dramática: trate de viver plenamente o aqui e o agora – é o que temos para hoje. O aviso tem validade para idosos, adultos, jovens e crianças, sem exceção, mesmo os super-hiper-saudáveis.
O caso de uma catástrofe próxima e similar pode nos ensinar algo. A gripe espanhola – que deveria se chamar de gripe norte-americana, já que começou nos Estados Unidos – foi a mais devastadora pandemia de que se tem notícia; teve um ciclo de dois anos (1918-1920) e matou 50 milhões de pessoas. Pois bem, as projeções feitas pelos epidemiologistas asseguram que, mesmo com o advento de vacinas eficazes, lidaremos com o Covid-19 pelo menos até 2022…
Esse é o nosso pano de fundo. Para os que não queiram se arriscar a cair num processo depressivo, resta o caminho de ajudar o cérebro a produzir oxitocina e dopamina, os mensageiros químicos da confiança e do prazer. Portanto, o grande desafio meu, seu e nosso diante dessa pandemia consiste em manter e fortalecer a esperança. Claro, nem sempre isso é rápido, simples ou fácil. Mas a questão se impõe e permanece. Podemos escolher apenas padecer das dores e dificuldades, ou transformá-las em chances de aprendizado e de amadurecimento.
Daí que se diga que para transformar crise em oportunidade basta tirar o “s”: CRIE. Afinal, a vida é curta, sim, mas não precisa ser pequena!
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