O Rei e nós. Por Edmilson Siqueira
O REI E NÓS
EDMILSON SIQUEIRA
Pelé faz hoje 80 anos. Essa história que presenciei mostra o quanto ele era bom e querido por todos.
Foi num jogo contra o Guarani, no Brinco de Ouro. Edu, o fantástico ponta-esquerda que o Santos encontrara em Jaú, foi até a linha de fundo e cruzou fortíssimo à meia altura. A bola ia passar pela área pequena e se perder pela lateral do outro lado. Mas, antes dela sair da área, Pelé mergulhou em sua direção e com a cabeça, jogou-a para dentro do gol. Um a zero para o Santos e Pelé desmaiado dentro do gol do Guarani.
Correria de médico, massagistas e aquele bolo de jogadores em volta da vítima. A torcida do Santos, pequena, na “geralzinha” do estádio, nem comemorou. Foram uns cinco minutos de silêncio sem ninguém saber a extensão do estrago que a pancada da bola havia feito em Pelé.
Até que o grupinho dentro do gol se dispersa, Pelé levanta, se ajeita e caminha em direção ao meio de campo.
A torcida do Santos aplaude, mas os aplausos se espalham pelas arquibancadas e alcançam a torcida do Guarani também.
Eu estava nas sociais do estádio e, junto com toda torcida bugrina, também me levantei e aplaudi o Rei, aliviado por ele estar bem.
Esse era o Rei Pelé, cuja majestade nos campos de futebol, acho eu, jamais será superada.
Ah, o jogo foi um a zero pro Santos…
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Edmilson Siqueira– é jornalista
Fosse hoje , um certo jornalista, de um certo jornal, desejaria que PELÉ tivesse morrido…