Fora o baile. Blog do Mário Marinho
FORA O BAILE
BLOG DO MÁRIO MARINHO
É duro para o torcedor ouvir essa expressão, “fora o baile”, que é usada sempre numa derrota por goleada, derrota daquelas acachapantes. Foi assim para os corintianos no domingo.
5 a 1 fora o baile.
O Flamengo passeou como quis na Neo Química Arena na tarde bonita de domingo.
Ainda sem jogar o mesmo futebol do ano passado e sem seu artilheiro GabiGol, o Mengão foi senhor absoluto do jogo.
É verdade que o Corinthians apareceu em três oportunidades: numa delas, Gil marcou de cabeça, mas, estava impedido. Noutra, a bola chutada por Camacho explodiu na trave. Na terceira, o jovem goleiro do Flamengo fez defesa espetacular.
Dito assim, até parece que o Corinthians merecia sorte melhor.
Mas não. A vitória do Mengão foi absolutamente justa. E até modesta.
A realidade corintiana é dura.
O elenco é limitadíssimo.
A rigor, o Corinthians tem três jogadores bons e sempre dispostos a jogar futebol: Cassio, Fagner e Gil.
Quando o elenco é fraco, espera-se que o técnico consiga montar um esquema tático que, mesmo sem ser milagroso, possa evitar vexames como o do domingo.
Não é o caso corintiano.
Vágner Mancini não tem ainda a tarimba que se exige para ocasiões desse tipo.
Mas se conseguir temperar um frugal arroz com feijão levará o time até o final do Brasileirão, com um susto aqui e outro ali, mas, sem cair.
Como o técnico foi contratado agora, é bom os corintianos irem se acostumando: vai ser duro, vai ser sofrido.
Casagrande,
grande bobagem.
Sempre admirei o Casagrande como jogador e gosto de ouvi-lo comentar jogos, embora, às vezes, ele me pareça muito emotivo para um comentarista.
Agora, o comentário que ele fez sobre o Cássio, na transmissão da Globo nesse domingo, carece de bom senso. Na verdade, está a quilômetros, a anos-luz, do comentário racional, técnico, que se espera de um comentarista da Globo e, principalmente, de um ex-jogador.
Casagrande criticou duramente o técnico Vágner Mancini por ter promovido a volta do goleiro Cássio.
Em sua ótica, Valter, o reserva, que teve boa atuação na vitória contra o Athletico Paranaense no meio da semana, deveria ter sido mantido no gol.
Ora, é costume, quase uma lei natural que o titular volte ao time assim que acabar o impedimento que o afastou.
No caso do Cássio, ele ficou de fora um jogo por ter sido suspenso.
Se o motivo de seu afastamento tivesse sido técnico ou por contusão, aí, sim, as coisas mudariam de figura.
Entra o reserva que vai bem no jogo, seria, aí, normal mantê-lo.
Mas não foi o caso.
Cássio tem tudo para se tornar uma lenda no Corinthians. É um dos três maiores de toda a história, em minha opinião. Os outros dois são Ronaldo e Gylmar.
A argumentação do Casão chegou a ser pueril.
Não se pode jogar o Cássio numa fria dessas, de voltar logo contra o Flamengo.
Que fria, cara pálida?
Cássio não é um garoto propício a tremer à frente de um Flamengo, por mais poderoso que seja o Flamengo. Ainda mais jogando em casa!
E, se volta o Valter, e o Corinthians perdesse pelos mesmos 5 a 1, o que seria normal, o técnico seria espinafrado: por que escalou o time com o goleiro reserva? Por que Cássio não voltou.
É Casão, você pisou na bola.
A rodada também não foi boa para o Palmeiras que não conseguiu se encontrar e perdeu mais uma. Fortaleza, 2 a 0.
O Verdão também está com sérios problemas.
Em entrevista coletiva depois da demissão do Vanderlei Luxemburgo, o presidente do Palmeiras, Mauricio Galiote, ao falar sobre novo técnico, declarou:
– Nós não estamos falando em nomes. Por enquanto, estamos falando em conceitos. Conceito do futebol que queremos para o Palmeiras.
Perguntado sobre qual seria esse conceito, Galiote se enrolou todo.
Se ele, presidente, não sabe qual o conceito quer para seu time, é sinal que as coisas estão bem mais complicadas.
O Var acertou,
o Var errou.
No jogo Corinthians x Flamengo, o VAR foi chamado a interferir duas vezes e acertou em ambas.
Na jogada que resultou no gol do Flamengo, a bola havia saído pela lateral. O juiz não viu, mas o VAR o corrigiu.
Na jogada que acabou no que seria o primeiro gol corintiano, o zagueiro Gil estava impedido. Foi um daqueles impedimentos milimétrico, só detectáveis com as poderosas lentes das câmaras. Mas estava.
Nos dois lances em que o Grêmio pediu pênalti no jogo contra o São Paulo, o mínimo que se esperava é que o VAR fosse consultado.
Em um deles, o segundo, eu vi pênalti com clareza.
No outro lance, a falta pode ter ocorrido fora da grande área. Mas existiu a falta.
Inexplicavelmente, o VAR não foi chamado em nenhuma das duas jogadas.
E por quê?
Como diz o papa Francisco lá na Capela Sistina, chi lo sá?
Veja os gols do Fantástico:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Como sempre seus comentários são muito sensatos, concordo com tudo, principalmente quanto ao comentarista Casagrande, sempre coloca muito sentimento nos comentários, fica imparcial.