A previsível queda de Luxemburgo. Blog do Mário Marinho
A PREVISÍVEL QUEDA DE LUXEMBURGO
BLOG DO MÁRIO MARINHO
Você que me acompanha por esses campos da vida, sabe que eu nunca fui adepto da solução fácil de se demitir o técnico após alguns resultados ruins.
Mas há um momento que não dá mais.
Vanderlei Luxemburgo foi um grande técnico do futebol brasileiro. Dos melhores.
Sempre gosto de contar a conversa que tive com o presidente do Palmeiras, Mustafa Contursi, ali pelo começo dos anos 2000, num hotel em Assunção, onde estávamos acompanhando o sorteio dos grupos da Libertadores.
Mustafá é, sempre foi e sempre será, parcimonioso em seus elogios.
Mas rasgava seda falando do Luxemburgo.
Estávamos numa época em que os jogos do Campeonato Paulista tinham uma paralisação de três minutos no primeiro e no segundo tempos. Era tipo o pedido de tempo técnico nos jogos de vôlei.
E Mustafá falava de Luxemburgo.
– Ele é o único técnico que eu conheci capaz de mudar a forma do time jogar nessas paradas técnicas. Fala claramente com os jogadores o que ele quer e o que eles têm que fazer. O time muda completamente sua forma de jogar.
Mas o Vanderlei que chegou ao Palmeiras esse ano já não era o mesmo vencedor daquela ocasião, 20 anos atrás.
Teve sempre na mão um bom elenco e não conseguiu fazer um bom time.
Está certo, foi Campeão Paulista e, melhor ainda, em cima do Corinthians.
Mas, sem jamais encher os olhos do torcedor.
A série de três derrotas seguidas, sendo duas delas em casa, e uma para o São Paulo, portanto, um clássico, tornou inevitável sua queda. Por fim, a pá de cal: a derrota para o Coritiba em casa: 3 a 1.
Antes de saber que estava demitido, Luxemburgo ainda deu entrevista coletiva após o jogo. Reconheceu que o time precisava melhorar e que ele também tinha que melhorar.
Foi um mea culpa que chegou tarde demais.
Não será fácil, mas, Vanderlei ainda pode se inventar. Tomara que consiga.
O velho
Timão
Claro, não se poderia esperar qualquer modificação no modo de jogar do time com a simples estreia de um novo técnico que teve pouco mais de 48 horas para iniciar o seu trabalho.
Assim, quem assistiu à vitória sobre o Athletico Paranaense, viu aquele calvário: um time ruim, mal colocado em campo, sem inspiração e sem transpiração. Um time burocrático à espera do apito final, desde o primeiro minuto de jogo.
O time que toca a bola sem o menor sentido, sem planejamento e depende, como ninguém, das defesas miraculosas de seu goleiro.
Ontem, na falta do suspenso Cassio, foi a vez de Walter salvar a pátria.
E, ao final, o gol salvador de Everaldo, aos 49 minutos do segundo tempo.
Foi até bonito ver a comemoração dos jogadores se abraçando e até se ajoelhando em campo. Parecia a conquista de um título.
Pensei que a qualquer momento veria um torcedor atravessando de joelhos o gramado.
Veja os gols da quarta-feira.
Perguntar
não ofende
Pegaram o vice-líder do governo com dinheiro na cueca. Mais precisamente, no meio das nádegas. Mas, ele não disse que acabou com a corrupção?
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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MMarinho. Sou daqueles crentes que técnico não faz milagre. O futebol brasileiro é rico quanto ao passado de grandes times onde o técnico era mais um no conjunto de estrelas. Quando as estrelas começaram a rarear, os técnicos deixaram de brilhar.