Pobre São Paulo. Por Flavio F. de Figueiredo
POBRE SÃO PAULO
FLÁVIO F. DE FIGUEIREDO
… Sujeira, lixo, calçadas danificadas, ambulantes, barracas para moradia e aspecto geral deplorável emolduram dezenas de lojas fechadas e prédios para escritórios parcial ou integralmente fechados. O que estão esperando? Que mais uma Cracolândia ali se consolide?…
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO PORTAL DO ESTADÃO, EDIÇÃO DE 8 DE OUTUBRO DE 2020
São Paulo está abandonada à própria sorte há muitos anos, entra prefeito, sai prefeito, e isto não é novidade para aqueles que efetivamente nela vivem, andam por suas ruas e calçadas, frequentam parques e utilizam equipamentos públicos.
Também não é notícia nova que a pandemia afetou a continuidade de muitas empresas, especialmente aquelas cuja saúde financeira já não estava muito boa.
Estabelecimentos que fecham precisam ser substituídos por novos, ou por filiais de negócios já estabelecidos. É a rotina, o ciclo da vida econômica.
Infelizmente, em muitos locais a cidade está tão degradada que é incerta a disposição de alguém para dar nova vida a um ponto comercial, ou ali instalar seus escritórios.
Apenas para exemplificar, destaco o Centro Novo, a região em torno do Teatro Municipal. Situada a poucas centenas de metros do gabinete do Senhor Prefeito, tenho certeza de que ele não costuma sequer dar uma passadinha por ali, para ver como está. Passaria vergonha, muita vergonha.
Sujeira, lixo, calçadas danificadas, ambulantes, barracas para moradia e aspecto geral deplorável emolduram dezenas de lojas fechadas e prédios para escritórios parcial ou integralmente fechados.
O que estão esperando? Que mais uma Cracolândia ali se consolide?
Situações como essas exigem intervenção urgente e planejada. Caso contrário, será tarde demais.
Não adianta gastar milhões para renovar o Anhangabaú, enquanto seu entorno, que já era deteriorado, apodrece aceleradamente.
_________________________________________________________
*Flávio F. de Figueiredo, engenheiro civil, consultor, conselheiro do Ibape/SP – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo e diretor da Figueiredo & Associados Consultoria
O que o regime nao percebeu foi que a clandestinidade aproximaria universitarios de antigos dirigentes comunistas, grupos revolucionarios, brizolistas radicais e centenas de sargentos e suboficiais expulsos pelo expurgo nas Forcas Armadas. Segundo o sociologo Marcelo Ridenti, 30,7% das pessoas processadas por ligacao com esquerdas armadas eram estudantes. Assim, enquanto o Rio organizava a Passeata dos Cem Mil, em 1968, a Vanguarda Popular Revolucionaria jogou uma caminhonete com 50 kg de dinamite contra o Quartel-General do 2? Exercito, em Sao Paulo, matando o soldado Mario Kozel Filho, de 18 anos. Agora, a luta dos estudantes contra o regime era armada.