A bomba que não explodiu. Blog do Mário Marinho
A BOMBA QUE NÃO EXPLODIU
BLOG DO MÁRIO MARINHO
O domingo futebolístico esteve prestes a detonar uma bomba de consequências inimagináveis para o futebol brasileiro.
Não fosse o providencial achado do Departamento Jurídico da CBF sobre a incompetência jurídica do TRT (Tribuna Regional do Trabalho) carioca, a tal bomba explodiria.
Vamos aos fatos.
Ao voltar de jogo pela Libertadores disputado no Equador, o Flamengo constatou que 16 de seus jogadores estavam infectados. Isso, além de dirigentes que também viajaram (a delegação carioca teve 64 pessoas que viajaram e se hospedaram juntos com os jogadores. Um exagero, sem dúvida).
Com esse número de infectados, o Flamengo solicitou à CBF o adiamento do jogo. A CBF negou alegando o princípio da isonomia, já que outros times cumpriram tabela no Brasileirão, mesmo com grande número de infectados.
O Flamengo recorreu ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e novamente foi derrotado.
Foi então que entidades classistas dos jogadores e dos times cariocas entraram na briga pedindo a suspensão do jogo. Oficialmente, o Flamengo não tinha nada a ver com isso. Só oficialmente, claro.
No sábado, o TRT-RJ mandou suspender a partida.
Porém, no domingo, a CBF entrou com recurso no STR (Superior Tribunal do Trabalho) alegando que, como o jogo seria em São Paulo, o TRT do Rio de Janeiro não tinha competência para legislar sobre um jogo que aconteceria fora de seu estado.
A liminar pedida pela CBF foi concedida momentos antes do horário marcado (16 horas) para início do jogo.
Os dois times estavam no Allianz Parque, local do jogo que sofreu atraso de 22 minutos.
Entre sábado, quando o Mengão obteve a liminar, e até as 16 horas do domingo, houve intensa troca de mensagens e telefonemas entre os presidentes dos principais times da Série A. Os líderes foram os presidentes do Corinthians, André Sanches, e do Atlético Mineiro, Sérgio Sette Câmara.
Os presidentes acertaram entre eles que, se o jogo não fosse realizado normalmente no domingo, uma reunião seria convocada para esta segunda-feira entre os 19 Clubes da Série A. Nessa reunião, seria pedida a paralisação do Brasileirão e a exclusão do Flamengo da competição.
Se a situação chegasse a esse ponto, as consequências para nosso futebol seriam desastrosas.
E não seria difícil já que o Flamengo, Campeão Brasileiro do ano passado e tido e havido como o mais rico do futebol brasileiro, anda tomando atitudes que, por sua empáfia, têm despertado muita bronca entre os demais times.
De todo jeito, a bomba que não explodiu, vem escancarar que os times de futebol agem sempre no interesse próprio, nada de se pensar no futebol.
Cada um por si.
Esperamos que Deus seja por todos.
Os meninos
mandaram bem
Convocados às pressas para entrar em campo, os meninos do Flamengo mandaram muito bem.
Para começar o jogo, lá estava apenas três titulares (Arrascaeta, Gérson e Pedro) com o resto do time sendo formado por jogadores reservas e sub-20.
O primeiro tempo foi muito fraco em técnica e emoção.
Esperava-se que o Palmeiras, com seu time completo, assustasse os garotos cariocas, o que não aconteceu.
E o pior para os donos da casa: no segundo tempo, os garotos se sentiram mais à vontade e passaram a sufocar o Verdão.
Por uma dessas ironias do destino, exatamente quando estava melhor, o Flamengo levou o gol num chute de fora da área de Patrick que desviou num defensor do Mengão e matou o goleiro Hugo.
Mas não houve muito tempo para festa, já que apenas um minuto depois o Mengo empatou com um gol do Pedro.
Um parêntesis. Não me lembro de jogador chamado Pedro no futebol brasileiro. Já vi alguns Pedrinho e também Pedrão. Mas, apenas Pedro, não me lembro. Fecha parêntesis.
Em seu segundo tempo, o jogo foi muito bom.
Os dois goleiros, o experiente Weverton, pelo lado do Palmeiras, e o jovem Hugo, pelo lado do Flamengo, foram os melhores em campo.
O jovem goleiro do Flamengo, 21 anos, se emocionou e foi às lágrimas ao receber o troféu de Craque do Jogo.
Felizmente, a bomba não estourou e o jogo aconteceu.
Mas, ficou claro que não existe muita solidariedade entre os times. Ou nenhuma.
Galo
foi bem
Comandado pelo elétrico Jorge Sampaoli, o Atlético passou pelo Grêmio no sábado, 3 a 1, conquistou sua oitava vitória seguida e se mantém na liderança.
Não sei se como simples modéstia ou terrível ameaça, mas Sampaoli disse, sábado, que isso é apenas o começo.
Na Vila Belmiro, o Santos tropeçou no Fortaleza, 1 a 1.
Certamente, torcedores e o técnico Cuca não contavam com essa pedra no caminho.
No Sul, o São Paulo perdeu boa chance.
Na verdade, empatar com o time do Internacional não é um mau resultado.
E se o jogo é fora de casa, como foi o caso, há que se comemorar o resultado. Mas, como jogou bem e a maior parte do tempo com um jogador a mais, o Tricolor bem que poderia ter voltado de lá com uma vitória.
Veja os gols do Fantástico:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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