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Raphael Veiga

O personagem. Blog do Mário Marinho

O PERSONAGEM

BLOG DO MÁRIO MARINHO

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                                                                       Raphael Veiga

 

Eu gosto de Futebol. Gosto mais ainda do bom futebol.

Por profissão, muitas vezes sou obrigado a assistir jogos ruins, mas, que, de alguma forma traz interesse jornalístico.

Ossos do ofício.

Toda vez que vou assistir a um jogo, relembro meus tempos de Jornal da Tarde.

E, no estádio ou em frente à televisão, comporto-me como se estivesse cumprindo uma pauta do JT.

Nas coberturas de jogos importantes, clássicos ou não, eram escalados mais de um repórter. A ocasião determinava o número de profissionais.

Mas, em jogos entre times grandes, era sempre mais de um profissional.

Um deles tinha missão específica: fazer o personagem.

O personagem poderia estar dentro de campo ou não.

Poderia ser um acontecimento ou uma pessoa: homem, mulher, policia, criança, vendedor de sanduíche, flanelinha…

Mas, jogo de time grande, a não ser por um acontecimento excepcional, o personagem estava sempre dentro de campo.

Nesse domingo, postei-me frente à televisão para assistir Grêmio e Palmeiras. As chamadas da tevê ressaltavam o encontro de gigantes.

E os primeiros minutos, não negaram fogo: os dois times partiram para à luta e à procura do gol.

Vai ser um jogão, falei comigo mesmo.

A expectativa durou 10 minutos.

Daí para frente, o jogo caiu no irritante novo normal do nosso futebol: bola sendo passada para o lado ou para trás.

Os dois goleiros bocejavam, tamanho o tédio pelo qual passavam.

Fim do primeiro tempo, comecei a me preocupar: será que terei que escrever sobre esse jogo ruim? Cansar o meu leitor que, provavelmente, já se cansou assistindo a essa pelada?

Lembrei-me, então do Jornal da Tarde e me pautei para fazer um personagem.

Revi mentalmente o primeiro tempo e cheguei à conclusão que não havia nenhum personagem.

Saltou-me um detalhe: durante todo o primeiro tempo, pouco se falou no juiz.

Seria ele o meu personagem.

Continuei de olho no jovem árbitro: Rodrigo Dalonso Ferreira.

Já puxei a capivara dele: 37 anos, paulista de nascimento e formação na arbitragem, mas atuando pela Federação Catarinense de Futebol, estado onde mora.

O jogo continuou ruim e o juiz muito bom: discreto, preocupado em atender os jogadores que se contundiam (ou simulavam), gestos contidos e uma boa característica: sempre perto das jogadas.

Essa é uma característica importante: o juiz tem que ser como garçom. Ele deve estar sempre perto de sua mesa, mas longe o suficiente para não ficar ouvindo sua conversa.

Assim é sua senhoria: perto o bastante, mas longe o suficiente para não atrapalhar as jogadas.

O jogo vai seguindo em sua melancólica toada. Será que terei que fazer do juiz o meu personagem?

Mas, aos 25 minutos do segundo tempo, eis que Raphael Veiga marca o gol do Palmeiras.

O gol, não! Um senhor gol, um golaço!

Daquele que Osmar Santos e José Silvério, dois dos melhores narradores de futebol, tomavam fôlego e soltavam “e que goooooooooooooooooooooooooooolaço!!!!!”

Veja só:

O narrador deste áudio não esteve à altura do gol. Pareceu tão letárgico quanto o jogo.

Mas o gol é uma pintura.

A bola cruzada na medida certa e o Raphael Veiga pega do jeito que deveria pegar: na veia, na jugular.

Eis o meu personagem.

Torci para que o jogo acabasse nesse 1 a 0, assim meu personagem ficaria mais valorizado.

Mas, com vem fazendo ultimamente, o time do Vanderlei Luxemburgo acaba entregando.

E assim foi que aos 46 minutos o Grêmio, através de Ferreira, conseguiu o empate.

Em condições normais, empate fora de casa é sempre um bom resultado. Mas, aos 46 minutos, no chamado período dos descontos, não, não é?

Termina a rodada repleta de 1 a 0, mas vejo, com espanto que a média de gols desta rodada, segundo me informa o site Sr Gol é de 2,67 por jogo. Uma boa média.

Alguns jogos puxaram essa média.

O Corinthians venceu o Bahia por 3 a 2, cinco gols no jogo.

O Bragantino venceu o Ceará por 4 a 2, mais seis gols.

O Atlético Mineiro assumiu a liderança do Brasileirão com devidas pompas e circunstância: meteu 4 a 3 no Atlético Goianiense, lá em Goiás.

Assim, os números acabaram não sendo tão ruins.

Veja os gols da rodada.

 

** (Normalmente, mostro aqui em meu Blog, os gols do Fantástico, com o devido crédito. Porém, desde a semana passada, a procurar os gols do Fantástico no Youtube, aparece esta mensagem: Este vídeo apresenta conteúdo de Organizações Globo e foi bloqueado por esse proprietário com base nos direitos autorais.)

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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1 thought on “O personagem. Blog do Mário Marinho

  1. ….o Futebol do Luxa é das antigas. 1 x 0 tá na caixa.. Por outro lado, os adeptos do futebol vertical estão perdendo força. Um, o mestre, já dançou. O do tricolor balança. Só vai sobrar o agitadinho do Santos. Abs
    Tão Gomes Pinto

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