FUX

“In Fux We Trust”. Por Maria Helena RR de Sousa

“IN FUX WE TRUST”

MARIA HELENA RR DE SOUSA

O momento de seu discurso que despertou maior entusiasmo foi quando, numa defesa enfática do combate à corrupção, Fux citou a Lava Jato mais de uma vez, exaltando seus muitos resultados.

FUX

(ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DO NOBLAT VEJA ONLINE, 12 DE SETEMBRO DE 2020)

Foi com as mesmas palavras usadas numa mensagem que enviou ao ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que Sergio Moro saudou, em seu Twitter, a posse de Luiz Fux na presidência do STF. Entusiasmado com o belo discurso no qual Fux defendeu os pontos que acha fundamentais no exercício do cargo que ocupa a partir de agora, Independência do Judiciário; respeito aos outros Poderes em matéria econômica e política; rigor na defesa de direitos fundamentais; combate à corrupção, Moro encerrou sua mensagem desejando muito sucesso à gestão de Fux.

Foi uma festa diferente das anteriores em respeito à organização do plenário, respeitosa da postura exigida no combate à pandemia do Covid-19 e também pelo clima tenso que foi criado a partir das palavras do vice decano, ministro Marco Aurélio, que não fez nenhuma referência  ao presidente da Casa, Dias Toffoli, que ali entregava sua cadeira ao ministro Luiz Fux. Talvez tenha sido essa a primeira vez em que o presidente que saía não tenha recebido um elogio, mesmo que pequenino…

Já o discurso do presidente que tomava posse naquele momento, emocionou a todos. Fux chorou ao lembrar do pai que já morreu e foi muito aplaudido por seus pares.

“Harmonia entre Poderes não se confunde com subserviência” foi, na opinião de muitos, a grande marca de suas palavras. Fux comprometeu-se com uma “intervenção minimalista” em assuntos sensíveis. “Menos é mais”, enfatizou. Repetiu o truísmo da necessária independência entre Poderes, mas acrescentou: “Com altivez…”.

O momento de seu discurso que despertou maior entusiasmo foi quando, numa defesa enfática do combate à corrupção, Fux citou a Lava Jato mais de uma vez, exaltando seus muitos resultados.

Sentado ao  lado do presidente que saia, e usando máscara porque todos, ali, também usavam, Bolsonaro não foi alvo de tratamento especial, nem de rapapés. Ouviu do ministro Marco Aurélio Mello que deve governar para todos os brasileiros, posto que é presidente do Brasil. Ouviu também críticas indiretas de outros ministros. Alexandre de Moraes lembrou as ameaças que o STF recebeu de grupos da extrema direita apoiadores do governo Bolsonaro, ameaças que o governo federal assistiu calado.

O que me leva a crer que o presidente e ex-capitão Jair Bolsonaro sentirá muita falta da gestão de Dias Toffoli…

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Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Professora e tradutora. Vive no Rio de Janeiro. Escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Colabora para diversos sites e blogs com seus artigos sobre todos os temas e conhecimentos de Arte, Cultura e História. Ainda por cima é filha do grande Adoniran Barbosa.

 

1 thought on ““In Fux We Trust”. Por Maria Helena RR de Sousa

  1. Cara xará,
    Crônica encantadora enquanto notabilizada por sua perspicácia pontual: “menos é mais”. Acompanho as suas crônicas e, a parabenizo por praticamente todas elas.

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