Sonolento. Mas com Ibope. Blog do Mário Marinho
SONOLENTO, MAS COM IBOPE
BLOG DO MÁRIO MARINHO
Confesso que foi difícil assistir ao jogo Corinthians e Fortaleza ontem à noite.
É verdade que ontem foi um dia tristemente diferente e difícil. Eu conto o motivo um pouco mais abaixo.
Mas, apesar de toda a tristeza, fui assistir ao jogo porque não se trata apenas de assistir, mas, de trabalho, já que comento os jogos na transmissão via web do abalizado e instantâneo Jarbas Duarte.
O Corinthians continua o mesmo time do começo do ano.
A pandêmica interrupção em nada mudou a característica corintiana: toques para os lados até à exaustão.
Não fosse a ineficiência e o cansaço da repetição, em alguns momentos chega a ser bonita a troca de passes. Principalmente quando são curtos e rápidos e chegam até a lembrar aqueles treinos em que o jogador só pode dar um toque na bola.
Ao final do primeiro tempo, fiz esse comentário com o Jarbas Duarte: o domínio do jogo pelo Corinthians é caracterizado por seu maior tempo de posse de bola. Mas, uma posse estéril, já que nada produz.
O jogo se tornou sonolento, já que para o adversário, a situação era boa. Ou seja: deixa o Corinthians dominar e joga à espera de uma chance.
Surgiu a chance e o Fortaleza fez 1 a 0.
Hora então da reação e o Corinthians partiu para cima, certo?
Nada disso, continuou praticamente o mesmo até que Luan, que havia entrado, achou o gol de empate.
Assim terminou: 1 a 1.
Prenúncio de que os corintianos vão sofrer muito nessa temporada: o time é fraco tecnicamente e pouquíssimo inspirado.
A saída é o técnico encontrar um esquema de jogo que faça o time produzir alguma coisa.
Até lá, sofrimento corintiano.
Hoje, fuçando a internet, vejo os números de audiência das tevês de ontem à noite.
A Globo continua massacrando.
A sua novela de horário nobre, Fina Estampa, bateu os 32,6 pontos de média. O Jornal Nacional sempre com boa audiência, ficou com 27,5.
Já o sonolento jogo bateu os 29,4.
Para se ter uma ideia de grandeza desses números, o SBT emplacou o segundo lugar com o filme “Cúmplices de um Resgate”, alcançando 9,0 de média.
Na Record, o Cidade Alerta teve 9,4 de pico.
Na Bandeirantes, Datena manteve a média de 6,4, número que alcança quase que diariamente.
Na Rede Tv!, Sikêra Jr. Chegou a 3,1.
Ou seja: mesmo com um joguinho apenas mais ou menos, o Timão garante excelente audiência.
Foram
101 anos de vida
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O sr. Antônio Teixeira da Silva nasceu no dia 21 de abril de 1919.
No ano passado, ele completou 100 anos de idade e foi homenageado na festa em que eu e a minha caríssima metade, a Vera, comemorávamos nossas Bodas de Ouro.
Ele e a Vera entraram no salão de braços dados.
Eu me lembrei da mesma cena, há 50 anos, no dia 17 de maio de 1969, quando ele e a Vera entraram na belíssima capela de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, no dia do nosso casamento. Uma noiva lindíssima.
Sô Antônio, como nós o chamávamos foi uma grande figura, um grande amigo.
Para onde ia, carregava seu bom humor e o inseparável chapéu que protegia e escondia sua calvície.
Nasceu em Itambacuri, cidade perto de Governador Valadares, no norte de Minas Gerais.
Rapazinho, deixou a cidade e se aventurou pelo interior de São Paulo, trabalhando na enxada, na colheita de algodão, no trabalho duro das fazendas onde conseguia emprego.
Voltando para Minas, se estabeleceu em Belo Horizonte e encontrou a sua profissão: garçom.
Trabalhando numa das casas mais chiques de Belo Horizonte naquela época, a Elite, encontrou o amor de sua vida: Lígia.
Ele gostava de rememorar:
– Bati o olho naquela moça bonita; ela me olhou e eu pensei: é ela.
Casaram-se nos idos de 1945.
Casamento sólido, firme, feliz, que durou até 2004 quando dona Lígia se foi desse mundo.
O casamento produziu os filhos: Vera (que eu peguei pra mim), Francklim (que já se foi), Modesto, Elizabete, Eliane, Sônia e Fernando.
Na madrugada do dia 26, Sô Antonio mudou do sono terreno e temporário dos últimos 101 anos para o sono eterno.
Uma recompensa para quem viveu tanto, para quem amou e foi amado.
Hoje, pela manhã, aqui em minha casa, vejo junto a uma imagem de Santa Rita, santa de devoção do Sô Antonio, uma vela acesa colocada pela Vera.
Achei boa e sensível a homenagem da Vera.
Vai iluminar ainda mais o caminho já iluminado que o sô Antônio percorre agora, por um espaço que não conhecemos, mas, onde certamente, terá a companhia do filho Francklim e da amada Lígia.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Paz e Luz à alma do Sô Antônio. A você e Vera, assim como a toda a família, minhas condolências.
Beleza de vida, com momentos alegres e outros tristes, a do Sô Antonio…Meus sentimentos, Mário…