O vexame do Tricolor. Blog do Mário Marinho

O VEXAME DO TRICOLOR

BLOG DO MÁRIO MARINHO

Perder, ainda que para um time mais fraco, ser eliminado de um torneio, de um campeonato, mesmo que por repetidas vezes são ossos do ofício de quem está na competição.

Mas, convenhamos, o São Paulo vem acumulando derrotas importantes em cima de derrotas importantes, eliminação em cima de eliminação.

No caso da derrota – e eliminação – para o Mirassol, pesam a diferença de qualidade técnica entre os dois times; o poderio financeiro; a diferença estrutural entre os clubes; experiência em decisões; jogar em casa…

Mas, além disso, deve se ressaltar que o Mirassol remontou o seu time para disputar essa fase final do Paulistão, já que perdeu 18 jogadores do seu já modesto elenco.

E o torcedor deve estar ainda mais furioso porque há três dias o São Paulo eliminou o Guarani, teoricamente mais forte que o Mirassol, jogando com reservas, com a garotada da base.

Culpa do técnico? Não, não pode ser.

O último título importante conquistado foi a Copa Sul-Americana, com a vitória sobre o não muito famoso Tigre, da Argentina, no dia 12 de dezembro de 2012.

Já o último Paulistão foi conquistado em 2005.

Segue abaixo pesquisa do portal UOL sobre as eliminações desde 2013:

2013 Corinthians Campeonato Paulista*

2013 Corinthians Recopa**

2013 Ponte Preta Sul-Americana**

2013 Atlético Libertadores**

2013 Kashima Copa Suruga

2014 Penapolense Paulista*

2014 Bragantino Copa do Brasil*

2014 Nacional Sul-Americana*

2015 Santos Paulista

2015 Cruzeiro Libertadores

2015 Santos Copa do Brasil**

2016 Audax Paulista

2016 Nacional Libertadores**

2016 Juventude Copa do Brasil**

2017 Corinthians Paulista**

2017 Cruzeiro Copa do Brasil**

2017 Defensa y Justicia Sul-Americana*

2018 Corinthians Paulista

2018 Athletico Copa do Brasil*

2018 Colón Sul-Americana**

2019 Talleres Libertadores*

2019 Corinthians Paulista

2019 Bahia Copa do Brasil**

2020 Mirassol

* Eliminado com o jogo de volta no Morumbi (ou jogo único)

** Eliminado com o jogo de volta fora de casa, mas com derrota na ida no Morumbi.

Na eliminação desta quarta-feira, além do time remontado de última hora, ainda pesa o fato de Zé Roberto, autor de dois gols do Mirassol, estar sem jogar futebol há meses.

Ele estava no futebol do Oriente Médio e voltou ao Brasil no meio da pandemia.

Aceitou o convite de um amigo dirigente e passou a treinar no Mirassol.

Só que o Clube não conseguiu inscrevê-lo na Federação para os jogos da fase passada do Paulistão.

A inscrição só foi confirmada na segunda-feira. Na terça, o dirigente ligou para ele, que estava em Rio Preto, e perguntou se ele topava jogar na quarta.

Zé Roberto topou e viajou para Mirassol, se integrando ao elenco.

Ficou conhecendo os companheiros de Clube praticamente no vestiário.

Entrou em campo, marcou dois gols e foi o herói da noite.

E isso me remete a uma história ocorrida no começo de 1960, lá em Belo Horizonte.

O Atlético mandava seus jogos em seu estádio, o Antônio Carlos, pequeno e acanhado estádio incrustado no bairro de Lourdes, o mais chique da Capital mineira de então.

O adversário era o Meridional, time sempre colocado nos últimos lugares no campeonato mineiro da época, cuja sede era na cidade de Conselheiro Lafaiete, pacata localidade que hoje tem cerca de 120 mil habitantes e fica a 100 quilômetros de BH.

O jogo foi numa quinta-feira à noite, 01-03-1960, e o time saiu da cidade à tarde. Naquela época, a viagem levava pelo menos umas três horas.

No meio do caminho, o ônibus quebrou.

E agora?

Não havia celular, nem meios de se comunicar com a cidade.

Jogadores e dirigentes se puseram na estrada a pedir carona. Passou um caminhão e se dispôs a levar todo mundo na carroceria.

Os jogadores subiram para a carroceria junto dos dirigentes.

Só que pouco quilômetros à frente, havia um posto de Polícia Rodoviária que parou o caminhão e impediu que eles continuassem a viagem por questão de segurança.

Mas, os próprios militares da Polícia Rodoviária se prontificaram a ajudar e começaram a parar veículos, naquela estrada, na época, de pouco movimento e pedir carona para o time.

Logo uma parte conseguiu embarcar, mas, mesmo assim chegou atrasada no estádio. Jogadores foram orientados a entrar em campo logo para não perder o jogo por WO.

Não houve aquecimento e muitos jogadores acabaram de se vestir dentro do gramado.

Constatado que já havia jogadores em número suficiente (a regra diz que são necessários, no mínimo, sete jogadores), deu-se início ao jogo.

Alguns minutos de bola rolando, chegaram mais dois jogadores. Somente no segundo tempo, é que o Meridional teve 11 jogadores em campo.

E, para piorar, o temido Atlético fez 1 a 0.

Mas, no segundo tempo, o bravo time de Lafaiete reagiu.

Resultado final do jogo: Meridional 2 x Atlético 1.

Vexame do Galo.

Até hoje a saga e o feito histórico são lembrados com muito orgulho na cidade de Conselheiro Lafaiete.

 Vitória

com sofrimento

Foi difícil, mas o Palmeiras conseguiu passar pelo Santo André: 2 a 0.

Para se ter ideia das dificuldades, os gols (Felipe Mello e Marco Rocha) foram marcados aos 42 e 48 minutos do segundo tempo, respectivamente.

O Santo André soube se defender e proporcionou contra ataques perigosos. Teve pelo menos duas boas chances de marcar.

O Palmeiras teve mais tempo de domínio de bola, mas foi fraco no ataque, falhou sempre nas finalizações.

Mas, enfim, conseguiu a classificação para a semifinal.

Veja os gols da quarta-feira:

https://youtu.be/WA5On3NUOvs

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

 

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