Sofridas estreias. Blog do Mário Marinho
Na verdade, o assunto do Blog são reestreias. A volta daqueles que foram.
O torcedor do São Paulo esperava encontrar bálsamo para o sofrimento constante dos últimos dias, ferido que foi pelas eliminações na Libertadores e da Copa do Brasil.
O adversário era o Atlético Goianiense que não é nenhum bicho papão, embora estivesse casas acima na classificação do Brasileirão. Era o 11º, enquanto o Tricolor patinava na 16ª colocação, flertando perigosamente com a Zona do Rebaixamento.
Jogo no Morumbi e, portanto, palco perfeito para uma perfeita reabilitação.
A primeira decepção do torcedor foi constatar que Calleri, que deveria reestrear, estava no banco.
Aí veio a discussão. O técnico Hernán Crespo, segundo explicações, quer dar mais tempo para que seu conterrâneo recupere melhores condições físicas. Além disso, não quer que recaia sobre os ombros dele o peso de ser o salvador. Daí, programou para que ele entrasse nos minutos finais.
Tá certo.
Será? E se o Atlético fizer 1 a 0? O argentino não entrará em campo com a missão de salvar a pátria?
Dilemas de um treinador.
Assim, o jeito foi torcer para o mesmo do mesmo.
Mas até que o time não ia tão mal. Também sem grande brilho.
Porém, aos 35 minutos fez 1 a 0. Ufa!
E aos 10 de segundo, 2 a 0.
Fatura liquidada, certo? Não, nada disso.
Pois eis que o São Paulo volta a apresentar erros e a dar perigosos espaços para o adversário.
Os goianienses que não são bobos nem nada, se aproveitam e marcam o seu gol aos 25 minutos do segundo tempo.
O torcedor pensa: já vi esse filme.
Até agora, Volpi não cometeu nenhuma falha. Até quando?
Calleri entra em campo, mas, ao contrário das esperanças tricolores não é o bálsamo, não é a solução.
Aos trancos e barrancos, com o sofrimento de sempre, chega à vitória que catapulta o Tricolor para o 12º lugar, uma distância segura da Zona do Rebaixamento.
A jornalista Kássia Caldeira, mineira e torcedora do São Paulo, mandou um recado: “Ao fim do jogo, do sofrimento, não deu nem para exclamar um ufa! Foi um resignado aafff!”
A outra reestreia do fim de semana foi lá do outro lado da cidade, na Zona Leste, onde o cabeludo William voltou a vestir a camisa do Corinthians.
A estreia, ou reestreia, já deveria ter sido na semana anterior, mas ele foi barrado pela Anvisa que exigiu dele, com justiça, a quarentena a que deve se submeter todo cidadão que vem lá das terras da Rainha, seja famoso ou não.
Como o Corinthians adora passar apertos quando joga em casa, principalmente contra times que deveria, pelos menos teoricamente, vencer, logo no começo do jogo levou o 1 a 0 do meu América.
William teve mais participação no jogo que o outro reestreiante Calleri.
Mas o sofrimento foi o mesmo para os corintianos que viram seu Timão empatar com o meu modesto América em 1 a 1.
O Corinthians manteve o seu primeiro lugar. Meu América, infelizmente, continuou como líder da Zona de Rebaixamento, em 17º lugar.
Serve de consolo, para mim, que empate fora de casa é vitória.
No Rio, para surpresa deste e de outro mundo, o Flamengo perdeu para o Grêmio, 1 a 0, gol solitário de Borja. E ainda teve um pênalti a seu favor defendido pelo goleiro Diego Alves.
O Palmeiras fez a obrigação e venceu a Chapecoense, pobre lanterna que até agora venceu apenas um jogo no Brasileirão.
A liderança continua com o Galo mineiro que venceu o Sport Recife por tranquilos 3 a 0. O time do fortão Huck continua 7 pontos à frente do vice Palmeiras e 11 do Mengão, terceiro colocado.
Domingo
de pesar.
No domingo perdemos o brilhante ator Luís Gustavo, aquele que imortalizou o Beto Rockfeller, irreverente novela dos anos de chumbo da Ditadura.
Também imortalizou Mário Fofoca outro personagem engraçado.
Cumprindo o destino de imortalizador de personagens, colocou na história o Vavá da hilariante série Sai de Baixo.
Também se foi no domingo o jornalista Roberto Petri, 85 anos.
Petri é da velha guarda.
Amante apaixonado do futebol argentino, que considerava o melhor do mundo – mas, só para provocar polêmicas -, foi um excelente repórter de rádio e televisão.
Participei de muitos programas de tevê ao lado dele, em mesas redondas e debates, onde ele fazia o tipo durão, mal humorado, pronto para discutir e defender com unhas e dentes suas posições.
Fora do ar era pessoa afável, de fino trato.
Descansem em paz.
Veja os gols do Fantástico
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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