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Na volta, o velho do novo. Blog do Mário Marinho

NA VOLTA, O VELHO DO NOVO

BLOG DO MÁRIO MARINHO

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Criou-se imensa expectativa.

Como se comportarão os jogadores depois de quatro meses de isolamento? E os profissionais de imprensa? E árbitros? E torcedores…

Bem, na verdade, o novo foi a reapresentação do velho.

Do velho e bom futebol representado por um clássico que mexe com a torcida, que mexe com São Paulo.

E sem muitas mudanças.

Em campo, os jogadores se comportaram como se estivesse disputando um Corinthians x Palmeiras, como de fato disputavam.

Palmeirenses se emtregando a fundo como se do outro lado estivessem corintianos. E vice-versa.

Pelo menos no primeiro tempo.

Logo de saída, o Verdão mandou bola na trave de um assustado goleiro Cássio. Em resposta, o goleiro palmeirense Weverton foi chamado a praticar pelo menos umas três boas defesas.

Sabidamente, o Palmeiras tem time mais forte que o Corinthians.

Mas, por esses descaminhos que marcam a vida do ludopédio, foi o Corinthians que marcou.

O zagueiro Gil, de cabeça, fez 1 a 0.

No segundo tempo, o técnico corintiano colocou seu time na defesa e aplicou o perigoso recurso de submeter-se ao forte adversário, submetendo, por consequência, a torcida alvinegra ao sofrimento.

Mas, não é isso que se tem visto nos últimos tempos corintianos: marca-se um gol e corre para a retranca.

É o velho.

E o Palmeiras foi todo ataque, como tem sido nos últimos jogos, lembrando aquela velha frase do técnico Sabião, após mais uma derrota do Madureira, lendário time de minha infância lá em Belo Horizonte:

“Martelemo, martelemo, mas, num marquemo”.

Assim, o Corinthians conseguiu o único resultado que ainda o faz sonhar com a classificação para a próxima fase do Paulistão: a vitória.

E mais: afastou o humilhante perigo do rebaixamento.

O chantilly

do pêssego

Gelado de pêssego light | MdeMulher

Ao meu lado, assistindo ao jogo, estava minha caríssima metade.

Ao lado, juntos, colados, como temos vivido nesses meses de quarentena. Quase uma repetição dos últimos 51 anos.

Pois bem, ela gosta de futebol, mas, em determinado momento, estava mexendo no celular.

Dei uma bronca.

– Não vai ver o jogo?

– Esse jogo tá muito chato. Tá faltando alguma coisa.

Sim, faltava o chantilly do pêssego.

Pense num pêssego em caldas, um suculento e carnudo pêssego, com a calda branca a escorrer por sua pele cor de pêssego.

Maravilha, não é?

Agora, pense essa mesma paisagem com um creme de chantilly, branquinho, geladinho, escorrendo pelo pêssego.

Agora, sim, não é?

O chantilly que faltou foi a torcida.

A emoção daquele “uuuuhhhhhhhhhh” quando a bola do William bateu na trave do Cássio.

Ou quando Cássio, por quatro ou cinco vezes, impediu o gol do adversário.

E aquele torcedor que pula, faz careta, vira a cara quando seu time perde o gol que poderia matar o jogo, como aconteceram pelo menos duas vezes com o sumido ataque corintiano?

As caretas, o sofrimento, a vibração, a alegria, o roer de unhas, o aperto do terço de fé entre as mãos… tudo isso fez falta na composição da paisagem de ontem na Arena do Corinthians.

Mas, enfim, foi o Corinthians e Palmeiras como tantos.

A presença

do corona

Claro, a pandemia esteve presente.

Marcou presença com a ausência dos torcedores. Alguns, lá, representados por fotos.

Mas, não se pode negar que todos os cuidados foram tomados.

Jornalistas que cobriram o jogo de estúdios e não das cabines no estádio. E os que lá estiveram, obedeceram rigorosas normas que começaram por delimitar o número de pessoas no estádio: no máximo, 200.

Quem não estava envolvido no jogo dentro do campo usou máscara.

Houve respeitoso distanciamento.

A Federação Paulista tomou cuidados extremados.

Por exemplo: os juízes que estão envolvidos nos jogos destas duas rodadas finais, foram confinados na cidade de Lindoia, em regime de concentração obrigatória.

Eles saem de Lindoia e vão diretamente para o local do jogo. Terminado, voltam para a cidade.

E, com um detalhe: o carro que os conduz é dirigido por um deles mesmo, para evitar o contato com qualquer pessoa estranha.

Todos eles, assim como jogadores e membros da Comissão Técnica, foram submetidos a exames prévios para constatar possíveis infecções que os tirariam do jogo.

Todo cuidado é pouco.

Assim como cuidado também deve ter a direção do Corinthians.

Na noite de terça para quarta, a Arena corintiana foi invadida por vândalos, travestidos de torcedores do Palmeiras, que picharam uma das traves e danificaram parte do gramado.

Como um patrimônio daquele pode ficar exposto à sanha de arruaceiros, bandalheiros, bandidos que nada respeitam?

Bem, mas isso também não é novo. É velho.

Veja os melhores momentos:

 

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

 

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