Sai, Peste! Coluna Carlos Brickmann

SAI, PESTE!

COLUNA CARLOS BRICKMANN

Tratamento ou medicamento da vacina covid-19 para curar o conceito ...

EDIÇÃO DOS JORNAIS DE QUARTA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2020

Chegou a hora: quatro meses de trabalho e alguns bilhões de dólares de investimentos estão a ponto de colocar a Covid-9 nas cordas. As vacinas da Pfizer, da China e do Imperial College de Oxford já entraram no teste final: são seguras, não apresentam efeitos colaterais significativos, provocam a criação de anticorpos em seres humanos; outra vacina chinesa, a SinoVac, desenvolvida em cooperação com o Instituto Butantan, entra hoje na fase final, com nove mil pessoas testadas no Brasil. Todas, até agora, demonstram eficácia semelhante, por volta de 96%. Correndo tudo bem, a vacinação em massa pode começar em novembro. Se houver contratempos, em janeiro.

Qual vacina? Tanto faz: a poliomielite é combatida por duas vacinas, a pioneira Salk, com injeção, e a Sabin, com a gotinha. Boa parte do mundo optou pela praticidade da Sabin. A Suécia optou pela Salk. Uma curiosidade: na pesquisa de duas das quatro vacinas, há brasileiros. A SinoVac coopera com o Butantan; o Imperial College tem, entre os líderes, o brasileiro Pedro Folegatti, responsável pela segurança de quem recebe a vacina no teste.

Haverá vacinação pública em seguida, pois a fase industrial está pronta para começar. A Pfizer promete um bilhão de doses – mais ou menos o mesmo que a AstraZeneca deve produzir da vacina do Imperial College. O Butantan já fez a venda de cem milhões de doses para o Governo paulista, que também negocia a compra da vacina inglesa em quantidade semelhante.

 Degrau em degrau

Claro que não chegarão bilhões de doses ao mercado ao mesmo tempo. É de se esperar que a vacinação comece pelo pessoal da Saúde, mais exposto. Depois, os grupos de risco. A partir de certo ponto da vacinação, o risco de contágio irá se reduzindo, cada vez com menos espaço para a reprodução do vírus. E teremos mais duas pesquisas: uma, dos vacinados, para descobrir se a imunização é ou não permanente; outra, se o novo coronavírus é mutante o suficiente para, como no caso da influenza, exigir vacinas modificadas ano a ano, acompanhando as mutações do vírus. Mas, perto do que temos hoje, é moleza. Pense em como será bom sair de casa e abraçar de novo os amigos!

 Calma no Brasil

Existe mundo além da política. O título da coluna, por exemplo, nada tem com política. E que ninguém fique imaginando que as vacinas chinesas vêm carregadas com substâncias que, daqui a alguns anos, provocarão doenças. As vacinas ou serão aprovadas pela respeitadíssima FDA americana ou serão rejeitadas pela maior parte do mundo. E, sejam de qual nacionalidade forem, só entram no Brasil após aprovadas pela Anvisa, órgão federal presidido pelo contra-almirante Antonio Barra Torres, nomeado por Bolsonaro, formado em Medicina, com residência em Cirurgia Vascular no Hospital Naval Marcílio Dias e trabalho na Santa Casa do Rio, Centro de Perícias Médicas e Centro Médico Assistencial da Marinha.

Chega de teorias conspiratórias.

 Ministério da Saúde

O General Cloroquina continua ministro e continua cloroquinando. Sabe aquele presente de Trump, dois milhões de doses de hidroxicloroquina? A Novartis, uma das maiores indústrias farmacêuticas do mundo, enviou um milhão a mais, outro presente. As três milhões de doses de hidroxicloroquina vieram em frascos de cem comprimidos, e a ideia do general é dividi-la em caixas com seis comprimidos de 400 mg ou 12 de 200 mg. É a dose que, sem trocadilho, será generalizadamente entregue às pessoas em tratamento, seja qual for sua idade, sexo ou peso. Dividir doses de remédio é mais complexo do que parece: a quantidade tem de ser embalada em caixas específicas e sem contato com o ambiente externo, tudo supervisionado por farmacêuticos.

Isso tem custo, que o General Cloroquina quer repassar aos Estados. Só?

Não! Tanto as doses doadas pela Novartis como pela Casa Branca são de fabricação da Novartis. E a Hidroxicloroquina Novartis não tem registro no Brasil. Que diz a empresa? Que “não endossa” o uso de nenhum de seus produtos fora do que está previsto na bula. Só que a bula não toca nisso. Quem sugere a hidroxicloroquina é o protocolo baixado no Ministério da Saúde pelo ministro, general Eduardo Pazuello, por ordem do presidente.

 A História se repete

Lembra de “Caixinha, obrigado”, sucesso de Juca Chaves há 60 anos? Tinha um versinho ótimo, “e até da bola nós já temos general”, referindo-se a Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória. O Brasil progride: hoje, “até da bula nós já temos general”.

 Serra na mira

A denúncia da Polícia Federal tem muito caminho pela frente, pode ser ou não aceita, mas impressiona a dureza da acusação: “no topo da cadeia criminosa”. E liga Serra a José Seripieri Jr., fundador da Qualicorp, de planos de saúde coletivos, que tem histórico de favores a quaisquer governantes. Se a turma do “deixa-disso” demorar a agir, o ataque a Serra vai seguir pesado.

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1 thought on “Sai, Peste! Coluna Carlos Brickmann

  1. Se bem entendi, o governo do estado de SP terá, quando disponíveis, 200 milhões de doses. A população do estado chega hoje, arredondando pra cima, a uns 45 milhões de pessoas. Cada uma vai receber quatro doses? Serão necessárias? Há algo sobre essas vacinas que não sabemos? Se elas não imunizarem, ou se os efeitos colaterais se mostrarem muito fortes, ou se aparecer outra vacina muito melhor e mais segura, o que faremos com esses 200 milhões de ampolas inúteis? Tomara que dê certo, que funcione, mas, por enquanto, isso é só torcida.

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