Ilusão & Máscaras. Por Meraldo Zisman
ILUSÃO & MÁSCARAS
MERALDO ZISMAN
… Durante a pandemia do COVID-19 o simbolismo de usar máscaras tornou-se um emblema da polarização política em que estamos vivendo no Brasil. Cobrir o nariz e a boca faziam parte das práticas sanitárias tradicionais contra doenças contagiosas. Essa proteção era empregada para neutralizar o miasma (emanação mefítica do solo, supostamente nociva, tida como causa de várias doenças endêmicas) em certos locais.
Para mim, o significado da palavra ilusão é o engano dos sentidos ou da mente, que faz com que se tome uma coisa por outra, que se interprete erroneamente um fato ou uma sensação, dando falsa garantia. Parafraseando Sigmund Freud: as pessoas nunca tiveram sede de verdade; elas querem ilusões e não vivem sem elas.
Durante a pandemia do COVID-19 o simbolismo de usar máscaras tornou-se um emblema da polarização política em que estamos vivendo no Brasil.
Cobrir o nariz e a boca faziam parte das práticas sanitárias tradicionais contra doenças contagiosas. Essa proteção era empregada para neutralizar o miasma (emanação mefítica do solo, supostamente nociva, tida como causa de várias doenças endêmicas) em certos locais. As máscaras faciais, como são usadas hoje nos cuidados de saúde e na comunidade, podem ser rastreadas historicamente até período mais recente, quando um novo entendimento do contágio baseado na descoberta das bactérias tornou compulsório o uso delas nas salas de cirurgia.
Carl Flügge (1847- 1923), um médico alemão com outros contemporâneos, defenderam a disciplina da Higiene Médica, hoje denominada de Saúde Coletiva.
Termino com um sentimento de ambiguidade quanto ao uso ou não uso das máscaras nesses tempos tão opinativos e informatizados. Elas não protegem totalmente contra o vírus. Ao contrário, se a atmosfera contiver vírus, eles se concentram ao redor da boca. Para piorar, máscaras prejudicam a respiração, pois o ar expirado, rico em dióxido de carbono (CO₂), é inalado novamente, o que aumenta a acidificação do sangue e pode favorecer o vírus.
Concluo com este pensamento:
“A ciência não é uma ilusão, mas seria uma ilusão acreditar que poderemos encontrar noutro lugar o que ela não nos pode dar.” Sigmund Freud (1859- 1939).
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