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O futebol brasileiro em tempo de pandemia. Blog do Mário Marinho

O FUTEBOL BRASILEIRO EM TEMPO DE PANDEMIA

BLOG DO MÁRIO MARINHO

Futebol

A pandemia que assola os costumes, os hábitos, comportamentos, procedimentos, estilos, normas, prazeres e, enfim, a vida, afeta também o futebol, como não poderia deixar de ser.

Assim, como sempre existe aquele cara mais esperto, aquele que gosta de cortar pelo acostamento enquanto você espera pacientemente que o congestionamento ande; aquele que gosta de furar fila no banco – enfim, aquele que gosta de levar vantagem em tudo, ele está presente também no futebol.

Vimos que alguns times, mais espertos que os outros, voltaram aos treinamentos antes dos outros.

Algumas federações até liberaram os jogos, como o caso do Rio de Janeiro, cuja Taça Rio (primeiro turno do Campeonato Carioca, terminou ontem com a vitória do Fluminense sobre o imbatível Flamengo).

Aqui em São Paulo, o presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro de Bastos, soube levar com paciência, moderação e parcimônia a situação realmente dramática dos times de futebol – sem jogos, sem faturamento.

A FPF fez estudos, preparou protocolos e, nesta quarta-feira, recebeu o sinal verde do Governador do Estado, João Doria, para recomeçar o Paulistão no próximo dia 22.

A CBF, presidida pelo empresário Carlos Caboclo, também seguiu por esse caminho e hoje, quinta-feira, dia 09-07, divulgou o calendário do nosso futebol.

O Brasileirão de 2020 começa no dia 9 de agosto e vai até o dia 24 de fevereiro de 2021.

Teremos jogos às vésperas do Natal e do Ano Novo.

Não é uma situação inusitada para o futebol Brasileiro.

Um campeonato de futebol realmente nacional foi um sonho acalentado durante muitos anos, até que em 1971 tornou-se realidade.

Em 1971, disputou-se o primeiro Campeonato Brasileiro.

Começou no dia 7 de agosto e terminou no dia 19 de dezembro, com a participação de 20 clubes, divididos em 5 grupos.

O Atlético Mineiro foi o campeão.

A partir daí, todo ano o Brasileirão tinha um número diferente de participantes e, consequentemente, um regulamento diferente.

Vivíamos os duros tempos da ditadura militar.

Como acontece em regimes autoritários, a meritocracia foi para o brejo e as disputas eram infladas ao sabor do interesse dos governantes.

Em 1974, o Brasileirão teve 90 times.

O absurdo virou piada.

Na época, a política brasileira tinha dois partidos: a Arena, do Governo, e o MDB que era a oposição consentida.

Assim, criou-se a frase: “Onde a Arena vai mal, um time no Nacional”.

Até que em 2003 chegamos à fórmula que se consagrou, dos pontos corridos, que é usada até hoje.

O Campeonato Brasileiro passou a ser sério e não motivo de piadas ou de exploração política.

A CBF fez sua ginástica e conseguiu organizar, dentro das possibilidades, nosso futebol para o restante dessa temporada.

Veja os pontos principais do calendário nacional:

– A Série A do Brasileirão será disputada entre os dias 9 de agosto de 2020 e 24 de fevereiro de 2021

– As 11 datas restantes da Copa do Brasil serão disputadas entre 26 de agosto de 2020 e 10 de fevereiro de 2021

– A Série B do Campeonato Brasileiro irá de 8 de agosto de 2020 a 30 de janeiro de 2021

– A Série C será disputada em 26 datas, de 9 de agosto de 2020 a 31 de janeiro de 2021

– A Série D tem previsão de início em 6 de setembro, com encerramento no dia 7 de fevereiro.

A Copa Nordeste será retomada no próximo dia 21.

As taças Libertadores e Sul-Americanas ainda não têm seus jogos definidos pela Conmebol.

Aqui em São Paulo, os jogos serão retomados no próximo dia 22.

A novidade é que alguns times terão que mandar seus jogos fora de casa.

Por dois motivos: primeiro porque se forem sediados em cidades que não estiverem na faixa amarela do programa de Contingenciamento do Combate à Pandemia, os jogos serão realizados em outra cidade (aqui na Capital é possível que tenhamos jogos no Canindé).

O outro motivo é o fato de o estádio não puder ser aproveitado, como o do Santo André, time que tem a melhor campanha do Paulistão até agora, uma vez que o estádio da cidade, o Bruno José Daniel, foi transformado em hospital de campanha.

Enfim, é bom saber que existem cartolas competentes em nosso futebol.

 
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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