A novela Fla x Globo. Blog do Mário Marinho
A NOVELA FLA X GLOBO
BLOG DO MÁRIO MARINHO
Como se sabe, o Flamengo conseguiu que o presidente Jair Bolsonaro editasse uma Medida Provisória interferindo no relacionamento no direito de transmissão de eventos esportivos, historicamente definido pela Lei Pelé.
Segundo a Medida Provisória, cabe ao mandante do jogo (no caso do futebol) o direito de negociar com quem quiser a transmissão do jogo.
Sem querer entrar no mérito da questão, mas já entrando, é muito esquisito que uma Medida Provisória mude contratos em vigor.
O contrato é elaborado exatamente para dar garantia, dar segurança judicial. Aí, vem um paspalho que ouve as conversas de outros três ou quatro paspalhos e emite um nova ordem, uma nova lei e decreta: a brincadeira agora é assim.
Tudo isso, porque ele acha que dessa forma estará ferrando a TV Globo. Pouco se lhe dá se existem outros interesses legítimos em jogo.
Para o menos avisado, até parece que entregar o direito de negociar a cada time individualmente é uma boa.
Ora, então, o Arranca Toco FC vai ter o direito de negociar com essa ou aquela emissora de televisão.
Só que o Arranca Toco não é o Flamengo, não tem a força de seus quase 20 milhões de torcedores.
Os melhores e mais ricos campeonatos de futebol do mundo escolheram a negociação coletiva para melhor salvaguardar seus interesses.
Assim, é na Inglaterra, onde se pratica o futebol mais rico do planeta. É assim na Itália, na França, na Espanha.
Nesses países, a distribuição da cota de televisão se faz destinando, com pequenas variações, 25% do total para serem distribuídos de forma igualitária entre os clubes. Os outros 75% são distribuídos conforme o número de jogos exibidos, a classificação dos times, audiência alcançada por cada clube.
Na Espanha, para diminuir um pouco a distância de desigualdade entre Real Madri, Barcelona e outros pobres mortais, 30% são divididos de forma igualitária.
Voz dissonante nesse coro internacional, aliás, ex-dissonante, foi Portugal.
Benfica deu uma de Flamengo e forçou a negociação individual.
Nas primeiras temporadas, se deu bem; faturou uma boa grana, principalmente com a participação dos torcedores com doações.
Passada a novidade, o Benfica mergulhou numa tremenda crise que o obrigou, como primeira medida, medida emergencial, vender os direitos que possuía.
E amargou dívidas e mais dívidas.
No Rio de Janeiro, o sorteio do jogo da final da Copa Rio, deu o Fluminense como mandante.
Isso significa que cabe ao Fluminense, graças àquela bendita Medida Provisória, escolher com quem quer negociar.
Pelo menos na teoria.
A Federação Carioca quer que a Globo transmita. Afinal, a emissora é velha parceira.
Só que com a transmissão do jogo Flamengo x Boa Vista, na semana passada, pela TV Fla, a Globo considerou que foi quebrado o seu direito de exclusividade garantido por força de contrato. Desta forma, a Globo comunicou que estava desistindo dos jogos do Carioca. Embora tenha avisado que pagaria as parcelas que ainda faltavam da atual temporada.
Na sexta-feira passada, a Federação Carioca conseguiu uma liminar obrigando a Globo a transmitir os jogos finais da competição.
É possível que a decisão saia hoje e que a Globo decida pela transmissão.
Mas, fica a pergunta: onde vai parar tudo isso?
Que
Pena!
Morreu Marta Rocha, a eterna miss Brasil.
A bela baiana que nas últimas décadas povoou a cabeça de muitos ou todos brasileiros.
Eu era criança quando ela foi eleita miss Brasil e, na sequência, perdeu o título de Miss Universo para uma norte-americana.
Ela era linda, simpática, sorridente – mas tinha duas polegadas a mais.
Em minha cabeça de meninos de 11 anos, essa história de duas polegadas a mais não fazia o menor sentido. A bem da verdade, nem sabia o que era polegada.
No ano seguinte, uma marchinha de carnaval de Pedro Caetano, Alcyr Pires Vermelho e Carlos Renato cantava (ouça, abaixo):
“Por duas polegadas a mais, passaram a baiana pra trás
Por duas polegadas, e logo nos quadris
Tem dó, tem dó, seu juiz!”.
Foram as polegadas mais famosas dos últimos 500 anos da história do Brasil.
Só muitos anos depois, fiquei sabendo que essa história era ficção, criada pelos jornalistas brasileiros que cobriam o concurso.
Mas, eu não acreditei: acho que a linda baiana tinha mesmo duas polegadas a mais, duas polegadas a mais de charme, beleza e graça.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
Olá Mário, tudo bem?
Como sempre admiro suas crônicas, muito bem colocadas e de excelente redação.
Neste Chumbo Gordo, gostei muito mais do tema Marta Rocha!! Sensacional.
Grande Abraço.
MMarinho. Sem entrar no conflito sobre direitos de transmissão, campo sobre o qual nada entendo, futebol no Brasil já era. Passou o momento glorioso e o curtimos . Sobre a Marta Rocha, mulher linda e nossa eterna miss, seguiu o caminho à nossa frente. É o presente virando passado e sobre essas mudanças, nada podemos fazer. Abç.
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