A maioria dos privilegiados acha que a crise não é com eles… Por Jorge Goetten
A MAIORIA DOS PRIVILEGIADOS ACHA QUE A CRISE NÃO É COM ELES
JORGE GOETTEN
…Se reduzirmos 30% do salário de todos esses políticos, faremos uma economia de mais de R$ 250 milhões mensais. Se essa redução continuasse até o fim do ano, teríamos uma economia de R$ 2,2 bilhões para enfrentarmos a crise e ajudar a saúde…
PUBLICADO NO ESPAÇO VITAL, EDIÇÃO DE 28 DE ABRIL DE 2020
Uma coisa é clara: enquanto quem trabalha e empreende já começa a fazer grandes sacrifícios, a maioria dos privilegiados acham que a crise não é com eles. Aqui no meu Estado, Santa Catarina, os dados mostram que mais de 300 mil trabalhadores já perderam seu emprego. E metade dos brasileiros já tiveram a renda afetada pela pandemia. As autoridades eleitas, não vão fazer a sua parte?
Vejam o custo mensal de nossos políticos eleitos.
- Os 60 mil vereadores do país nos custam R$ 600 milhões.
- Todos os governadores, prefeitos e vices do país custam R$ 250 milhões.
- Todos os deputados do país, estaduais e federais, custam R$ 44 milhões.
- Todos os nossos senadores custam R$ 2,5 milhões.
Isso dá mais de R$ 850 milhões por mês, todos os meses. Refiro-me só aos salários. Isso sem contar as dezenas de mordomias e privilégios da classe política – que, em termos normais, mesmo sendo legais, já são afrontosos. E nesta crise da saúde e da economia, esses privilégios têm que ser revistos.
Se reduzirmos 30% do salário de todos esses políticos, faremos uma economia de mais de R$ 250 milhões mensais. Se essa redução continuasse até o fim do ano, teríamos uma economia de R$ 2,2 bilhões para enfrentarmos a crise e ajudar a saúde.
Esse valor é maior que o fundão eleitoral (R$ 2,1 bilhões) que, convenhamos, também deveria ser destinado neste momento para a saúde.
Vamos fazer uma conta simples: com esses R$ 4,3 bilhões, seria possível construir 430 hospitais de campanha ou comprar 70 mil respiradores.
Lembro da importância dessa redução, porque é um dinheiro novo, que não sairá dos cofres públicos. Como sairá do bolso dos políticos, não vai sacrificar ainda mais o trabalhador e o empreendedor brasileiro.
Por que no Chile, no Uruguai, na Nova Zelândia e na Bulgária os políticos já fizeram o gesto, e por que os nossos políticos brasileiros ainda não?
Pense nisso! Se você concorda comigo, compartilhe, vamos pressionar nossos representantes a cortarem na própria carne! Não vamos deixar essa crise passar desaproveitada!
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– Jorge Goetten, empresário, de Santa Catarina