Ao Mengão, com amor. Do Verdão. Blog do Mário Marinho
AO MENGÃO, COM AMOR. DO VERDÃO.
BLOG DO MÁRIO MARINHO
A bem da verdade, nem precisava. Não havia a menor dúvida que o Flamengo seria o campeão.
A campanha foi impecável.
Em 34 jogos, venceu 25, empatou 6 e só perdeu 3. Foram 81 pontos ganhos e ainda 9 para serem disputados. Marcou 73 gols e sofre 30.
Foi também o primeiro em média de público, com 54.093 pagantes nos jogos em que foi mandante (em 2º ficou o Corinthians, com média de 33.377).
Gabigol é o artilheiro do Brasileirão, , com 22 gols, até o momento. Em segundo, está Bruno Henrique, também do Mengão, com 18. Em terceiro, estão empatados Wellington Paulista (Fortaleza) e Sasha (Santos), ambos com 13 cada.
Então, se o Palmeiras não entregasse de bandeja neste domingo, com certeza o Mengão levantaria o caneco no próximo jogo.
A torcida do Verdão, como todo e qualquer ser vivente, também tinha essa certeza.
Mas, convenhamos entregar para o inimigo assim, em casa, deve ter sido muito dolorido para o torcedor.
Enfim, o Brasileirão segue para cumprir tabela.
E o Mengão faz história: quebra tabu de 38 anos ao conquistas a Libertadores e torna-se o primeiro a conquistar dois títulos em um mesmo fim de semana.
Mengo, tu és o maior!
Bastaram três minutos. Só Três.
Essa imprevisibilidade, essa capacidade de surpreender, a possibilidade do inesperado, o mistério que o cerca, o assombro que o cerca, a perplexidade que causa, a estupefação que, às vezes, até embasbaca – tudo isso somado faz do futebol um esporte único.
O único capaz de levar a vitórias como a do Flamengo sobre o River Plate, no sábado, 2 a 1, e à conquista da Taça Libertadores da América.
Não que o River fosse um timaço, imbatível, fantástico.
Na verdade, sempre que perguntado, cansei de repetir nos últimos dias:
– Em condições normais de temperatura e pressão, dá Flamengo. Acontece que final em um jogo só pode trazer uma série de riscos: um erro do goleiro, um impedimento não marcado, uma bola desviada… tudo isso pode interferir no resultado.
Mas, o que interferiu no resultado, principalmente no primeiro tempo, foi a armadilha tática do River que encaixotou o time do Flamengo e anulou seus principais jogadores.
Durante os primeiros 45 minutos, perguntei, incrédulo:
– Cadê o Gabigol?
– Cadê o Bruno Henrique?
– Cadê o Arrascaeta…
Na verdade, cadê todo mundo?
Como é que se explicava o Mengão, líder inconteste do Brasileirão, 25 vitórias, apenas 3 derrotas, 73 gols marcados em 34 jogos, com esses números, ter chutado apenas uma bola contra o gol adversário e, mesmo assim, para fora? Como pode?
No segundo tempo, as coisas não mudaram muito.
Isso no que diz respeito ao Flamengo, pois o River conseguiu o seu gol aos 18 minutos, numa improvável falha da defesa do Flamengo, quando William Arão e Gérson, dois bons e importantes jogadores, deram bobeira: a bola foi cruzada até meio sem querer para a área e os dois foram na jogada; só que um deixou para o ouro e o outro deixou para o um.
O atacante Borré, que não é bobo nem nada, não vacilou e bateu firme para fazer 1 a 0.
O Flamengo voltou melhor, mas não a ponto de colocar em perigo a meta adversária. Somente em uma jogada, quando o Gabigol esteve frente a frente com o goleiro Armani é que o Mengão criou verdadeira chance de gol.
Tudo parecia encaminhar para mais um título do River, seria a 5ª Libertadores conquistada.
Até que aos 43 minutos os Três Mosqueteiros apareceram.
Bruno Henrique fez ótima jogada pessoal e passou para Arrascaeta que, rapidamente, cruzou rasteiro para a entrada fulminante de Gabigol.
O Mundo rubro-negro respirou aliviado: já estava garantida a prorrogação e, aí então, a história seria diferente.
Mas, não.
Três minutos depois, Diego faz excelente lançamento para o esperto Gabigol que toma a frente dos zagueiros e bate firme de pé esquerdo: o gol da vitória, 2 a 1.
O gol da Libertadores, título esperado há 38 anos.
Sou discreto em minhas comemorações.
Gosto de ver um gol e até de aplaudir.
Mas, nesse caso, dei um pulo da poltrona e vibrei como um flamenguista.
De repente, aflorou em mim aquele garoto que aos 8 anos de idade morava no Rio de Janeiro e torcia para o Flamengo de Garcia, Tomires e Pavão; Jadir, Dequinha e Jordan; Joel, Henrique, Dida, Evaristo e Babá. E tinha mais: o goleiro reserva era o Chamorro; havia o centroavante Índio, raçudo, goleador. O técnico era o paraguaio Fleitas Solich.
Para quem acha que eu estou apenas me aproveitando da ocasião, é só clicar no link abaixo e ler o meu blog publicado no último dia 28 de outubro.
http://www.chumbogordo.com.br/28431-meu-coracao-rubro-negro-blog-do-mario-marinho/
Vitória espetacular, fantástica, extraordinária, assombrosa, portentosa, formidável, colossal, única.
Alguém há de levantar a questão: mas, não foi justo. O River jogou mais.
Eu tenho comigo, e repito sempre, que campo de futebol não é tribunal de Justiça.
Além disso, o futebol não é uma luta de boxe, onde um dos contendores pode ir acumulando pontos e vencer a luta sem nocautear o adversário.
O futebol é gol.
Como dizia o saudoso Ênio Rodrigues, o que vale é bola na rede.
Há que se ressaltar que o jogo, apesar de tenso, foi intenso.
Não houve espaço para a decantada catimba argentina.
Os dois times se respeitaram e respeitaram o respeitável público presente.
A torcida do Mengão fez bonito por esse mundão afora, do Rio de Janeiro até Lima.
Claro que houve choro dos argentinos.
Fazer o quê?
Eles têm o Papa, mas o Flamengo tem Jesus.
Quem pode, pode.
Veja os melhores momentos:
https://youtu.be/VQtuoK2pIqk
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Força, Galvão!!!
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Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de
Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
Boa Mário, excelente e honesta análise.
Não há porque tripudiar o Palmeiras…se c om tanta grana foi incompetente ,melhor esquece- lo e voltar a torcer para a Ferroviária de Botucatu!!!