A natureza humana e a esquerdizaria dos nossos intelectuais. Por Meraldo Zisman
A NATUREZA HUMANA e A ESQUERDIZARIA DOS NOSSOS INTELECTUAIS
MERALDO ZISMAN
Assim, Karl Marx parece dizer que a natureza humana não é mais do que o resultado das “relações sociais” o que me faz voltar para a epigenética social, pois a União Soviética refugava a genética clássica, dizendo que o meio cria uma nova Natureza Humana…
“Não há esperança alguma, a não ser para nós”, dizia Franz Kafka no seu aforismo. Acredito que apesar da capacidade de permitir prever acontecimentos futuros como o nazismo e o comunismo, a História, quando se repete, vira uma farsa. Se você tem 60 anos, são maiores as possibilidades de você testemunhar o futuro político de nosso país. Caso tenha menos de 30 anos você estará, sem dúvida, vivo para assistir à derrocada política brasileira. Eu, entrado nos 80 anos, vivo como posso – no presente e não no futuro.
A sociologia científica e seus malabarismos estatísticos ignoram e escondem a importância do sofrimento humano.
É bom lembrar que a disseminação do comunismo foi apagar a disseminação de uma cultura política incubada por séculos pelo despotismo russo, que pavimentou intelectualmente o caminho e serviu como exemplo prático para a instalação do totalitarismo milenarista marxista.
Lenine e Stalin não passam de um ‘continuum’ (Conjunto de elementos tais que se possa passar de um para outro de modo contínuo). No caso da Rússia dos Czares o autoritarismo tornou-se uma segunda natureza para o povo eslavo. Estranho que esse fato seja esquecido, pois os marxistas tomam como dogma as necessidades naturais, que adquirem dimensão cultural ao longo do tempo, ou seja, a segunda natureza não é nada estático, mas construída pelo homem no seu processo de vida. Independente de país, estado-nação, colônia, tribo, isso seria inerente à natureza humana.
Os homens são seres pensantes, reagem de acordo com as circunstâncias e tomam o que parece ser para eles o objeto desejado. Jamais esquecer de que o que é ofertado burocraticamente é recebido com ressentimento.
Aprendi com um médico inglês (David Morley ) que viveu muito tempo na África (Nigéria) diversas técnicas para atendimento das doenças da fome e pobreza que apliquei aqui no Nordeste brasileiro, https://en. Wikipedia.org/wiki/David_Morley_(paediatrician) ).
Contou-me um caso sobre a distribuição de um suplemento alimentar para pobres de nome Incaparina, desenvolvido na Guatemala (um alimento barato e rico em proteínas, feito de semente de algodão, farelo de sorgo, milho, fermento, etc., usado, especialmente na América Latina, para prevenir doenças por deficiência de proteína).
Quando a Incaparina era posta nas prateleiras dos supermercados para distribuição gratuita o alimento sobrava, pois, a população ficava envergonhada de pegar as latas deste suprimento proteico, doado e não comprado, contestando publicamente as carências nas suas necessidades básicas. Quando se deseja ajudar, é preciso lembrar de que a natureza humana é fundamental. Entretanto, certos arranjos políticos comprimem, deformam essa mesma natureza. Deveríamos saber que antes de qualquer coisa o problema é combater a desigualdade na distribuição de renda, apoiar uma imprensa livre e independente, defender a igualdade racial e de gênero, promover respeito pelas leis e sua aplicação e – a novidade: desligar a máquina do ódio nas redes sociais.
Copio descaradamente o texto do jornalista Rodrigo Constantino na apresentação do livro Nossa Cultura (ou o que restou dela), de Theodore Darlymple:
“Afinal, poucos possuem vivência prática quando se trata de experiência com as pessoas mais pobres, cobaias da engenharia social. A maioria dos diplomados nas universidades elogiadas pela elite politicamente correta pouco conviveram diretamente com a pobreza. Quando se dá seu contato direto com as massas, as ideias desses bondosos intelectuais, que se definem no papel e nas mídias sociais como esquerdistas, fracassam”.
Vivem e continuam vivendo em suas bolhas teóricas e esquecem-se da natureza humana (aqui referida tanto como a natureza de cada ser humano como a da humanidade como um todo).
Assim, Karl Marx parece dizer que a natureza humana não é mais do que o resultado das “relações sociais” o que me faz voltar para a epigenética social, pois a União Soviética refugava a genética clássica, dizendo que o meio cria uma nova Natureza Humana.
O que me faz lembrar um aforismo do meu tempo de jovem: ‘gato assado no forno vira biscoito’. Mesmo assim, com todos esses imbróglios políticos, judiciários, poderes executivo e legislativo e tantas outras coisas acontecendo, mesmo assim, permaneço esperançoso.
– “O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso” –
Do conterrâneo Ariano Suassuna…
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