Manhã perdida. Blog do Mário Marinho
MANHÃ PERDIDA
BLOG DO MÁRIO MARINHO
Teria valido mais a pena uma boa caminhada por essa manhã ensolarada em São Paulo. Mas, o dever do ofício e o amor ao futebol me colocou frente à televisão às nove da matina desta quinta-feira.
Por nada.
Até que nos minutos iniciais, eis a seleção jogando um futebol vistoso, passes precisos, eficientes. Nada espetacular, mas agradável aos olhos.
Veio o gol, aliás, um golaço de Firmino e a esperança que a Seleção aproveitasse o adversário fraco para brindar os torcedores com a chamada exibição de gala e, por via de consequência, até mesmo com uma goleada.
Ledo engano.
Dali até o fim o que se viu foi um futebol burocrático, repetindo mesmices. A bola passava a cada jogador como um documento que passa de repartição em repartição recebendo carimbos e mais carimbos.
De Neymar esperava-se mais, muito mais.
Afinal, era sua volta à Seleção Brasileira depois de uma de suas inúmeras contusões e, além disso, marcava o seu centésimo jogo pela Seleção, marca que só 14 conseguiram atingir no futebol brasileiro.
Uma façanha.
Mas o novo Neymar não apareceu.
Não driblou, não criou, não levou pancada, não caiu, não rolou. Até o seu cabelo esteve ridiculamente quadrado e burocratizado.
O que acontece com nossa Seleção, nosso futebol?
Teoricamente, para fazer um bom prato, entrega-se ao cozinheiro os melhores ingredientes. Ele faz a mistura, cria um prato e agrada a todos.
Mas, não está funcionando com o Master Chefe Tite. Ele tem à sua disposição os melhores jogadores do nosso futebol, jogadores que estão entre os melhores do mundo.
Tem os melhores auxiliares e todos os temperos à disposição. Mas o prato não sai, a massa desanda, a carne passa do ponto e o resultado é o trivial arroz com feijão de todos os dias.
E temos que dar graças aos deuses por essa gororoba porque poderia ter sido pior.
Os senegaleses dominaram maior parte do jogo e obrigaram ao nosso goleiro a fazer defesas difíceis. O 1 a 1 até que ficou de bom tamanho
Ou seja: tudo o que está ruim, pode piorar.
Domingo que vem tem mais.
O troco
Do Santos
No primeiro turno do Brasileirão, o Palmeiras meteu 4 a 0 no Santos, fora o baile, como gosta de frisar o torcedor.
Ontem, na Vila Belmiro, o Santos deixou escapar a oportunidade de dar o troco na medida certa.
Venceu por 2 a 0, mas poderia golear o encolhido e medroso Verdão que se apresentou na Vila.
O Santos, dirigido pelo argentino Jorge Luis Sampaoli Moya, é imprevisível: de repente, goleia o adversário; mais na frente, é goleado. Mas dá gosto assistir aos seus jogos.
Ontem na Vila, dominou o apavorado Verdão do começo ao fim dos 90 minutos. Construiu com facilidade os 2 a 0 e agora é o vice-líder do Brasileirão, atrás do Flamengo.
São cinco pontos de diferença entre os dois times que jogam o futebol mais bonito desse Brasileirão.
O Flamengo tem mais consistência nos resultados, o Santos já não é tão reto em seu caminho.
Mas são, até o momento, os dois melhores.
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Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)