Fura, Furacão. Blog do Mário Marinho
FURA, FURACÃO
BLOG DO MÁRIO MARINHO
Para quem gosta de dizer que o futebol brasileiro acabou, a decisão da Copa do Brasil na noite de ontem, com a justa vitória do Athletico Paranaense, 2 a 1, foi um forte alerta para se rever conceitos.
Foi um jogaço.
Durante 90 minutos, os dois times procuraram o jogo em campo, partiram em direção ao gol adversário e, ao final, prevaleceu o melhor esquema tático dos paranaenses que souberam como se defender e partir para o ataque nos momentos certos.
Mas, não se pense que o Athletico montou o ferrolho e se trancou em indevassável e indestrutível retranca.
Claro que houve os devidos cuidados, principalmente nos primeiros minutos de jogo, quando o Colorado, animado por sua ruidosa torcida, partiu com tudo para o ataque, tentando surpreender o adversário e já de cara reverter o placar que lhe era adverso.
É bom lembrar que no primeiro jogo, em Curitiba, os gaúchos haviam sido derrotados por 1 a 0. O empate, portanto, era o suficiente para o título ir, pela primeira vez, para o estado do Paraná.
O jovem treinador Thiago Nunes, gaúcho de Santa Maria, 39 anos, aplica em seu time competente esquema tático de valorização da posse de bola, de passes bem direcionados e chutões só quando for absolutamente necessário.
O time se dá ao luxo de sair jogando de sua área com passes perigosamente curtos, mesmo sob a marcação adversária. E é ali que começam as boas jogadas que vão ter sequência no eficiente e criativo meio-campo formado por Welligton, Bruno Guimarães e Léo Cittadini.
A continuação da jogada conta com a velocidade de Roni em jogadas acompanhadas por Nikão, Marco Ruben e Marcelo Cirino.
Foi assim que o bravo Internacional de tantas glórias viu escapar o título nacional dentro de casa.
Léo Cittadini fez 1 a 0. O Inter reagiu e conseguiu empatar com Niko López.
Mas, nos minutos finais, Marcelo Cirino fez jogada simplesmente espetacular e entregou de bandeja para Roni marcar o gol da vitória.
Surpresa? Zebra?
Nada disso, resultado de um bom trabalho desenvolvido pelo técnico Tiago Nunes que já deu ao Furacão o título estadual paranaense e a Copa Sul Americana.
Outras conquistas podem vir nas próximas competições, já que o time tem média de idade de apenas 25 anos, mesclando jogadores experientes com novos talentos.
O argentino Lucho Gonzáles é o mais velho do elenco,com 38 anos. Tem 27 títulos em sua carreira e fica abaixo apenas de Messi em se tratando de conquista de jogadores argentinos.
Marco Ruben é outro argentino que soma experiência com seus 32 anos de idade.
Nikão, perigoso atacante, tem 27 anos.
Léo Cittadini (foto acima) tem 25.
Já o criativo Bruno Guimarães é um jovem de 21 anos, a mesma idade do zagueiro Robson Bambu.
O lateral Khelven é um garoto: 18 anos.
O competente goleiro Santos, paraibano de Campina Grande, tem 29 anos, ótima idade para os goleiros.
Enfim, futuro alvissareiro pela frente.
Veja como foi a conquista:
https://youtu.be/UAWkA6ljdEM
Pesadelo
Corintiano
Recebi ontem à noite, agradável e alegre telefonema do empresário e amigo João Abukater Neto, corintiano até à medula.
– Estou saindo de São Bernardo rumo à Itaquera, contou-me ele. E olha só: conforme o resultado da vitória de hoje já vou comprar passagem para a final em Assunção.
Abukater se referia ao jogo do Corinthians contra o Del Valle, pela Copa Sul Americana.
Assim como ele, milhões e corintianos davam como certa a vitória sobre o pouco desconhecido Independiente del Valle, time que há apenas 10 anos disputa a primeira divisão do futebol equatoriano.
A certeza da vitória é o combustível que move o torcedor. Se ele não tiver a certeza – ou, pelo menos, a quase certeza – do bom resultado, não vai a campo.
Normal, portanto, a euforia.
Só os jogadores não podem se deixar contaminar.
O jogador, obrigatoriamente, deve entrar em campo para jogar como se já estivesse perdendo por 1 a 0.
Mas, não foi assim com o Timão na noite de ontem.
Resultado: perdeu o jogo por 2 a 0 e tornou quase impossível a classificação para a final da Sul Americana.
O jogo de volta será na semana que vem, em Quito.
Veja a derrota corintiana:
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Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)